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Saiba mais sobre a síndrome dos ovários policísticos |
Saiba mais sobre a síndrome dos ovários policísticos| Foto:

Toda menina que menstrua na pré-puberdade (entre 10 e 12 anos) e possui tendência a engordar é uma candidata a desenvolver a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Quem faz o alerta é a endocrinologista e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Dolores Pardini. "O acompanhamento médico dessas meninas deve ser feito o quanto antes", diz ela.

Caracterizada pelo aparecimento de microcistos nos ovários e sintomas como menstruação desregulada, aumento de peso, pele oleosa e crescimento excessivo de pelos, a SOP é um problema relativamente comum, afetando não só as mulheres muito jovens, mas cerca de 10% de toda a população feminina em idade reprodutiva, como informa o ginecologista Almir Antônio Urbanetz, professor do departamento de tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo o ginecologista, muitas mulheres que o procuram com esse problema chegam com a autoestima abalada. A SOP mexe com a aparência e pode dificultar a gravidez.

Entretanto, as mulheres com a síndrome não precisam entrar em pânico, garantem os médicos, sob o argumento de que há uma série de formas de tratar a doença.

Para regular a menstruação e a médio prazo melhorar os problemas de pele, recomenda-se o uso de pílula anticoncepcional. E para facilitar a gravidez, podem ser usados indutores de ovulação. Dieta alimentar equilibrada e prática de exercícios físicos são recomendadas para combater a obesidade e diminuir os efeitos da SOP.

O importante é não descuidar do tratamento. "Do contrário, na menopausa, a mulher com SOP pode vir a ter um câncer de endométrio. Aquelas que também sofrem de síndrome metabólica [obesidade abdominal, hipertensão, resistência à insulina, triglicérides altos e HDL baixo] correm grandes riscos de desenvolver doenças cardiovasculares e diabete", diz Urbanetz. O ginecologista coordena uma pesquisa no Hospital de Clínicas da UFPR sobre a incidência dessas duas síndromes e mais o depósito de gordura no fígado. A pesquisa, em fase final, tem observado que existe uma relação entre os três problemas.

Enfrentando a SOP

Lidar com a síndrome dos ovários policísticos geralmente é tarefa árdua e a professora Vaneska Mezete Pegoraro, 35 anos, sabe bem disso. Ela menstruou cedo, aos 10 anos, mas só detectou que possuía a SOP aos 18. "Meu ciclo menstrual andava desregulado. Fiz os exames e constatou-se que eu tinha ovários policísticos", lembra ela.

Desde então, Vaneska faz tratamento tomando pílula anticoncepcional, mas confessa que interrompeu essa prática em alguns períodos, ao sentir que ganhava muito peso por conta da pílula. "Mas aí minha menstruação voltava a atrasar e, quando ela vinha, o sangramento era excessivo e as cólicas eram muito fortes, a ponto de eu precisar ser hospitalizada."

A professora relata que a gravidade dessa síndrome ainda é subvalorizada pela maioria das pessoas. "É angustiante não saber quando você vai menstruar ou pensar que talvez você não possa ter filhos", diz Vaneska. Por recomendação médica, ela voltou para a pílula e faz exames regularmente, a fim de evitar maiores problemas no futuro.

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