Pela primeira vez no Brasil, um pulmão artificial foi utilizado em um paciente com a suspeita da gripe A (H1N1). No Hospital São Luiz, em São Paulo, um paciente de 18 anos foi tratado, em outubro, com a oxigenação extracorpórea por membrana, técnica que cumpre as funções do pulmão doente. O pulmão artificial foi utilizado durante quatro dias para exercer as funções do órgão, totalmente tomado pela infecção.
A técnica é indicada para doentes da nova gripe em estado muito grave. O paciente de 18 anos chegou ao hospital com sintomas de gripe leve pela manhã. Ao meio-dia, houve piora do quadro de saúde. O jovem foi colocado no respirador artificial, mas não melhorou. A equipe decidiu pela utilização do pulmão artificial.
Quando os pulmões são tomados por uma grave infecção, o pulmão não consegue mais cumprir as funções de enviar oxigênio às células e expulsar dióxido de carbono eliminado pelas células.
Para implantar o pulmão artificial no paciente, as veias jugular e femoral são puncionadas e por elas é desviada parte do sangue, que passa por uma membrana artificial (Ecmo). Nesse aparelho, o sangue é oxigenado e devolvido novamente ao coração. Quando passa pelo pulmão, o sangue já está oxigenado e o órgão é poupado desse trabalho.
A tecnologia é muito usada na Austrália, Estados Unidos e Europa, diz Rafael Otto Schneidewind, cirurgião assistente da equipe de cirurgia cardíaca cardiovascular do professor Sérgio Almeida de Oliveira e doutor Januário Manoel de Souza. O médico aprendeu a técnica na Alemanha e ligou para os profissionais de lá para discutir o caso de seu paciente.
A máquina é normalmente utilizada em cirurgias cardíacas, em que coração e pulmões são desligados durante o procedimento. No caso do paciente com a gripe A, a cirurgia foi bem mais delicada porque todos os órgãos tiveram que ser estabilizados durante o procedimento, segundo o hospital.



