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Veja a quantidade de casos confirmados e de mortes da gripe A (H1N1) no estado |
Veja a quantidade de casos confirmados e de mortes da gripe A (H1N1) no estado| Foto:

Mais vacinas

Diante da demanda da população pela vacina contra a gripe A, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa ter pedido mais doses ao Ministério da Saúde. O reforço foi enviado, mas não em quantidade suficiente para uma vacinação em massa. O ministério alega que o Brasil vacina todos os grupos classificados pela Organização Mundial da Saúde como de maior vulnerabilidade como idosos a partir dos 60 anos, crianças entre seis meses e dois anos, gestantes em qualquer fase da gravidez, povos indígenas e trabalhadores de saúde envolvidos na atenção a pessoas com gripe.

Bate-papo online

A Gazeta do Povo promove hoje, às 18 horas, um chat com os internautas sobre a gripe A. O médico do setor do serviço de infectologia do Hospital Nossa Senhora das Graças Thiego Teixeira Cavalheiro irá responder as dúvidas dos leitores sobre o vírus H1N1. Acesse www.gazetadopovo.com.br/saude

O Paraná registrou nesta úl­­tima semana uma morte e 201 novos casos da gripe A (H1N1). Os dados divulgados ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostram que o número de casos confirmados da doença cresceu 112% – passando dos 180 registrados no boletim anterior para os atuais 381.

O estado totaliza ainda 14 mortes provocadas pela doença neste ano. A última delas foi confirmada em Londrina. A vítima era um homem de 49 anos, que havia sido internado em decorrência de outras doenças e teve o diagnóstico de H1N1 no hospital. Por ser portador de doenças crônicas, como asma e pneumopatia, o paciente não respondeu ao tratamento, segundo a Sesa.

A avaliação da secretaria é que tem havido uma redução no número de mortes em relação ao total de casos da doença. "Isso significa que o que estamos fazendo no tratamento das pessoas está dando resultado. O que queremos mesmo é não ter óbitos", afirma o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz. Segundo ele, o aumento do número de casos não surpreende, pois o vírus circula no estado e o órgão vem coletando mais amostras de pacientes com a suspeita da doença.

O superintendente destaca que o quadro é diferente do registrado em 2009, quando foi decretada epidemia da doença. Em 2009, quando a doença teve seu pico, com 79,9 mil doentes e 338 mortos no Paraná, aulas chegaram a ser suspensas no estado. Já neste ano, uma parcela da população está vacinada, a medicação com o Tamiflu está disponível, o serviço de saúde está mobilizado e os profissionais estão treinados, garante Paz.

A estratégia da Sesa é disseminar as medidas de prevenção (veja dicas ao lado) e oferecer diagnóstico e tratamento oportuno aos pacientes com a doença. A orientação do órgão é que, independentemente da coleta de exames, o tratamento com o antiviral seja prescrito nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas, pois ele pode evitar que o estado geral do paciente se agrave.

Tratamento

O infectologista do Hos­­pital Evangélico e do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Felipe Francisco Tuon observa que o diagnóstico precoce, o atendimento médico inicial e a disponibilização do Tamiflu devem ter impactado na baixa letalidade da gripe A. "Diferentemente do primeiro surto [em 2009], estamos mais preparados do ponto de vista de tratamento", afirma.

A chefe do serviço de epidemiologia hospitalar do Hospital de Clínicas da UFPR, Suzana Moreira, observa que houve no HC neste ano aumento no número de casos, na comparação com os anos de 2010 e 2011. "A situação não é para pânico, mas requer cuidados", diz. A orientação é que as pessoas mantenham os cuidados de higiene e que, ao apresentarem quadro gripal, procurem tratamento médico.

Alta demanda por álcool gel aquece vendas

A empresa Anne Marie Cosméticos, de Curitiba, sempre foi forte na linha de protetores labiais. Mas nos últimos dias parou a produção do produto para se dedicar à fabricação do álcool em gel. O motivo é o aumento da demanda, devido à preocupação com a gripe A (H1N1). "Em 20 dias foram vendidas seis toneladas de álcool gel", diz o diretor industrial e sócio da empresa, Robson Luís Squioquet (foto). Diante do aumento de pedidos, ele prolongou o contrato de funcionários temporários. Mas, mesmo com a grande demanda, Squioquet acredita que as vendas não irão superar as de 2009, quando foi registrada epidemia da doença. "O brasileiro não tem o hábito de europeus ou americanos de aderir ao produto, usa apenas quando a epidemia explode", diz.

Colaborou Rafaela Gabardo, especial para a Gazeta do Povo

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Tira-dúvidas

Saiba um pouco mais sobre transmissão e prevenção à gripe A, segundo especialistas consultados:

Como a gripe A é transmitida?

O vírus H1N1 é transmitido facilmente por meio da emissão de gotículas pela tosse ou espirro da pessoa contaminada. Dessa forma, o vírus pode circular pelo ar ou ficar em objetos.

Como prevenir a doença?

Lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool gel; cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar; manter os ambientes sempre bem ventilados; evitar aglomerações. O uso do álcool em gel não dispensa a lavagem das mãos com água e sabão.

Quais os sintomas da gripe A?

Febre acima de 38°, tosse, dor de cabeça, dores no corpo, cansaço, dor de garganta.

O que fazer ao detectar os sintomas?

Não se automedicar e procurar imediatamente atendimento médico no sistema de saúde.

A gripe A mata mais do que outras gripes?

Qualquer gripe pode matar se não houver o tratamento adequado. Porém o H1N1 agrava o quadro da vítima mais rapidamente e suas complicações, como a pneumonia viral ou doenças preexistentes, podem levar à morte.

Existe vacina contra gripe A disponível na rede pública de saúde?

Não, somente em laboratórios privados. A campanha de vacinação se encerrou no dia 6 de junho e abrangeu somente o chamado grupo de risco, que inclui pessoas com mais de 60 anos, trabalhadores da saúde, crianças que entre seis meses e dois anos, gestantes e indígenas.

Todos podem tomar a vacina?

Sim. Não há contraindicação para a vacina, que pode ser tomada mesmo se a pessoa estiver gripada ou resfriada.

Quem tomou vacina no ano passado precisa tomar de novo?

Sim. Em média o tempo de imunização é de seis meses.

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