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O caminho da bactéria

A cistite atinge cerca de 50% das mulheres de todas as idades, ao menos uma vez durante a vida, segundo dados da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Em 85% dos casos, é causada pela bactéria E.coli encontrada no intestino, como explica o médico Rogério de Fraga, coordenador do ambulatório de uroginecologia do Hospital de Clínicas.

A bactéria alimenta-se do bolo fecal e equilibra a flora intestinal. Porém, quando está na bexiga, parasita a parede do órgão, causando a infecção. A anatomia da região genital da mulher – mais próxima ao ânus –, a torna mais vulnerável à contaminação, pois a bactéria migra mais facilmente do ânus para a uretra, alcançando a bexiga.

Prevenção

Confira os sintomas da inflamação na bexiga e os hábitos preventivos:

Sintomas

• Ardência ao urinar.

• Dores na bexiga, dores no ventre, perto da uretra, e nas costas, perto dos rins.

• Vontade de ir constantemente ao banheiro.

• Urina com cor mais escura.

Cuidados básicos

• Beba muita água durante todo o dia.

• Urine com frequência.

• Inclua frutas, verduras e fibras na alimentação.

• Urine após as relações sexuais, pois elas favorecem a entrada de bactérias na bexiga.

• Use o papel higiênico sempre da frente para trás.

• Evite roupas justas ou que retenham calor e umidade.

• Opte por roupas íntimas de algodão.

• Evite usar absorventes ou protetores diários fora do período menstrual.

• Durma com roupas soltas.

• Evite o uso de espermicidas e diafragmas, pois propiciam a colonização bacteriana.

Fonte: médicos uroginecologistas Rogério de Fraga, Fernando Meyer e www.prevenindoacistite.com.br

As inflamações da bexiga, também chamadas de cistite, atingem metade das mulheres pelo menos uma vez na vida e o tratamento geralmente é feito com antibióticos. Porém, para os casos de cistite recorrente – duas vezes no semestre ou três vezes ao ano – já existe um novo tratamento preventivo que estimula o sistema imunológico, diminuindo a frequência e a intensidade dos sintomas.

O medicamento chamado Uro-Vaxom é desenvolvido pela Apsen Farmacêutica e custa em torno de R$ 94, mas só deve ser usado com indicação médica. Segundo Rogério de Fraga, coordenador do ambulatório de uroginecologia do Hospital de Clínicas, o tratamento imunoestimulante é feito com comprimidos que possuem um extrato de diferentes tipos da bactéria Eschirichia coli (E.coli), principal causadora da infecção na bexiga. "Ele estimula o sistema imunológico a combater a bactéria, que terá mais dificuldade de proliferar-se. É um princípio parecido com o de uma vacina", completa. Por isso, o tratamento deve ser repetido de três em três meses.

Fraga também afirma que 80% dos casos de cistite recorrente são resolvidos com hidratação e hábitos de higiene. "A ação que mais protege o organismo é o fluxo urinário, pois com ele é eliminada uma quantidade significativa de colônias bacterianas que ficam na bexiga. Por isso, é importante que a paciente hidrate-se e não fique muito tempo sem ir ao banheiro."

Os hábitos de higiene, como a limpeza adequada da região perianal depois da evacuação e no banho são indispensáveis. Entretanto, o exagero também é perigoso. "A lavagem muitas vezes ao dia pode matar a flora vaginal natural, impedindo que o próprio organismo se defenda da bactéria", afirma Fernando Meyer, chefe da urologia do Hospital Cajuru. Também é importante manter uma alimentação saudável com frutas, verduras e fibras para garantir o bom funcionamento do intestino e impedir a proliferação da bactéria.

Algumas mulheres, mesmo adotando as medidas preventivas, desenvolvem novamente a infecção. Isso pode acontecer por causa da automedicação. Por isso, Meyer alerta para a importância do acompanhamento médico, pois outros fatores, como cálculos renais e até mesmo tumores na bexiga, podem estar relacionados com o reaparecimento do problema. "Se a paciente não faz o tratamento adequado, que só pode ser prescrito pelo médico, a dor passa, mas a causa da infecção pode não ser combatida, ocasionando a recorrência", explica. Em caso de não ser tratada corretamente, a cistite pode atingir os rins, gerando uma infecção mais grave.

Cuidado especial na gestação

Durante a gestação a mulher fica mais vulnerável à infecção, pois o transporte da urina torna-se mais lento, propiciando a proliferação da bactéria. A ginecologista Stella Miyazawa alerta que a infecção urinária é a principal causa de trabalho de parto prematuro. "Muitas vezes a cistite não manifesta sintomas na gestante, por isso é muito importante realizar o pré-natal", afirma. A dona de casa Jane da Rocha, 49 anos, teve cistite no início da sua primeira gravidez. "Fui ao banheiro e senti um ardor para urinar. Fiz o tratamento recomendado pelo médico e nunca mais tive a infecção."

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