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Pesquisadores espanhóis demonstraram pela primeira vez envolvimento de uma proteína, a cannabinoide de tipo 2 (receptor CB2), nos efeitos viciantes da nicotina, o que poderia abrir novas vias terapêuticas para o tratamento desta dependência.

O estudo foi dirigido por Jorge Manzanares, catedrático de Farmacologia da Universidade Miguel Hernández (UHM) de Elche, em Alicante, e contou com a colaboração de outros cientistas das universidades de Valência e Pompeu Fabra de Barcelona.

Este trabalho, publicado na revista cientítica "Neuropsychopharmacology", aconteceu no Instituto de Neurociências, centro misto da UMH e do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha (CSIC).

No estudo, os pesquisadores exploraram diferentes aspectos relacionados com a dependência à nicotina, entre eles, os efeitos do ambiente, a capacidade dos ratos para auto-administrar a nicotina (reforço e motivação pelo consumo) e a síndrome de abstinência.

Também foram identificadas várias alterações cerebrais vinculadas às mudanças observadas nos estudos de conduta.

Os mecanismos que "são envolvidos" quando se consome nicotina não são conhecidos com precisão, mas foi sugerido que alguns circuitos cerebrais podem desempenhar um relevante papel na ação reforçante (que aumenta o desejo de consumo) da droga.

A identificação de um novo receptor cuja manipulação farmacológica seja capaz de reduzir a dependência do tabaco poderia resultar em uma interessante ferramenta para o tratamento desta dependência.

O professor Manzanares assinalou que "os ratos que carecem do receptor CB2 (CB2KO) não mostraram nenhum tipo de preferência por aqueles ambientes associados à administração da nicotina na prova de condicionamento de preferência de lugar".

Os ratos também não foram capazes de realizar a tarefa necessária para conseguir auto administrar a droga, fenômenos que também foi observado nos ratos tratados com o fármaco AM630, que bloqueia a ação dos receptores CB2.

"Estes achados sugerem que ditos receptores desempenham um papel crucial na regulação dos efeitos que a nicotina produz no cérebro", explicou Manzanares.

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