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O parque de diversões da Cacau Show, empresa especializada em chocolates, ganha forma em uma área total de 7 milhões de metros quadrados no município de Itu (SP). Distante cerca de 100 quilômetros da capital paulista, na Rodovia Castelo Branco, a área do parque fica situada entre os kms 77 e 84,5, perto da divisa com Mairinque.
A projeção é que o parque da Cacau Show atraia cerca de 3 milhões de visitantes por ano. “O Cacau Park nasce com o propósito de materializar o universo mágico da Cacau Show em uma experiência imersiva e inesquecível. Afinal, os primeiros 35 anos foram sobre cacau e os próximos 35 serão sobre show”, afirma Alexandre Tadeu da Costa, fundador e diretor-executivo da Cacau Show.
A empresa de chocolates foi fundada em 1988, quando Costa tinha 17 anos. O jovem empreendedor de então contava com um capital de US$ 500, emprestados pelo tio. Tendo iniciado com a produção artesanal de chocolates, no ano de 2001 abriu a primeira loja física.
Passadas duas décadas, tornou-se a maior rede de chocolates finos do Brasil, contando com mais de 5 mil lojas em todo o país. Em 2024, a Cacau Show faturou R$ 6,2 bilhões e estima alcançar R$ 8,4 bilhões em 2025. O parque de diversões em terras paulistas é uma comemoração aos 35 anos de empreendimentos.

Atrações do Cacau Park buscam atrair público internacional
O projeto do Cacau Park conta com mais de 100 atrações, além de hotéis e um boulevard a céu aberto com lojas, restaurantes e espaço para shows. A inauguração está prevista para daqui a três anos. A primeira fase, com obras avançando, trará o “Mundo maia”, área temática que mergulha os visitantes nas civilizações antigas da Mesoamérica.
“O 'Mundo maia' está na primeira fase de entrega da nossa obra. É uma homenagem à origem sagrada do cacau. A atração transporta os visitantes para um universo ancestral, onde o cacau era mais do que um alimento, era símbolo de valor e espiritualidade”, explica o empresário.
A Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil (Adibra) avalia que o novo parque conta com potencial de atração internacional. "Este projeto mudará o cenário dos parques de diversões no Brasil, tornando-se um dos principais atrativos turísticos do país e da América Latina”, projeta Vanessa Costa, presidente da Adibra.
No futuro Cacau Park ganha forma aquela que está sendo projetada para ser a maior e mais rápida montanha-russa da América Latina. Criada pela Vekoma, a atração terá 55 metros de altura e alcançará 120 km/h em apenas 5 segundos. O percurso será de 1 quilômetro.
O modelo dever ser parecido com o "Ghostrider", atração nova no catálogo da fabricante holandesa. Nele, os passageiros experimentam um lançamento, inversões e "gravidade zero". A Vekoma é responsável pela fabricação de algumas das atrações mais disputadas dos parques do Walt Disney World Resort, em Orlando.
Cacau Park terá dois hotéis integrados
O projeto da Cacau Show mira no chamado turismo de experiência. A marca já opera dois hotéis temáticos: o Bendito Cacau Family Resort, em Águas de Lindóia (SP), e o Bendito Cacau Spa Hotel, em Campos do Jordão (SP). Ambos oferecem vivências sensoriais e gastronômicas ligadas ao universo do chocolate.
Para o complexo do Cacau Park, virão mais dois hotéis integrados. O novo Bendito Cacau Family Resort contará com 700 leitos. Voltado às famílias, o hotel terá atividades lúdicas e áreas interativas. O Spa Hotel, com capacidade de 300 leitos, vai acolher casais e visitantes que buscam relaxamento em meio à natureza e ao imaginário da marca. Além disso, o parque contará com um boulevard temático. O espaço reunirá lojas, restaurantes, centro de convenções, galeria de arte, espaço cultural e até condomínios residenciais.

No espaço do Cacau Park, até 50 mil visitantes poderão ser atendidos por dia, com estacionamento com capacidade de receber 8 mil carros e 400 ônibus - o recorde de visitas do Beto Carrero World, em Santa Catarina, foi registrado em 22 de outubro de 2024, um sábado, com 25 mil visitantes, conforme a Adibra.
A construção do Cacau Park estima empregar cerca de 2,8 mil pessoas. Após a inauguração, o parque deve gerar 3 mil empregos diretos e 6 mil indiretos. A atração calcula um impacto econômico de R$ 35 bilhões em 10 anos.
Cacau Park incorpora experiência do Playcenter
Em abril de 2024, a Cacau Show comprou o grupo Playcenter. O anúncio reacendeu rumores sobre a possível volta do icônico parque paulistano. Durante 30 anos, o Playcenter funcionou na zona norte de São Paulo, a menos de um quilômetro da casa onde Alê Costa cresceu, o que facilitava a frequência em visitas e a relação de afeto com o parque.
Desde o encerramento das atividades principais, em 2012, o Playcenter passou a operar em formatos reduzidos: os Playland, com cerca de mil metros quadrados, e os Playcenter Family, com até 10 mil. Após a aquisição, ambos passaram a exibir a nova assinatura “by Cacau Show”, reforçando a integração com a marca.
Inaugurado em 1973, o parque se inspirava nos grandes centros de diversão dos Estados Unidos e da Europa. Alê Costa aposta na experiência de funcionários que trabalharam no Play Center para acelerar a aprendizagem do grupo no setor do entretenimento, inclusive para não repetir erros que levaram ao fechamento o parque de sucesso dos anos 1980 e 1990.

Setor movimentou R$ 8,4 bilhões em 2024
Mais de 138 milhões de pessoas visitaram parques e atrações de turismo e entretenimento no Brasil no ano passado. O faturamento do setor foi de R$ 8,4 bilhões, de acordo com a terceira edição do estudo de Panorama Setorial, do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) e Adibra.
Os números representam crescimento em relação a 2023, quando os parques somaram 127 milhões de visitantes e arrecadaram R$ 7,6 bilhões — altas de 8,6% e 10,5%, respectivamente. O levantamento mapeou 854 parques, atrações e Centros de Entretenimento Familiar em operação no país em 2024. O relatório mostra ainda que o setor soma R$ 12 bilhões de investimentos em andamento, entre novos projetos e reinvestimentos.
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