Lesões decorrentes de exercícios físicos ou até mesmo do desgaste natural por causa da idade podem ocasionar problemas nas articulações do joelho. Estima-se que cerca de um terço da população sofra com esse tipo de problema. Dependendo do grau de gravidade, apenas a cirurgia pode devolver a totalidade dos movimentos.
No Paraná, pacientes que precisam desse tipo de procedimento já contam com uma técnica avançada, no Hospital Universitário Cajuru. Desde o final do ano passado está em uso, no hospital, o sistema de navegação para cirurgias ortopédicas. O sistema, que conta com o auxílio de um software de computador, é capaz de informar com precisão a posição exata em que a prótese deve ser colocada.
A técnica já é bastante utilizada em neurocirurgias e agora, com a aquisição de um novo aparelho e de um programa específico para ortopedia, passou a ser aplicada também em cirurgias de joelho quando é feita a reconstrução do ligamento ou colocação de prótese.
De acordo com o cirurgião ortopédico Mark Deeke, que coordena a equipe no Cajuru, o sistema localiza pontos de referência no corpo para permitir o melhor posicionamento dos implantes. "É uma técnica de refinamento. A vantagem é que ela permite que cada cirurgia seja individualizada, de acordo com as particularidades de cada paciente", explica.
Como resultado, a reconstrução biomecânica da articulação é muito mais precisa, o que evita o desgaste e aumenta a durabilidade da prótese. "Com isso podemos expandir a indicação para a utilização de próteses em pacientes mais jovens, já que esses não serão submetidos a inúmeras cirurgias para trocas protéticas", afirma Deeke.
Doze pacientes já foram operados. Segundo o médico, tanto jovens que sofrem algum trauma desportivo quanto pessoas mais idosas que apresentam um desgaste natural da articulação podem se beneficiar da técnica.
A consultora Maria de Lourdes Seraphyco Silva, 57 anos, fez a cirurgia há um mês, após passar por outras quatro cirurgias ao longo da vida. "Fiquei impressionada com a precisão da prótese quando vi o raio X. Estou surpresa também com a estabilidade e a flexibilidade que ela permite", conta.
Como em qualquer nova tecnologia, a utilização da navegação agrega um custo ao procedimento (cerca de R$ 3 mil). Alguns convênios cobrem a cirurgia. Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) também poderão ter acesso à técnica por meio de subsídios dos implantes e dos instrumentos pela empresa parceira que detém a tecnologia. (CV)
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