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Bruna, Paula, Gabriela e Júlia comparam a suspensão das aulas à “férias prolongadas” e dizem não frequentar locais movimentados para evitar contaminação | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Bruna, Paula, Gabriela e Júlia comparam a suspensão das aulas à “férias prolongadas” e dizem não frequentar locais movimentados para evitar contaminação| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Dia de dúvidas em Cascavel

A decisão da prefeitura de Cas­cavel, no Oeste do estado, de fechar estabelecimentos para evitar aglomerações causou espanto e dúvidas na população. A medida foi tomada para impedir a maior propagação da gripe A (H1N1) na cidade, que registrou duas mortes causadas pela doença até o momento. Ontem, donos de lojas, represen­tantes de instituições e consumidores, pegos de surpresa pela determinação, tentavam entender o que precisava e o que não precisava fechar.

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Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

  • Veja como se distribuem os casos de gripe A no Paraná

A rede de ensino do Paraná deve decidir hoje se o reinício das aulas, adiado no estado por duas vezes em razão da pandemia de gripe A (H1N1), acontecerá mesmo na próxima segunda-feira. Ontem, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) anunciaram que vão manter a suspensão das aulas por mais uma semana, voltando só em 24 de agosto. No Norte do Paraná, a Universidade Es­­tadual de Londrina (UEL) também anunciou um novo adiamento. Com a nova decisão, os alunos só devem retornar às aulas no dia 31.

A decisão das universidades deixa margem para um adiamento ainda maior para as aulas nas escolas. Isso porque a sugestão do Comitê de Infectologia é de um escalonamento no retorno às aulas. De acordo com o infectologista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, Víctor Horácio de Souza, a orientação era que as aulas das universidades e de ensino médio voltassem primeiro. Depois, num intervalo de dois dias, haveria o retorno dos alunos dos últimos anos do ensino fundamental. E, após cinco dias, as aulas de 1.ª a 4.ª séries e educação infantil.

A orientação não é medida oficial e pode ou não ser acatada pelos órgãos de saúde. "Voltar todos no mesmo tempo seria um tumulto, teríamos ônibus lotados, entre outras coisas. Mas a prevenção e o cuidado devem continuar", orienta.

Eficácia

O médico infectologista Moacir Pires Ramos, representante da Sociedade Paranaense de In­­fec­tologia no Comitê de Controle e Prevenção da Influenza A, explica que as crianças são responsáveis por levar o vírus para dentro de casa, por isso a medida está sendo importante. "Quando comparamos com os casos dos Estados Unidos, vemos que lá a gripe afetou muitas crianças e não houve o fechamento nas escolas. Aqui, os dados da Secretaria de Saúde mostram que o número de crianças infectadas é muito pequeno. Só por esse motivo, a medida de suspender as aulas já se mostra eficaz", diz.

O diretor institucional do grupo Inesul, Paulo Chanan, porém, diz que não vê funcionalidade na medida. O grupo educacional mantém quatro sedes com faculdades e cursos técnicos em Curitiba, Londrina, Colombo e Araucária, e decidiu manter as aulas normalmente para seus 5 mil alunos. "O papel da escola é ensinar, passar informações sobre profilaxia", diz.

As alunas grávidas foram orientadas a realizar suas atividades em casa. Nas quatro unidades do grupo há orientações sobre higiene, alunos de Enfermagem e enfermeiros passam informações sobre como lavar corretamente as mãos dentro dos banheiros. Os alunos com sintomas de gripe são enviados para casa. "A suspensão de aulas é mais eficaz para crianças. Adultos saudáveis não têm por que permanecerem em casa", diz.

Malabarismo

Enquanto isso, pais e mães fazem malabarismos para cuidar de seus filhos e de outras crianças em casa. A dona de casa Carla Benoni, mãe de Júlia, 7 anos, recebe desde do­­mingo sua sobrinha Bruna, 12 anos. Como mora em condomínio fechado, as primas e outras duas meninas que moram na mesma rua conseguem brincar ao ar livre. "Não vamos a lugares aonde não devemos ir. Tomamos todas as precauções de higiene. Não está sendo tão ruim. É como se fosse um prolongamento das férias", afirma.

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