• Carregando...
Janaina Paschoal, ex-deputada estadual, teme a eleição de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo
Janaina Paschoal, advogada e ex-deputada estadual em Sâo Paulo.| Foto: EFE/Cadu Gomes

A ex-deputada estadual Janaina Paschoal (sem partido) está considerando voltar para a política nas eleições municipais de 2024. Preocupada com a força que a esquerda está construindo em São Paulo, ela reflete sobre qual legenda se filiará.

Após passar pelo PSL e pelo PRTB, Janaina Paschoal recebeu recentemente diversos convites para integrar partidos, entre eles para compor como vice a chapa da pré-candidata Marina Helena (Novo). À reportagem da Gazeta do Povo, Janaina afirmou que não tem nada definido. Ela também não decidiu se sairá como candidata nas eleições de 2024, decisões que deve tomar até meados de março, uma vez que o prazo limite para a filiação partidária é no início de abril.

Na balança devem pesar os resultados das pesquisas eleitorais que mostrarão de que forma a direita conseguirá se fortalecer frente à pré-candidatura da chapa de Guilherme Boulos (Psol) e Marta Suplicy (PT).

“A princípio voto em Marina Helena (Novo), salvo a construção dessa tal frente ampla já para o primeiro turno”, diz ela, se referindo à coligação que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defende formar em torno de sua candidatura à reeleição.

Questionada se o lançamento do nome de Marina Helena pelo Novo ainda estaria em aberto, Janaina afirmou que elegê-la “seria um sonho”, mas que é preciso ponderar a força dessa chapa: “Que eu saiba Marina é candidata e não tem volta. Dada a força da esquerda, eu penso que não se pode descartar esse tipo de diálogo [com Nunes]. Mas falo por mim, não por ela, nem pelo Novo.”

Em relação aos outros nomes que ventilam no cenário eleitoral municipal em São Paulo, Janaina não descartou o apoio a Ricardo Nunes. “Nada contra o prefeito, só gostaria de uma defesa mais firme de nossas pautas. Ele até ensaia, mas recua muito. Mas, como te disse, o cenário está aberto.”

Sobre a pré-candidatura de Tabata Amaral (PSB), Janaina afirmou que não a apoiaria. “Com todo respeito à deputada, ela é de esquerda”. Kim Kataguiri, pré-candidato pelo União Brasil, também é um nome que não teria apoio dela. “Eu tive uma experiência muito ruim com o MBL. Não apoiaria o Kim, muito embora respeite a história pessoal dele”, disse.

Janaina Paschoal vê riscos em uma esquerda forte e com apetite

Atualmente dedicada à carreira acadêmica como professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Janaina Paschoal havia dado uma pausa na vida política após viver uma montanha russa em termos de popularidade.

Em 2018, sob o título de autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), ela foi eleita deputada estadual da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo PSL batendo o recorde histórico de votos a um parlamentar. Em 2022, no entanto, depois de desferir críticas ao então presidente da República, Jair Bolsonaro, perdeu a eleição à senadora por São Paulo pelo PRTB com cerca de 2% dos votos válidos.

Em relação à corrida à prefeitura de São Paulo em 2024, Janaina afirma que “a esquerda está muito forte e muito cheia de apetite no país inteiro”, contando “com apoio das Universidades, da Imprensa, da classe artística”, além de “muitos quadros nas carreiras jurídicas.”

“Temos chances reais de perder São Paulo, com impacto no futuro político do País. Não vejo uma direita consciente sobre o mal que isso representa.”

Janaina Paschoal, ex-deputada estadual

Janaina afirmou que “seria necessário um absoluto desapego para [a direita] ter chances de ganhar e governar plenamente” e que tem dúvidas se isso será possível. Em sua análise, ela vê o fenômeno “Rodrigo Garcia se repetir”, quando o então governador tentou a reeleição e obteve apenas de 18,40% dos votos válidos, levando o PSDB a perder o governo do estado de São Paulo pela primeira vez depois 28 anos.

“Ele [Garcia] tinha a máquina e era muito mais experiente que Nunes, todos achavam que isso bastava. Não bastou”, diz ela, que se preocupa com o fato de Boulos ter Lula como cabo eleitoral enquanto não há ninguém do outro lado para “compensar” essa figura. “Duvido que ele [Bolsonaro] vai se comprometer. Ele só joga jogo ganho e tem medo do insucesso”.

“Não vejo do lado de cá [da direita] pessoas conscientes do momento grave que estamos vivendo. Bolsonaro só pensa nele e na família dele.”

Janaina Paschoal, ex-deputada estadual

Outra preocupação de Janaina é em relação às habilidades políticas de Boulos, um político “mais parecido com Lula que os filhos de Lula”, o que faz com que ele já “saia na frente” da corrida eleitoral.

“Ele tem a força do PT e do Psol, mas também tem a habilidade de não falar sobre nada concreto. Pergunte a ele sobre o aborto aos 8 meses em caso de estupro, ele vai te enrolar e não vai responder. O pior é que há o risco de ele fazer uma bancada gigante de esquerda na Câmara”, diz ela.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]