• Carregando...
Diabética, Fabíola confia nos selos, mas fica de olho na quantidade de gordura | Antônio More / Gazeta do Povo
Diabética, Fabíola confia nos selos, mas fica de olho na quantidade de gordura| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo
  • Veja as características dos principais selos emitidos por entidades médicas no Brasil

A batalha disputada nas gôndolas tem um reforço de peso: os selos e frases de efeito que "garantem" o caráter saudável de determinado alimento: entre eles figuram selos de sociedades, federações, associações médicas e empresas dos ramos médicos e alimentício, e expressões associadas a aprovação de determinadas classes de profissionais de saúde.

Os selos chamam a atenção, prometem uma série de benefícios e, para muitos, são o fiel da balança na hora das compras. Mas os especialistas recomendam: antes de encher o carrinho do supermercado com produtos com selos de garantia, o consumidor deve ficar de olho no rótulo e garantir a isenção da certificação. "É preciso atenção para não cair em propagandas exageradas ou até falsas", recomenda a nutricionista e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Gisele Raymundo.

Para evitar problemas, leia com atenção o selo do alimento antes da compra e confira se é emitido por um órgão idôneo e de confiança, como sociedades, federações e associações que congreguem profissionais da Medicina. Citações como "aprovado pelos médicos", "recomendado pelos cardiologistas" e "o preferido dos nutricionistas", desacompanhadas de símbolos de entidades médicas, devem gerar desconfiança.

Quanto aos selos emitidos pelas próprias empresas fabricantes do produto, o melhor é desconfiar e sempre procurar outras referências. "O ideal é não se deixar levar pelo marketing da embalagem e exigir uma garantia emitida por uma entidade imparcial, de preferência formada por médicos e pesquisadores da área de Saúde", comenta Carlos Alberto Nogueira de Almeida, médico nutrólogo e diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Um ponto importante para não cair em ciladas é que, mesmo com recursos como selos de garantia, os consumidores não abram mão de ler atentamente os rótulos dos produtos, comparar as tabelas nutricionais de marcas diferentes e, principalmente, entender a composição do que estão levando para casa, se há compatibilidade com suas necessidades diárias.

Vantagens e ressalvas

Segundo a professora Gisele, os selos de associações e sociedades médicas são importantes porque informam e dão oportunidade ao consumidor de optar por uma alimentação mais saudável. "Sempre que uma sociedade de profissionais endossa um produto significa que ele tem qualidade suficiente para ser consumido e, principalmente, que os nutrientes e benefícios alegados pela empresa produtora realmente são oferecidos."

Não só de selos se faz uma escolha. Porém, mesmo oferecendo uma série de benefícios, que vão desde a oferta de fibras até o baixo nível de colesterol e sódio, os alimentos certificados também merecem atenção na hora do consumo. "Não é bom exagerar no consumo de um produto, nem mesmo fazer dele a única fonte nutricional do dia. O princípio básico é que esses alimentos só agem de maneira benéfica no organismo se forem combinados com uma alimentação balanceada e a prática regular de exercícios físicos", explica Almeida.

No caso das pessoas com problemas de saúde, a ressalva é ainda mais importante. "Antes de incluir qualquer produto na dieta, consulte um nutricionista para verificar a quantidade que pode ser consumida. Às vezes, a margarina é fonte de fibras e ômega 3, mas tem índices de gorduras que merecem atenção e deve ser consumida em pequenas quantidades, especialmente entre os que têm problemas cardiovasculares", recomenda Gisele.

Nas compras

Na casa da farmacêutica Fabíola Zacarias, ler atentamente a embalagem dos alimentos é fundamental na hora das compras. Diabética há mais de 20 anos, ela fica atenta à tabela nutricional dos alimentos e dá preferência aos que têm selos, principalmente o da Sociedade Brasileira de Diabete. "É comum produtos doces, feitos para diabéticos, terem excesso de gordura para compensar a falta de açúcar. Sei que este selo atesta não apenas a inexistência de açúcar, mas que o alimento é saudável."

Fabíola trabalha na Associação Paranaense de Diabéticos (Apad), e acompanha pessoas que vão ao mercado anexo à sede da entidade. Ela conta que ainda são poucas as que procuram os selos dos alimentos. "É uma pena, mas cabe aos consumidores se conscientizarem sobre as vantagens disso e cobrarem também das empresas produtos mais saudáveis."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]