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Ricardo Nunes (MDB) marcou presença em manifestação de apoio ao ex-presidente Bolsonaro (PL)
Ricardo Nunes (MDB) marcou presença em manifestação de apoio ao ex-presidente Bolsonaro (PL)| Foto: Rodrigo Costa/Alesp

A passagem do governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB-RS) por São Paulo aumentou a tensão no ninho tucano e evidenciou o racha no partido nas eleições de 2024 na maior capital do país. A bancada tucana na Assembleia Legislativa de São Paulo já declarou que trabalha pelo apoio do PSDB à pré-candidatura do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), aliado de Jair Bolsonaro (PL).

Considerado o principal nome do PSDB para as eleições presidenciais de 2026, Leite participou de palestra no ciclo de debates "O Brasil na visão das lideranças públicas", promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso (FHC), na última segunda-feira (26), e fez críticas à polarização do país com o presidente Lula (PT) e Bolsonaro nos polos políticos antagônicos.

Em entrevista ao jornal O Globo, Leite criticou a aproximação do PSDB de São Paulo com a pré-candidatura de Nunes, que terá o bolsonarismo paulista ao lado na disputa pela reeleição, fazendo frente à chapa da esquerda com Guilherme Boulos (Psol) e Marta Suplicy (PT). O PL indicou o coronel Ricardo Mello Araújo como vice para a chapa de Nunes, que assumiu o cargo de chefe do Executivo paulistano após a morte do prefeito tucano, Bruno Covas, em 2021. Nunes ainda não confirmou o nome de Mello Araújo como vice.

“O trabalho dele começa com o PSDB, inclusive com o prefeito Bruno Covas. Mas houve a escolha de um caminho de se associar justamente ao Bolsonaro, o que diverge, destoa, do que o PSDB está buscando representar, de uma alternativa nesse contexto político nacional”, disse Leite durante a entrevista, um dia após o ato pró-Bolsonaro na avenida Paulista, que contou com a presença do prefeito de São Paulo.

Nunes reagiu e lembrou que foi escolhido como vice-prefeito por Covas e estava dando continuidade aos compromissos com a sociedade, estabelecidos durante a campanha eleitoral em 2020. “Esperaria do governador Eduardo Leite um pouco mais de maturidade nesse tema, ressaltando que o candidato sou eu e não outro personagem. Inclusive o meu partido, o MDB, apoiou ele para o governo [do RS]”, rebateu o prefeito de São Paulo, durante coletiva à imprensa.

A declaração de Leite de que a aproximação ao pré-candidato bolsonarista não estaria alinhada ao projeto nacional do partido também foi criticada pelos deputados estaduais da Federação PSDB-Cidadania, que manifestam apoio ao atual prefeito paulistano e vão defender a aliança durante as convenções tucanas para oficializar a entrada na coligação nas eleições municipais.

“O Nunes era o vice do Bruno Covas e tenho certeza que ele apoiaria [a chapa]. Então, temos muita confiança no trabalho dele e a nossa vontade é que o partido caminhe com o Ricardo Nunes”, afirmou o líder da bancada tucana na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Vinícius Camarinha (PSDB-SP), em entrevista à Gazeta do Povo.

Questionado sobre a declaração de Eduardo Leite, ele respondeu que é amigo pessoal do governador gaúcho, mas diverge da posição do PSDB nas eleições na capital paulista. Leite é favorável a uma candidatura encabeçada pelo partido. “Na minha avaliação, devemos apoiar o Ricardo Nunes e quero conversar com o governador do Rio Grande do Sul para entender um pouco mais. É o caminho natural [apoiar Ricardo Nunes] e São Paulo vai decidir por São Paulo, não tenho dúvidas sobre isso”, declarou Camarinha.

O deputado estadual ressaltou que o apoio tucano a Nunes ainda não foi definido formalmente, opção que deve ser discutida nas convenções partidárias. “A bancada vai trabalhar nesse sentido para que o PSDB apoie o atual prefeito”, completa.

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