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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 12 pessoas envolvidas no conluio entre agentes públicos da Polícia Civil e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foram investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a partir do acordo de delação premiada do empresário Vinícius Gritzbach. O delator foi executado com tiros de fuzil no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em novembro do ano passado.
Entre os denunciados na última sexta-feira (21) está um delegado e um investigador da Polícia Civil de São Paulo, responsáveis pelas investigações contra o empresário, que foi acusado de ser o mandante do assassinato de um dos líderes da facção criminosa. A dupla e outros policiais civis foram denunciados pela prática de lavagem de capitais e de crimes contra a administração, como peculato e corrupção passiva.
Segundo o MP-SP, essa é a segunda denúncia em consequência da operação Tacitus, realizada em dezembro pelo Gaeco, em parceria com a Polícia Federal, para investigação do envolvimento de policiais com a organização criminosa no vazamento de informações, vantagens e lavagem de dinheiro em troca de propinas. Neste mês, a Polícia Federal indiciou 14 pessoas por envolvimento com o PCC.
"Segundo apurado, as condutas imputadas aos denunciados estão inseridas no contexto das atividades ilícitas da organização criminosa denominada Primeiro Comando da Capital, notadamente no bairro da zona leste do município de São Paulo, para a lavagem de capitais do produto e proveito do crime de tráfico de drogas e outros crimes correlatos praticados pelos seus integrantes", apontam os promotores paulistas que assinam a denúncia.
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O MP-SP pediu à Justiça o confisco alargado de R$ 40 milhões dos denunciados e a manutenção das medidas cautelares já impostas. De acordo com os promotores, o delator Vinícius Gritzbach "exerceu papel estruturante na construção e funcionamento de um sofisticado esquema financeiro ilícito".
O Ministério Público paulista ainda pediu que seja autorizado o compartilhamento de provas da investigação contra o PCC com a Corregedoria da Polícia Civil para “garantir a imediata instauração ou, caso já instaurados, a adequada instrução, dos procedimentos administrativos disciplinares referentes às condutas dos denunciados”.
Entre as provas citadas, que fundamentaram a denúncia, conforme a promotoria, estão documentos, anotações, extração de dados de celulares e informações obtidas por meio de quebra de sigilo com autorização judicial.








