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São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, foi palco de uma tragédia provocada por fortes chuvas em fevereiro de 2023.
São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, foi palco de uma tragédia provocada por fortes chuvas em fevereiro de 2023.| Foto: Rovena Rosa / Arquivo / Agência Brasil

O município de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, terá 180 dias para adotar medidas de prevenção contra tragédias climáticas. A decisão foi proferida pelo juiz Vitor Aquino de Oliveira no âmbito de uma ação proposta pelo Ministério Público após os temporais de fevereiro de 2023, que provocaram deslizamentos e enchentes. Naquele desastre, 64 pessoas morreram e 4 mil ficaram desalojados ou desabrigados.

A ação proposta pelo Ministério Público cita um estudo de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), no qual há a indicação de áreas com grandes riscos de inundação e desmoronamentos. Para os promotores, nada foi feito desde então. Por isso, o juiz determinou que a prefeitura de São Sebastião adote as medidas apontadas no Plano Municipal de Redução de Riscos.

Na decisão, o magistrado determina que o município precisa adotar medidas de mitigação de danos em áreas onde há possibilidade de deslizamento nos bairros de Maresias, Morro do Abrigo e São Francisco, atingidos pelos temporais no ano passado. Ainda dentro dos seis meses previstos na decisão, o juiz aponta a necessidade de a gestão municipal atualizar o mapeamento de riscos, “executando todas as medidas estruturantes e não estruturantes que se façam adequadas à nova classificação eventualmente alcançada”.

Todas as ações a serem tomadas pela prefeitura, determinou o magistrado, devem ser acompanhadas por um cronograma de ações de fiscalização e controle da ocupação de áreas de risco no município. Por fim, o juiz determinou a limpeza periódica das valas e canais de drenagem e a adoção de medidas de monitoramento das condições meteorológicas e a avaliação periódica do avanço de ocupação populacional para evitar a construção de novas moradias em áreas de risco.

Decisão se estende ao governo do estado de São Paulo

A decisão do juiz Vitor Aquino de Oliveira se estende ao governo do estado de São Paulo. Desta forma, a gestão de Tarcísio de Freitas (MDB) foi obrigada a colaborar com a prefeitura de São Sebastião na identificação de áreas de risco e no monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico dessas áreas, em caso de omissão da gestão municipal. Prefeitura e governo estadual podem recorrer da decisão.

Prefeitura de São Sebastião e governo estadual garantem que não há inércia nem omissão

Em manifestações durante a tramitação do processo, a prefeitura de São Sebastião afirmou que “não está inerte” e que o avanço na execução de políticas públicas de mitigação de riscos na cidade “é notório”. Para a administração municipal, os argumentos do MP se baseiam na completa omissão da prefeitura, “o que não representa a verdade”.

Para o governo do estado de São Paulo, as medidas solicitadas pelo Ministério Público são de atribuição da prefeitura. Ainda assim, o estado garante que vem apoiando e colaborando na implementação de tais ações. “Não é possível falar em omissão do estado de São Paulo”, apontou.

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