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Ioga, massagens e meditação podem fazer a diferença para começar o próximo ano bem |
Ioga, massagens e meditação podem fazer a diferença para começar o próximo ano bem| Foto:
  • Pedras quentes relaxam a musculatura pelo calor e estimulam os centros de energia do corpo
  • A massagem ayurvédica ajuda Sílvia a manter a paz durante a gravidez
  • Ana Lúcia Mori evitou uma cirurgia na coluna com a prática do Hatha Yoga
  • Aprenda alguns passos de uma massagem que pode ser feita pela própria pessoa

Chega ao fim mais uma volta da Terra ao redor do Sol. Por mais que ela tenha repetido esse movimento centenas de milhões de vezes, para nós, simples mortais, é sempre um recomeço, cheio de simbolismos, esperanças e projetos. Por que não aproveitar o fim deste ano e o começo do próximo para colocar a vida em ordem? Que tal começar equilibrando corpo e mente, recarregando as energias para o começo do novo ciclo?

A psicóloga Isabela Oliveira, do Hospital Pilar, explica que essa é uma época em que tudo fica mais acelerado, com as festas e o fechamento dos projetos no trabalho. Com a ansiedade e pressão tomando conta dos dias, não há quem agüente. "Tudo o que é novo cria expectativa. No trabalho, o peso das metas que não foram alcançadas ao longo do ano são estímulos estressores, os quais nem todo mundo consegue administrar", diz.

Ela afirma que o estresse não vem do trabalho ou da vida corrida que levamos, mas do modo como administramos e enfrentamos isso. "Muito se fala em estresse como um mal moderno. Na verdade ele sempre existiu, só que antigamente as pessoas se permitiam ter um tempo para relaxar, se desligar um pouco", explica, recomendando justamente, essa pausa.

Massagens

Entre as técnicas de relaxamento mais conhecidas, a massagem é, provavelmente, a mais emblemática. São diversos os tipos, como a indiana ayurvédica, o shiatsu oriental e a sueca, cada uma com suas aplicações específicas, mas que sempre visam ao relaxamento dos músculos e tendões e aliviam o cansaço.

E quando o assunto é massagem, o homem ocidental tem muito a aprender com o Oriente. As práticas que focam o bem-estar do corpo e o contato com a natureza datam de milênios atrás e continuam a promover uma vida mais equilibrada. "Enquanto as ocidentais têm uma visão mais anatômica, de relaxar o tecido muscular, as orientais têm como intenção liberar o fluxo de energia do corpo e movimentá-la", diz Daniela Reis, diretora do Gaya Yoga Spa.

Ela cita, entre as diversas opções, a das pedras quentes, que usa pedras basálticas aquecidas em determinados pontos do corpo. "Essa técnica trabalha o conceito físico do calor, aplicado em pontos específicos para relaxar a musculatura e também ativar os shakras, que são centros de energia no corpo. É excelente para aliviar a tensão e dores musculares." recomenda.

Outra técnica é a massagem ayurvédica que, apesar de ser conhecida como terapia "alternativa", tem todos os requisitos para ser chamada de tradicional. São mais de cinco mil anos, não da sua criação, mas da compilação dos ensinamentos do Ayurveda, "a ciência da vida", na forma escrita. O terapeuta ayurvédico Paulo Rochinski, do Espaço Anam Cara, diz que o Ayurveda é uma terapia participativa. "(O sucesso) depende 50% da pessoa, 25% do terapeuta e 25% da terapia escolhida. O paciente tem de estar disposto a mudar hábitos de vida, como a alimentação", diz. Nenhum tipo de químico é utilizado, os óleos para massagem são todos de base vegetal e a orientação nutricional é vegetariana. "Dizemos que só se coloca na pele aquilo que se pode comer", fala.

A massoterapueta Kathleen Romanini Pace, do Centro Cultural Indiano Himalaias, explica que a Abhyanga, técnica de massagem ayurvédica que trabalha todo o corpo, utiliza óleos essencias botânicos."As massagens são indicadas para aliviar o estresse, são muito relaxantes e têm efeito terapêutico. Os resultados são sentidos já na primeira sessão", diz ela.

A servidora federal Sílvia Albuquerque Médici conta que há pouco tempo descobriu a massagem ayurvédica e adorou os resultados. "Sempre fiz massagem com um intuito não estético, mas de relaxamento", diz ela, que aprovou a técnica. Sílvia, que está grávida, descreve que após as sessões de massagem sente uma sensação de relaxamento profundo. "É algo que me faz muito bem, sinto um bem-estar, um relaxamento muito bom. Faria todo dia, se fosse possível", reconhece.

O terapeuta indiano idealizador do Espaço Himalaias, Munish Sood, há 11 anos no Brasil, explica que as terapias de relaxamento orientais enxergam o organismo como um todo e que as práticas só têm efeito se aplicadas com disciplina, reforçando a idéia de que hábitos saudáveis potencializam as terapias."Não adianta fazer ayurveda, reiki e manter uma vida estressante, comendo mal, dormindo mal, pensando no passado e no futuro, sem aproveitar e se concentrar no momento presente", adverte.

Movimentos

Conhecida como a "meditação em movimento", o Tai Chi Chuan usa de uma série de movimentos coordenados com a respiração para equilibrar as energias do corpo. "O Tai Chi mobiliza essa energia pela respiração e consciência que o aluno adquire do próprio corpo. Ele promove uma sensação de bem-estar que, com o tempo, estende-se ao longo do dia", conta Jorge Jefremovas, mestre e praticante há mais de 30 anos.

Ele explica que a prática segue os princípios da filosofia taoísta (baseada nos ensinamentos do filósofo Lao Tsé, que viveu no século 4 a.C.) e da medicina chinesa, que prega que a energia deve estar sempre em movimento no organismo. "A prática é o que menos importa, o aluno tem de estar disposto a procurar o autoconhecimento e o equilíbrio do seu corpo, aí sentirá os efeitos", comenta Jefremovas.

Da mesma forma que o Tai Chi, a Ioga – prática indiana que exige força, concentração e disciplina – tem conquistado cada vez mais adeptos em todo o mundo, que buscam benefícios para a saúde e concentração que a técnica traz. "A ioga trabalha a musculatura interna, que não é trabalhada na academia, e contribui muito para a postura. Já no primeiro mês o aluno sente os benefícios", conta Daniela Reis, que também é professora de ioga.

A aluna Ana Lúcia Mori confirma os resultados. Praticante há quatro anos, ela se livrou, com os exercícios, de uma cirurgia na coluna. "Foi bom em tudo, não só na parte física, mas também no controle da ansiedade, na mudança que fiz na minha alimentação e para me ajudar a ter pensamentos mais positivos em relação às coisas", relata Ana.

Quanto aos diversos estilos de ioga, a professora Vera Lúcia Chmielewski, do Navrattna Yoga, explica que o que muda, basicamente, é a base filosófica. "Se o aluno for pela filosofia, deve procurar com qual mais se identifica. Se for pela prática, o foco deve ser um lugar com bons instrutores. É bom que ele faça uma aula, veja se sente-se à vontade no espaço", aconselha.

E além da postura e vigor físico, a ioga trabalha a respiração correta. Quando bebês, usamos o diafragma e expandimos o peito para respirar, mas depois a respiração se torna curta e utilizamos apenas o tórax. "Isso diminui a oxigenação das células, que envelhecem mais rápido. Respirando corretamente, você aumenta sua capacidade de concentração e de manter a calma em situações tensas", afirma Vera.

Meditação

"Mente sã em um corpo sadio", já vislumbravam os antigos romanos. Para acalmar a consciência, a meditação budista propõe pensar em nada. "A meditação é um treino da mente. Se eu consigo fazer algo que apazigua a mente, meu corpo vai ter uma resposta benéfica", diz o instrutor de meditação do Espaço Paramitas, Bruno Davanzo.

Para quem quer começar, ele ensina um exercício simples: sente-se no chão com as pernas cruzadas sobre uma almofada, com a coluna ereta, sem apoiá-la na parede. Em seguida, com os olhos entreabertos, olhe para um ponto fixo no chão, a 45 graus do campo de visão. Preste atenção somente na sua respiração, e a cada inspirar e expirar conte um ciclo. Tente contar dez ciclos.

"É um exercício extremamente simples, mas ao fazer percebemos que não conseguimos contar até dez sem perder o foco, sem pensar em outra coisa", explica Davanzo. "Temos muita dificuldade em focar no presente, no que está acontecendo a nossa volta. As pessoas conversam umas com as outras, fazendo coisas, pensando em outras coisas. Não estamos 100% naquele lugar", completa.

O começo

Fazer algo por si não significa marcar uma terapia na agenda ou entrar em uma academia. Existem coisas simples que podem ser feitas com disposição, tempo e pouco dinheiro, como ambientar a casa. "Deixar entrar mais luz, acrescentar um aroma ao ambiente, isso já muda muito o clima do lugar", diz Daniela Reis.

A iogaterapeuta Vera Lúcia Chmielewski aconselha o uso de aromatizadores de ambiente (os de cerâmica funcionam com velas e podem ser encontrados por até R$ 3, os elétricos custam cerca de R$ 50) ou incensos. "O perfume que a pessoa cheirar e gostar é o certo. O uso de plantas vivas também dá um toque ao ambiente", diz ela, que ressalta: "separe um pequeno espaço para seu relaxamento."

Sair de casa também é uma boa idéia. Passear no parque e ter contato com o verde pode até salvar sua vida. Foi o que descobriram os pesquisadores escoceses Richard Mitchell e Donal Popham, da Universidade de Glasgow, que analisaram dois grupos formados por pessoas com mais de 40 anos. Entre as que freqüentavam áreas verdes a mortalidade por doenças cardiovasculares foi de menos da metade do que entre os que não tinham esse contato. "Nós acreditamos que os espaços verdes encorajam as pessoas a praticarem exercícios e reduzam seu nível de estresse, dois fatores que contribuem para evitar este tipo de doença", argumentou o professor Mitchell.

Segundo ele, todos deveriam adquirir o hábito de caminhar no parque. "Eu aconselharia não fumar, beber menos e praticar exercícios, de preferência em parques. Se o parque for longe de casa, use o transporte público."

O doutor em Ciência do Esporte e diretor do curso de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Carlos Alberto Afonso, aponta as férias e feriados do fim de ano como um ótimo momento para iniciar atividades que poderão fazer parte do cotidiano no período que está por vir. "Essa época é ideal para começar uma atividade física, como correr ou caminhar ao ar livre e tomar gosto pelo exercício, levando-o para o dia-a-dia. Mas só no período de férias não adianta", alerta.

Ele destaca que os parques são um privilégio para os curitibanos, que podem praticar atividade em locais livres de trânsito e poluição. Afonso diz ainda que essas áreas verdes são ambientes calmos para quem não gosta da agitação da academia. "A pessoa tem de escolher um lugar em que se sinta bem. Nem todo mundo gosta de uma academia com música alta e gente gritando. Se o ambiente não for agradável, a pessoa não faz com prazer", relata.

Depois de tantas recomendações e idéias você, leitor, já deve estar pensando: "amanhã mesmo vou começar algo para mim. Mas o ano já está acabando, será melhor esperar o ano que vem? E se o ano começar cheio de compromissos? E quando o frio chegar, vou continuar?" A iogaterapeuta Vera Lúcia dá o conselho para afastar as dúvidas que põem em risco a mudança de hábitos: "Nós nos conscientizamos de que é preciso mudar mas, por acomodação, preferimos continuar como estamos. Minha dica é que a pessoa dê o primeiro passo. Decida mudar e vá atrás."

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Serviço

Centro Cultural Indiano Himalaias: (41) 3022-7468.

Gaya Yoga Spa: (41) 3013-1115.

Navrattna Yoga: (41) 3244-2445.

Paramitas: (41) 3018-5056.

Senda Curitiba (Tai Chi): (41) 3018-8266.

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