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Povo cansou, isolacionistas devem explicações e Doria viajou na maionese
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Imagens de praias lotadas no fim de semana estamparam os principais jornais do país nesta segunda, levando alguns "isolacionistas radicais" ao desespero ou desânimo. Como ousam esses bárbaros irresponsáveis desafiarem dessa forma a ciência, ciência, ciência?, devem ter pensado.

Um deles, um YouTuber famoso por imitar focas para crianças, mas que acabou alçado ao patamar de pensador sério de esquerda pela mídia desesperada, chegou a desabafar: "Larguei de mão. Cansei. Tentei meu melhor. Está na hora de mudar de vida".

Nada como a arrogância desses mimados de esquerda, que se sentem superiores aos demais e desdenham do povo. Como se todos pudessem fazer "home office" e curtir piscina em casa!

Um estudo, aliás, mostrou que a realidade de home office existe apenas para 13% dos trabalhadores, o grosso em SP. A realidade é outra, bem diferente, pelo país. Muitos precisam trabalhar colocando a mão na massa para sobreviver, e fazem isso enfrentando ônibus ou metrô lotados.

Sim, está na hora de esse Youtuber mudar de vida. Mas é pouco provável que isso aconteça, e sempre há o risco de ele voltar a imitar focas com o cabelo colorido. A turma da bolha costuma sempre dobrar a aposta em vez de reconhecer erros.

Sua quarentena gourmet, regada a vinhos caros expostos nas redes sociais, era a prova da falta de sensibilidade em relação ao povo, que alegam defender, mas que no fundo desprezam. A hashtag "fiquem em casa" faz cada um deles se sentir a alma mais pura e nobre que já pairou sobre a Terra, ignorando os desafios concretos do povão lá fora.

E agora que o lockdown foi relaxado e a aglomeração aumenta, sem levar a maior incidência de mortes, os isolacionistas radicais têm muito o que explicar. Aliás, os americanos fizeram uma pesquisa recentemente sobre o números de mortos pela Covid-19. Eles constataram que somente 6% desses óbitos foram exclusivamente por coronavírus. O vírus é um complicador, sem dúvida. Mas o restante era de pessoas que já tinham comorbidades, quase 3 na média, ou seja, gente que já estava doente e que provavelmente iria morrer de qualquer jeito.

O povo cansou da histeria da esquerda. Deseja retornar à vida normal o quanto antes. E como condena-lo?

O governador João Doria demonstrou preocupação em relação às aglomerações no litoral. Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, Doria criticou o clima de “celebração” nas praias e cobrou que prefeitos e prefeitas imponham medidas mais restritivas.
“É como se nada estivesse acontecendo, como se estivéssemos em período de alta temporada e com razões para celebrar", disse.

Ele afirmou ainda que os resultados positivos de enfrentamento à pandemia da covid-19 no Estado “não justificam relaxamento nem aglomeração, em praias, parques, bares, restaurantes ou festas em residências particulares”.

A prerrogativa de liberar o acesso às praias é dos municípios litorâneos, mas o Plano São Paulo proíbe que haja aglomerações públicas. Questionado sobre se o governo do Estado tomaria alguma medida mais restritiva em relação às praias, até diante da aproximação do feriado de 7 de setembro, Doria disse que a fiscalização cabe às prefeituras, mas que a Polícia Militar pode dar apoio. “Desde que haja solicitação ao governo do Estado, nós ofereceremos apoio. Tenho a convicção de que prefeitos e prefeitas saberão agir com responsabilidade pela vida e pela saúde para impedir que isso aconteça no próximo fim de semana, quando teremos o feriado do 7 de setembro.”

Doria anunciou que, pela terceira semana consecutiva, houve queda no número de internações, infecções e óbitos pelo coronavírus em São Paulo. Ainda assim, reforçou, o Estado segue em quarentena: “Essa quarentena prossegue e prosseguirá enquanto não chegar a vacina e não tivermos a imunização de todos os brasileiros de São Paulo”.

Como é?! Entende-se a preocupação do governador, mas falta embasamento científico para sua postura, ao contrário do que ele diz. Até hoje não ficou claro qual o fundamento dos planos rígidos que cerceiam as liberdades básicas do povo. Concomitantemente ao relaxamento do lockdown, temos tido menos casos, o que não seria o esperado pela "ciência".

O povo cansou, eis a verdade, e os isolacionistas devem explicações. Se o governador, que já foi mais popular, está tentando inviabilizar até uma eventual candidatura a síndico do prédio, ele está no caminho certo. Se tem ainda pretensões de disputar a presidência, então sejamos francos: ele está viajando na maionese...

Por fim, não podemos deixar de apontar para o uso que parte da mídia fará com a queda do PIB, de quase 10%, por conta da pandemia e da reação a ela, paralisando quase todas as atividades produtivas. Eis dois exemplos que mostram a diferença de postura:

Pergunta retórica: aqueles "jornalistas" que vivem para atacar o governo vão esquecer de uma tal pandemia e do isolamento radical que paralisou tudo? Tentarão jogar no colo de Bolsonaro a queda do PIB? Faz falta uma postura mais séria, como a da Gazeta do Povo.

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