Quando seu bisavô lutou contra escravocratas e os radicais da Kun Klux Klan, quando seu avô lutou contra nazistas e comunistas, e quando seu pai conseguiu prosperar por esforço próprio, deve ser muito duro constatar que sua grande “causa” é colocar um homem dentro de um banheiro feminino!
O mundo é um lugar hostil, o default é a miséria e o tribalismo, o desafio é superar tal condição. A escravidão foi a regra durante séculos, e graças aos valores ocidentais chegou ao fim – mas não em todos os lugares. Ideologias totalitárias como o nazismo e o comunismo derramaram rios de sangue no século XX, e jovens foram enviados para lutar em outro continente para preservar a liberdade. Que coragem! Que sacrifício!
Aí o sujeito de 20 anos, bancado pelo pai, estudante de uma universidade que custa os olhos da cara, descobre que é a melhor alma que já vagou pela Terra porque marcha ao lado do Black Lives Matter, grupo marxista, derrubando estátuas de Washington ou Colombo. A elite branca culpada cospe em policiais negros em nome do combate ao racismo. Seria até cômico, não fosse tão trágico.
A culpa é dos pais, que não souberam impor limites, e dos professores e da mídia, que estimularam uma narrativa invertida que faz o aluno se sentir vítima de um legado terrível e opressor do “homem branco malvado”. Em vez de ser grato por viver na era mais próspera e livre da história, essa turma busca “lugar seguro” contra “microagressão”, sentindo-se ofendida por tudo e demandando reparações e privilégios.
“A cultura em muitos campi universitários tornou-se mais ideologicamente uniforme, comprometendo a capacidade dos scholars de buscar a verdade e dos alunos aprenderem com uma ampla gama de pensadores”, constatam Greg Lukianoff e Jonathan Haidt em “The Coddling of the American Mind”. Os autores apontam a excessiva fragilidade das novas gerações, moldadas nas universidades e nas redes sociais, que criaram uma “cultura de denúncia” que serve para constranger publicamente quem não reza da mesma cartilha politicamente correta.
Em vez de aprender com a história, querem apaga-la. São mimados e ingratos em busca de um pretexto para destruir. Rebeldes, mas sem causa.
* Artigo originalmente publicado pelo ZH
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Deixe sua opinião