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Luiza Helena Silveira mostra como funciona a bolsa de ostomização | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Luiza Helena Silveira mostra como funciona a bolsa de ostomização| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Bê-á-bá

Abertura

Estoma ou ostoma é um orifício criado por meio de uma cirurgia. Ele comunica a parte interna do corpo com o exterior. Pode ser definitivo ou temporário. A pessoa pode ser ostomizada devido ao câncer, inflamações, má formação dos órgãos ou traumatismos por arma de fogo ou arma branca.

Colostomia

Comunicação do intestino grosso para eliminação das fezes.

Ileostomia

Comunicação do intestino delgado para eliminação das fezes.

Urostomia

Criação de trajeto alternativo para eliminação da urina.

Gastrostomia

Comunicação do estômago com uma sonda, que facilita a nutrição e a administração de líquidos.

Traqueostomia

Abertura na traqueia para facilitar a respiração.

Fonte: Associação Paranaense de Ostomizados (APO).

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Nos tempos em que se dedicava às atividades de artesã, com as mãos ocupadas entre as agulhas e linhas de bordado, há 12 anos, Luiza Helena Ferreira Silveira, sabia vagamente o que eram pessoas ostomizadas. Mas a luta contra um câncer fez com que ela se aproximasse desta deficiência e vivesse na pele essa realidade.

Os ostomizados são pacientes que passaram por uma cirurgia para a abertura de um orifício (ostoma) no corpo. Esta passagem – de aparência vermelho-vivo como a mucosa da boca – comunica o interior do organismo com o exterior para entrada de ar e de alimentos ou para eliminação de necessidades fisiológicas.

Diagnosticada com câncer no reto aos 44 anos e com risco de a doença se espalhar para os pulmões e o fígado, a artesã foi amputada e perdeu o reto e o sigmóide – parte que liga o intestino grosso ao reto. Desde então, ela passou a conviver com a condição de colostomizada e utiliza a todo o momento uma bolsa que armazena os dejetos do organismo.

O preconceito é o principal problema para os ostomizados, segundo Luiza Helena. "Temos histórias de familiares que discriminam o ostomizado. As pessoas acham que manipulamos os próprios dejetos, o que não é verdade", diz, lembrando que ninguém está livre de ser portador desta deficiência.

Na época do câncer, sua maior motivação para vencer os desafios de ser portadora de ostomia era poder ver a chegada de seu terceiro neto. "Fiz um pacto com Deus para que Ele, pelo menos, permitisse que eu conhecesse meu neto, nascido depois da cirurgia", conta Luiza, que é mãe de quatro filhos e avó de cinco netos. "Usar a bolsa para sempre não era o que mais me preocupava: eu queria me curar do câncer e ter chances de viver mais tempo. Nessa situação, você prefere usar uma bolsa a morrer."

Para viver melhor com a ostomia, Luiza precisou alterar alguns hábitos, principalmente em sua dieta. "Passei a consumir alimentos que prendem o intestino para não passar por situações desagradáveis", explica ela.

Pessoas nesta situação não têm controle sobre o esfíncter – músculo capaz de controlar a eliminação das necessidades fisiológicas. Assim, o intestino e o sistema urinário funcionam independentes da sua vontade.

Hoje, aos 56 anos, ela ainda se dedica ao bordado, mas divide o tempo com as responsabilidades da presidência da Associação Paranaense de Ostomizados (APO) – instituição que há 21 anos apoia os portadores desta deficiência. "É gratificante ajudar as pessoas a perceberem que elas podem viver melhor mesmo com a ostomia. Esta é uma deficiência não aparente. Se não revelarmos, ninguém sabe que somos ostomizados", afirma ela.

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