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Causado por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), o Oropouche é uma doença infecciosa que possui sintomas parecidos com a dengue. No Brasil, o vírus foi isolado em 1960, quando profissionais colheram amostras de sangue de um bicho-preguiça.
Segundo informe do Centro de Operações de Emergências (COE) para dengue e outras arboviroses, do Ministério da Saúde, do início de 2025 até agora foram registrados 10.076 casos em humanos – com destaque no Espírito Santo e Rio de Janeiro.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira (21) mais duas mortes mortes no estado, sendo uma em Macaé e outra em Paraty. Entretanto, os casos são considerados isolados e aconteceram há mais de dois meses.
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Como o Oropouche é transmitido?
O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), nome científico do Oropouche, é transmitido por meio da picada de insetos infectados. O principal vetor, neste caso, é o Culicoides Paraensis (maruim).
A transmissão começa quando um artrópode livre do vírus pica uma pessoa ou animal que carrega a doença e depois repete a ação com alguém saudável. De acordo com o Ministério da Saúde, existem dois ciclos de transmissão. São eles:
Ciclo Silvestre
Os principais hospedeiros da doença são bichos-preguiça e primatas não-humanos. Aqui, o vetor continua sendo o Culicoides Paraensis, nomeado também de mosquito-pólvora.
Ciclo Urbano
No ciclo urbano os hospedeiros são os humanos, mas o vetor continua sendo o Culicoides Paraensis. Outro inseto que pode transmitir o vírus é o Culex quinquefasciatus, encontrado em regiões urbanas.
No primeiro caso, os infectados são animais, já no segundo, humanos. Em ambos, os sintomas são semelhantes e a doença precisa ser prevenida para evitar a transmissão.
Quais são os sintomas da febre Oropouche?
Facilmente confundida com a dengue devido aos sintomas parecidos, a febre Oropouche deve ser investigada por profissionais da área da saúde. Quando infectadas, as pessoas podem apresentar:
- febre alta (entre 38 e 39,5 °C);
- dores no corpo, especialmente muscular e nas articulações;
- dores de cabeça intensa;
- calafrios;
- sensibilidade à luz;
- pele avermelhada e/ou com erupções cutâneas;
- tonturas, náuseas e vômitos;
- diarreia.
A doença tem desde manifestações leves até aquelas mais graves, que necessitam de acompanhamento médico. Afinal, existem casos que a meningite (viral) e hemorragias também fazem parte dos sintomas.
Quantos dias dura a febre Oropouche?
Normalmente, os sintomas são sentidos de quatro a oito dias após pegar a doença. No entanto, varia de caso para caso, visto que existem pessoas que levam semanas para se recuperar do quadro infeccioso.

Diagnóstico: qual exame detecta a doença transmitida pelo mosquito?
O diagnóstico do Oropouche deve ser feito por especialistas, que podem solicitar alguns exames para comprovar o vírus.
Quando a doença está em fase inicial, o profissional pode pedir o teste RT-PCR. Se o paciente encontra-se no quinto dia dos sintomas – ou mais –, é indicado a realização dos testes sorológicos.
Qual o tratamento da febre Oropouche?
Não há um tratamento específico. Portanto, os cuidados são considerados sintomáticos, ou seja, com foco em diminuir os sintomas dos pacientes.
Bem como acontece em casos de dengue, é recomendado manter-se hidratado com água – e, se necessário, soro prescrito pelo médico. Repouso é essencial durante essa fase, especialmente para que o corpo possa combater a infecção.
Vale destacar que essa é uma doença que deve ser notificada ao Ministério da Saúde, visto seu potencial epidêmico.
Como prevenir?
Conforme consta no site do Ministério da Saúde, é possível prevenir a febre Oropouche a partir de algumas recomendações básicas. São elas:
- Evite o contato com áreas de ocorrência;
- Use roupas que cubram a maior parte do corpo;
- Aplique repelente nas áreas expostas da pele;
- Limpe terrenos e locais de criação de animais;
- Recolha folhas e frutos que caem no solo;
- Use telas de malha fina em portas e janelas.
Quais são os riscos do Oropouche?
Embora a maioria dos casos tenha uma recuperação tranquila, gestantes e pessoas imunocomprometidas devem ter atenção. Os riscos para esse grupo – mesmo que raros – incluem aborto, malformações congênitas, meningite e encefalite.
Em sinal de alerta ou dúvida, o médico deve ser consultado para passar o melhor protocolo a ser seguido.




