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Estudos avaliam a reposição de testosterona

Dois estudos sobre o tratamento de reposição de testosterona, ainda em andamento, foram apresentados durante a última edição do Congresso Europeu de Urologia. O Estudo de Vigilância de Pós-Auto­­rização observou o resultado do medicamento Nebido em 1,5 mil homens de 25 países que sofrem do distúrbio androgênico do envelhecimento masculino (DAEM).

O levantamento revelou resultados positivos. O índice de paci­­en­­­tes com depressão que usaram o medicamento diminuiu de 30% para 3%. O número de homens em tratamento que revelaram ter pouca ou muito pouca libido caiu de 62% para apenas 11%. Apenas 6% dos pacientes relataram algum incômodo com o uso do medicamento.

O estudo Registro de Hipo­gonadismo em Homens, patrocinado e realizado pelo Instituto de Pesquisas da Nova Inglaterra, envolve a participação de mil pacientes diagnosticados com DAEM na Europa. O objetivo do estudo, que será concluído em 2013, é examinar a história do transtorno, a progressão e os tipos de tratamento disponíveis no mercado.

Impacto

Outros efeitos da falta de testosterona:

- Diminuição do desejo sexual e da frequência e qualidade de ereção

- Mudanças de humor e diminuição da função cognitiva

- Distúrbios do sono

- Diminuição de massa e volume e força muscular

- Aumento de gordura visceral

- Diminuição de pelos e alterações na pele

- Diminuição de densidade óssea e mineral

Causas

Além da idade, outros fatores que podem causar o hipogonadismo:

- Síndrome de KlinifelterConsumo exagerado de álcool

- Intoxicação por metais pesados

- Inflamação dos testículos

- Uso abusivo de remédios para a dor

- Doenças crônicas

- Aids

Cansaço, tristeza, irritabilidade, falta de desejo sexual. Muitos homens sofrem com esses sintomas a partir dos 40 anos, mas acreditam que são normais e que estão relacionados ao envelhecimento. Os sinais, entretanto, podem indicar um problema mais grave: o distúrbio androgênico do envelhecimento masculino (DAEM), também chamado de hipogonadismo ou popularmente como "andropausa", doença que atinge cerca de 20% dos homens acima dos 60 anos.

Além do impacto na qualidade de vida, a diminuição dos níveis de testosterona – responsável por controlar as funções sexuais (como libido, potência e fertilidade) e preservar a aparência e a saúde do organismo masculino – pode causar complicações como obesidade, diabete, osteoporose, hipertensão e doenças cardiovasculares.

"Pesquisas comprovam que a diminuição de testosterona está associada, em muitos casos, à síndrome metabólica, caracterizada pelo aumento da circunferência abdominal e pela associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares", explicou o especialista em endocrinologia e andrologia Michael Zitzmann, pesquisador do Centro de Medicina Repro­dutiva e Andrologia de Münster, na Alemanha, durante o Congresso Europeu de Urologia, que ocorreu entre os dias 16 e 20 de abril na cidade de Barcelona, na Espanha. "Homens com a síndrome são cerca de três vezes mais propensos a desenvolver hipogonadismo. É um ciclo vicioso. A síndrome metabólica tanto pode causar quanto pode ser causada por deficiência de hormônio."

A síndrome aumenta o risco de mortalidade em cerca de duas vezes e de desenvolvimento das doenças cardíacas em três. Aproximadamente 25% da população adulta sofre com o transtorno. Uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos podem amenizar as complicações. Mas, quando se comprova a deficiência de testosterona, a solução para combater todos esses males, segundo os especialistas, é a reposição do hormônio.

Câncer

Existe a crença de que o tratamento de reposição pode aumentar as chances de câncer de mama, já que há um aumento das taxas de PSA (marcador tumoral) no sangue e também do tamanho da próstata. O urologista Ridwan Shabsigh, professor da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, assegurou que não existem evidências da associação entre reposição hormonal e câncer. "Quem sofre de DAEM tem a próstata menor, com um volume médio de 10 milímetros. Quando ocorre o tratamento hormonal, ela atinge o seu tamanho normal, que é de cerca de 20 milímetros. O mesmo ocorre com o índice de PSA, que aumenta, mas não ultrapassa o nível saudável", disse.

O tratamento hormonal pode ser realizado durante toda a vida do homem, desde que o paciente não tenha o câncer. "Até mesmo homens que já tiveram câncer de próstata podem usar o hormônio, mas não vale para todos, é necessário avaliar cada caso", completou Shabsigh. Três em cada quatro homens acima dos 80 anos podem apresentar casos de câncer microscópico da próstata, mas quase sempre o tumor não apresenta grandes riscos.

Vários estudos indicam que o hipogonadismo é frequentemente mal diagnosticado e tratado inadequadamente, já que os sintomas podem ser atribuídos ao envelhecimento ou a outras doenças. "Menos de 1% dos homens diagnosticados com DAEM recebe tratamento adequado. A falta de informação sobre a doença, tanto entre pacientes quanto entre os próprios médicos, afeta significativamente a qualidade de vida do sexo masculino", lembrou Sieg­­fried Meryn, professor da Uni­­versidade Médica de Viena, na Áustria, e presidente da Sociedade Internacional de Saúde Masculina.

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* A jornalista viajou a convite da Bayer Schering Pharma.

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