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Criar uma rotina de exercícios e dar continuidade a ela, fazendo da caminhada ou academia um hábito tão comum e necessário quanto escovar os dentes, é a atitude que deveria ser colocada em prática para se ter uma vida mais saudável. Disso, na teoria, todo mundo sabe. Porém, para incorporar o hábito, a tarefa se torna um pouco mais complexa. O segredo, de acordo com os especialistas consultados pela Gazeta do Povo, é encontrar algo que goste e que tenha a ver com a sua personalidade. Por isso, dividimos os perfis mais comuns na busca pelo exercício perfeito.

FÃ DE CARTEIRINHA

Quem já gosta de ir para academia, participar de caminhadas ou qualquer que seja a atividade, mesmo nos fins de semana, só deve prestar atenção nos objetivos que busca. Luciano do Vale, da Corpus, explica que quem deseja emagrecer deve focar no exercício aeróbico (como caminhada, corrida e aulas em geral, como spinning). Quem deseja ganhar massa muscular deve descansar entre um treino e outro e não pode fazer atividade aeróbica após a sessão de musculação. "O ideal é que fosse dividido em períodos, com musculação em um e aeróbico em outro. Quando não é possível, alterne as atividades nos dias da semana", ensina. A frequência não precisa ser diária. "O ideal é 30 minutos, de quatro a cinco vezes por semana. Se a atividade for mais intensa, pode diminuir para três a quatro dias, com duração de 40 minutos", explica Marcelo Leitão.

INDEPENDENTE

Não gosta de atividades que exijam interação com outras pessoas. Costuma ter horror ao ambiente da academia. Caminhadas, corridas ao ar livre e natação são indicadas. Porém, é preciso disciplina, já que esse tipo de atividade não terá um professor para orientar ou motivar o exercício. "Vai depender muito da pessoa levantar e sair de casa sem precisar cumprir o horário ou a aula da academia", lembra o coordenador Luciano do Vale. O psicólogo do esporte da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp), Rodrigo Falcão, enfatiza que, além de escolher uma atividade física que tenha relação com o seu perfil, o independente deve evitar modalidades que exijam contato físico, como lutas, por exemplo. Mesmo que prefira as caminhadas na rua, o médico Marcelo Leitão frisa que a avaliação física médica não pode ser deixada de lado. "Conseguimos ver o nível de condicionamento físico e o histórico. Com a realização do exame físico, é possível detectar a necessidade de outras investigações, como cardiológica."

ZEN

Essas pessoas estão mais preocupadas com a qualidade de vida do que fazer exercício para benefícios puramente estéticos. Idosos costumam se encaixar nesse grupo. "É a faixa da população que menos pratica atividades com alto impacto. O trote leve, ou atividades na água, ajudam a prevenir e tratar a osteoporose", diz o médico especialista em medicina do exercício e do esporte, Marcelo Leitão. "As atividades na água são as mais completas, pois mexem com o corpo, com o aparelho cardiorrespiratório e com a parte circulatória", ressalta o chefe da ortopedia do Hospital Evangélico (HE), Flamarion dos Santos Batista. Exercícios como pilates, ioga e hidroginástica são ideais para esse perfil. "São atividades com proposta de dar mais flexibilidade, consciência corporal e autocontrole. Mas não vai fazer com que a pessoa perca muita gordura ou emagreça dez quilos", diz o coordenador da Academia Corpus, Luciano do Vale.

LÚDICO

Precisam de um elemento de brincadeira no exercício e não toleram modalidades competitivas. A dança é um dos exercícios que mais funciona para essas pessoas. "É uma atividade espetacular, do ponto de vista psicológico, e um excelente complemento terapêutico para quem está sofrendo de depressão. Alia socialização com a liberação de hormônios responsáveis pelo bem-estar", diz o psicólogo Rodrigo Falcão. A professora e proprietária da escola de dança Studio D1, Dora de Paula Soares, afirma que a dança respeita os limites do praticante e é democrática, pois pode ser praticada em várias idades. "Tenho procura de alunas de 4 a 50 anos pelo balé. A dança é, acima de tudo, muito divertida e prazerosa". As aulas, que costumam durar cerca de uma hora, trazem os mesmos benefícios corporais de uma atividade tradicional e ajudam a se desligar dos problemas. "Muitas alunas chegam aqui brigadas com o marido e esquecem de tudo naquele momento", conta Dora. O ideal, segundo a professora, é que a aula seja feita três vezes por semana e que a pessoa busque uma turma com faixa etária aproximada e com objetivo semelhante. Pessoas que querem ser bailarinas profissionais, por exemplo, não devem estar no mesmo grupo que faz a atividade apenas para melhorar a qualidade de vida.

PREGUIÇOSO

São pessoas que relutam em fazer qualquer tipo de atividade física, ou sempre começam um exercício, pagam academia e largam em poucos meses. Nesses casos, identificar-se com o exercício é ainda mais necessário, segundo Marcelo Leitão. "O primeiro passo é pensar na atividade como um hábito de higiene e se acostumar. Escolha algo que goste de fazer e mantenha a continuidade. Não adianta se programar para ir à academia e parar em um mês. Não traz nenhum resultado prático em termos de saúde". Fazer pequenas mudanças no cotidiano também pode ajudar. "Não precisa ir na academia todos os dias. Incluir passeios a pé, subir escadas ao invés de usar elevadores ou utilizar a bicicleta como meio de locomoção são comportamentos que cumprem o objetivo de melhorar a saúde", orienta o psicólogo Rodrigo Falcão. Já o médico Flamarion dos Santos Batista acredita que "forçar a barra" é pior. "Se não existe consciência, não adianta. Se a pessoa odeia exercício e não quer fazer nada, pagará o preço mais adiante."

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