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"Eles têm que saber que nós vamos regular os meios de comunicação", alertou Lula em 2017. Durante os primeiros governos lulistas, houve não só a tentativa de expulsar um correspondente do NYT por mencionar os hábitos etílicos do presidente, como o esforço mais amplo de se criar um Conselho Nacional de Jornalismo que seria responsável por "filtrar" o conteúdo da profissão.

O PT nunca escondeu: gosta de assessoria de imprensa, não de imprensa livre. Fazia desde o começo lista negra de jornalistas críticos, enquanto usava a estatal EBC para bancar seus militantes disfarçados de jornalistas. E claro: abria o cofre para veículos alinhados enquanto cortava totalmente a publicidade em veículos independentes. Esse sempre foi o modus operandi do partido com viés comunista.

Mais recentemente, Lula deixou claro que era preciso "regulamentar" a imprensa, eufemismo para controle e censura. Contou com o apoio dos ministros supremos, seus companheiros de luta ("Nós derrotamos Bolsonaro; graças ao STF Lula voltou", confessam os próprios ministros). Alexandre de Moraes tem batido bastante nessa tecla: não dá para tolerar essa liberdade de expressão toda!

O PL da Censura, relatado pelo comunista Orlando Silva, foi a grande aposta, mas a pressão das ruas adiou o que era "urgente", a ponto de o STF ameaçar decidir por conta própria. Flavio Dino também já cantou a pedra: "Os dias de liberdade acabaram". Ele foi indicado para o STF. O sistema tucanopetista precisa de qualquer jeito instaurar a censura no país, para calar as vozes críticas e dissidentes. Algumas já foram caladas, vale lembrar, e tenho lugar de fala - ou melhor, de silêncio.

Eis que, agora, o STF decidiu que os veículos de comunicação serão responsabilizados por falas de entrevistados, ou seja, se o entrevistado "mentir", sendo que havia "indícios" da mentira antes, então os próprios veículos serão punidos. Entidades de imprensa cobram esclarecimentos do STF para entender melhor a medida. Eu ajudo: cria-se o Ministério da Verdade oficialmente no país, e os ministros do STF decidem o que é verdade ou mentira - os mesmos que garantiriam a inviabilidade das urnas, a inocência do terrorista Battisti, entre tantas outras coisas.

Paulo Eduardo Martins comentou: "As entidades de imprensa, tão entusiastas da construção do regime da junta de toga, podem ficar tranquilas. Quando seus representados forem acionados judicialmente por causa de entrevistas, eles poderão recorrer ao Supremo. Flávio Dino estará lá". Flávio Gordon foi ainda mais sarcástico: "Calma, jornalistas. Trata-se de uma medida excepcionalíssima de democracia defensiva. É só até achatar a curva do bolsonarismo…"

Na Globo News a chamada falava em o STF "nortear a imprensa", como se o jornalismo precisasse da tutela suprema. Não resta a menor dúvida de que a própria imprensa tradicional alimentou esse monstro. Para derrotar Bolsonaro, toparam fechar os olhos ou mesmo incentivar o abuso de poder supremo. Aplaudiram a censura de jornalistas "de direita". Bolsonaro era muito tosco com jornalistas, muito grosseiro! Vamos trazer Lula de volta, aquele que quer transformar o Brasil numa Venezuela ou China. Há liberdade de imprensa nesses países?

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