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A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) foi criticada por partidos de esquerda por levar a filha bebê para a ocupação do plenário da Câmara dos Deputados, entre terça-feira (5) e quarta-feira (6), durante o protesto dos parlamentares após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A deputada federal, que fez vídeos com a criança na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que levou a menina para amamentação durante o bloqueio da pauta na Câmara. Segundo a bancada de oposição, um acordo foi costurado com Motta para a retomada dos trabalhos legislativos com votação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e o fim do foro privilegiado.

Zanatta defendeu a liberdade de levar a filha para a amamentação, onde a mãe estiver, e chamou a reação da esquerda de hipocrisia. A parlamentar catarinense foi acusada de usar a filha como “escudo humano” pela deputada federal Taliria Petrone (Psol-RJ).
“Em pleno Agosto Dourado, mês de incentivo ao aleitamento materno, ver feministas me atacando por conciliar maternidade e trabalho é emblemático: expõe toda a hipocrisia desse movimento”, rebateu Zanatta.
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O deputado petista Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, acionou o Conselho Tutelar de Brasília por causa da presença da criança no protesto. Ele acusou a deputada do PL de violar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por permanecer com a filha bebê durante a ocupação da Câmara “sob alertas e possibilidade de intervenção da Polícia Legislativa”.
Para Júlia Zanatta, a presença da criança de colo é um símbolo para que outras mães possam criar os filhos com valores e liberdade no Brasil. “Levei minha filha, sim, com muito orgulho, porque ali é a Casa do Povo. Fui prestar conta ao meu eleitorado, ao meu país e às minhas filhas que são a minha continuidade histórica”, declarou.
Ela também lembrou que o Psol acionou o Suprema Tribunal Federal (STF) contra a norma do Conselho Federal de Medicina (CFM), que proibia a assistolia fetal. “Quem usa crianças como escudo são vocês, que camuflam a pauta abortista por trás de discursos bonitos sobre direitos reprodutivos [...] É tanta sanha abortista que até a medicina virou um detalhe inconveniente”, retrucou.
Em 2022, Zanatta foi eleita deputada federal por Santa Catarina com 111,5 mil votos, defendendo bandeiras conservadoras como a liberdade do armamento civil, a legítima defesa da vida e da propriedade e a defesa da liberdade de expressão. Ela também é um dos nomes cotados para a disputa pelo Senado por Santa Catarina em 2026. Porém, a ida de Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para o estado catarinense pode alterar os planos políticos da parlamentar.
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