
O mal-estar costuma ser súbito, mas os sinais de alerta do cérebro, que sofre um acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame , são bem claros, quando se manifestam no organismo. Alterações na fala, dor de cabeça forte, tontura, incômodos na visão, perda da sensibilidade e dos movimentos de braços ou pernas significam necessidade de socorro rápido. A Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que os AVCs causam cerca de 5 milhões de mortes no mundo por ano. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), em 2010, mais de 6 mil pessoas morreram desse mal no estado.
"A suspeita é fácil de ser percebida, mas cada sintoma depende da região cerebral afetada pelo problema. O AVC acontece de repente e evolui rápido", alerta o vice-presidente da Academia Brasileira de Neurologia (ABNeuro), Rubens José Gagliardi.
De acordo com o diretor do Instituto de Neurologia de Curitiba e professor de Neuroanatomia do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Murilo Meneses, um terço dos casos de AVCs é fatal e 50% dos sobreviventes ficam com sequelas graves após o problema.
"Nem todos os casos apresentam sequelas. O AVC transitório, em que a pessoa manifesta os sintomas, mas se recupera, é um aviso para que o paciente procure atendimento e se previna de um AVC definitivo", explica Murilo.
De acordo com os médicos, existem dois tipos de AVCs (ver quadro), o hemorrágico como o sofrido pelo técnico do Vasco Ricardo Gomes, no final do mês de agosto , e o isquêmico. "Nas duas situações não há sangue novo para nutrir os tecidos cerebrais", explica Gagliardi.
Influência
Fatores genéticos podem influenciar a predisposição a esses acidentes vasculares, no entanto, são os hábitos de vida que mais contribuem para que o AVC aconteça. Diabéticos, hipertensos e fumantes precisam estar alertas, assim como pessoas com colesterol elevado e com problemas de coração.
"A realização de uma entrevista detalhada com o paciente, exames clínicos e físicos são fundamentais para que os fatores de risco e as doenças que podem ocasionar um AVC sejam identificados e tratados", diz o hematologista do Frischmann Aisengart Selmo Minucelli.
O AVC tem, ainda, relação direta com a idade quanto mais velho, maior o risco. Apesar de ser mais comum em pessoas acima de 50 anos, o problema também acomete jovens. "Nesses casos, é obrigatório investigar as causas genéticas que desencadeiam o derrame, como anomalias na corrente sanguínea, o que não é tão comum", afirma Minucelli. Em mulheres, o problema costuma se manifestar também após a menopausa.



