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Pesquisa da UFPR revelou que algumas idosas mais do que duplicaram sua força após 12 semanas de musculação | Hedesona Alves/Gazeta do Povo
Pesquisa da UFPR revelou que algumas idosas mais do que duplicaram sua força após 12 semanas de musculação| Foto: Hedesona Alves/Gazeta do Povo

Exercite-se

Atividades gratuitas para idosos

Tanto a UFPR quanto a Universidade Positivo (UP) oferecem vagas para pessoas com mais de 60 anos que queiram fazer uma atividade física gratuitamente e ainda ajudar nas pesquisas de mestrado e doutorado, já que os participantes se tornam sujeitos dos estudos desenvolvidos nas universidades.

"Na UFPR há turmas de hidroginástica, exercícios de força (musculação) e outras atividades que envolvam o desenvolvimento muscular, equilíbrio e que possam ter influência positiva na capacidade e independência do idoso", explica o professor do departamento de Educação Física Paulo Cesar Barauce Bento.

Na UP, são oferecidas atividades de melhora do equilíbrio, séries de exercícios aquáticos (hidroginástica) e medida de força (marcha). "A pessoa entra em contato e nós fazemos um cadastro com nome, telefone e um breve histórico do quadro de saúde, que é passado para os professores responsáveis pelas pesquisas. Caso o idoso se encaixe no perfil desejado, ele é convidado a fazer uma avaliação e participar das atividades", comenta Débora Sobral, responsável pelas inscrições na Clínica de Fisioterapia da UP.

Serviço: Para mais informações sobre as atividades oferecidas pela UFPR, o telefone é (41) 9942-6853 e os interessados podem ligar de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30. Na UP, as inscrições podem ser feitas pelo (41) 3317-3214, também de segunda a sexta-feira.

O número impressiona: cerca de 90% das fraturas ósseas em idosos decorrem de quedas que geralmente acontecem em atividades cotidianas, como andar pela casa ou passear pela rua. As consequências desses acidentes aparentemente simples são variadas, mas podem causar internações e até levar à morte.

Foi justamente de olho na possibilidade de diminuir esses riscos entre pessoas com mais de 60 anos que um estudo realizado na Uni­versidade Federal do Paraná chegou à confirmação de que a prática regular de exercícios de musculação é altamente eficaz para prevenir quedas e evitar fraturas em idosos.

A pesquisa, realizada como dissertação de mestrado em Educação Física pela fisioterapeuta Leslie Persch, fez tanto sucesso esse ano que um artigo desenvolvido a partir dela se tornou o segundo em número de downloads na Clinical Biomechanics, uma das revistas científicas mais respeitadas do mundo.

Para a pesquisa, idosas selecionadas fizeram um treinamento de 12 semanas de musculação só para os membros inferiores, com aulas de uma hora três vezes por semana. Nas reuniões, as participantes faziam uma série de exercícios para quadril, joelho e tornozelos com cargas adequadas à sua força.

"Ao final, tivemos resultados surpreendentes. Naturalmente, há uma diminuição na força muscular conforme as pessoas envelhecem, mas algumas idosas mostraram até 200% mais força depois do treinamento, principalmente nos joelhos, e ganharam índices importantes de massa muscular, o que aumentou a proteção dos ossos e diminuiu sua fragilidade", diz a autora, que é professora do curso de Fisioterapia da Universidade Positivo (UP).

Outro benefício foi que as idosas passaram a levantar mais os pés ao andar e o passo ficou maior, assim como acontece com as pessoas mais jovens. Leslie explica que isso é importante porque, com o passar do tempo, o pé não levanta tanto em relação ao solo e os passos ficam mais lentos e arrastados – o que aumenta a possibilidade de acidentes, como enroscar os pés em tapetes e tropeçar em degraus e no meio-fio. "Com essa melhora, o número de quedas deve diminuir substancialmente, assim como a incidência de fraturas", comenta.

Segundo o professor do departamento de Educação Física da UFPR e responsável pelo projeto de pesquisa, André Rodacki, uma conclusão importante é que alguns grupos musculares precisam ser mais exercitados entre os idosos. "Tanto os flexores quanto os extensores de joelho (músculos responsáveis por dobrar a perna) têm papel importante, já que quanto mais fracos eles estão, maiores os riscos de quedas."

Artigo

Publicada como artigo no fim de 2009, a dissertação de mestrado de Leslie rendeu frutos. "O pessoal da UFPR continua com pesquisas nessa área e agora estamos desenvolvendo na Universidade Positivo o Centro de Estudos em Geriatria, dentro do curso de Fisioterapia, para desenvolver estudos relacionados a esse tema", conta Leslie.

Quanto ao artigo ser um dos mais lidos da revista Clinical Biome­chanics, Rodacki garante que é ótimo por revelar a qualidade do trabalho desenvolvido. "É muito gratificante ver o reconhecimento dos especialistas e descobrir que a pesquisa é utilizada como referência em outros países. Melhor ainda é provar que os brasileiros também fazem estudos de qualidade e podemos ser um polo de pesquisas científicas", acrescenta Leslie.

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