Escolhido a dedo pelo governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário de Projetos Estratégicos do governo paulista, Guilherme Afif Domingos, elenca outros nomes como prioritários para a próxima corrida eleitoral - a frente do próprio Tarcísio. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Afif revelou detalhes da relação de Tarcísio com o presidente Lula (PT) e também abordou o julgamento a respeito da inegibilidade de Jair Bolsonaro.
Afif tem longa vida pública e muita facilidade de dialogar com diferentes posições políticas. O empresário foi responsável por coordenar a transição da gestão Tarcísio em São Paulo. Além disso, é o único que conduz uma secretaria extraordinária no estado.
Trânsito político de Tarcísio
Afif ressaltou a habilidade política de Tarcísio. “Ele tem dito uma atitude exemplar. O governador não mistura questões partidárias com interesse público. Ele tem um bom diálogo com o governo federal. Não existe governador de oposição. Governador é governo. E ele tem que conversar com todas as esferas públicas”.
Desde o início do governo Tarcísio, volta à baila a questão de ser o governador um “bolsonarista raiz” e se está disposto a brigar pelas pautas da direita. Para Afif, não há dúvida da lealdade do governador. “O Tarcísio tem personalidade própria, ele declara que é muito grato ao Bolsonaro. E tem sido muito correto com o Bolsonaro, inclusive quando ele vem visitá-lo aqui em SP. A prova é cabal, ele é muito amigo do Bolsonaro. Mas ele precisa conversar com o presidente atual”, enfatiza.
Sucessor de Bolsonaro como candidato à Presidência?
Questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro se tornar inelegível, Afif logo tirou o governador de São Paulo do páreo para a próxima corrida presidencial.
“Política tem fila e precisa ser respeitada. O Tarcísio é um talento e uma revelação, mas ele tem que ter um tempo de maturação da sua imagem".
Secretário de Projetos Estratégicos do governo paulista, Guilherme Afif Domingos
E completou: "Ele precisa demonstrar essas aptidões. Existem opções se destacando no centro-direita. Romeu Zema, Ratinho Junior e Ronaldo Caiado são lideranças que estão no seu segundo mandato e o Tarcísio ainda está no primeiro. O bom senso pede que ele fique como governador por oito anos. É o que eu o aconselho todos os dias quando o vejo”.
Afif fez parte da equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia no governo passado. Sempre defendeu que, para ser candidato à Presidência da República, primeiro era preciso terminar a sua missão no seu estado e com obras sólidas. “Tarcísio precisa completar dois mandatos à frente de SP com boas obras de infraestrutura para depois concorrer (à presidência).” O secretário cita algumas das obras para alavancar uma possível candidatura de Tarcísio no futuro: trem intercidades, conclusão do metrô e do Rodoanel, mudança do centro administrativo do governo e fim da cracolândia.
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