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Precaução

Fique atento aos sinais do linfoma

Primeiro sintoma do câncer é o aumento dos gânglios; doença tem altas taxas de cura quando diagnosticada precocemente

Antônio Sobrinho sentiu os primeiros sintomas há dois meses: “A única saída é tratar” | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Antônio Sobrinho sentiu os primeiros sintomas há dois meses: “A única saída é tratar” (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)
Entenda a evolução da doença |

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Entenda a evolução da doença

Embora o linfoma seja o quinto tipo de câncer mais frequente no mundo, o assunto só chamou atenção dos brasileiros após o anúncio de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e a autora de novelas Glória Perez estavam com a doença. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, mais da metade da população do país (66%) nunca tinha ouvido falar dos linfomas. E entre os 34% dos entrevistados que mencionaram conhecer a doença, quase 90% não sabiam quais eram os sintomas.

O linfoma é um tipo de câncer sanguíneo que se desenvolve nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções. Ele pode se desenvolver em qualquer parte do organismo.

O primeiro sinal do câncer é o aumento dos gânglios, principalmente nas regiões do pescoço, das axilas e da virilha. Febre, suor noturno, cansaço e dores no corpo fazem parte dos sintomas.

O comerciante Antônio Regmunt Sobrinho, 49 anos, sentiu os primeiros sintomas da doença há pouco mais de dois meses. "Descobri a doença quando senti o aumento das glândulas na região da virilha. Em pouco mais de um mês, outros gânglios foram afetados e a doença se espalhou por todo o corpo", conta. Antônio procurou tratamento o mais rápido possível e está com a doença controlada, mas conta que a descoberta o surpreendeu. "O câncer sempre assusta, mas não tem o que fazer, a única saída é tratar".

Crescimento

O linfoma é um dos tipos de câncer que mais cresce em todo o mundo. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Carlos Chiattone, nas últimas duas décadas a incidência da doença aumentou cerca de 5% ao ano. "Felizmente, o linfoma tem altas taxas de cura quando diagnosticado precocemente. O maior problema é que muita gente ainda desconhece a doença", explica.

O aumento dos gânglios pode muitas vezes ser confundido com um quadro infeccioso, como por exemplo uma amidalite. A diferença, explica a hematologista Paola Tôrres Costa, professora da Universidade Federal do Ceará (UFCE), é que, enquanto o inchaço no caso de uma infecção diminui após o quadro agudo, quando se trata do linfoma os gânglios tendem a aumentar com o passar do tempo. "A falta de informação atinge também os médicos. Um erro comum é tratar o problema como uma simples infecção, retirar cirurgicamente o linfonodo e receitar um antibiótico. Quase sempre a doença progride e se torna fatal", alerta.

Os linfomas são resultados de um dano ao DNA de um linfócito, que ocorre após o nascimento, o que comprova que o câncer é adquirido e não hereditário. Qualquer pessoa pode desenvolver a doença, mas estão mais suscetíveis os pacientes com doenças autoimunes, que precisam tomar medicamentos imunossupressores ou que apresentam imunidade deficiente. "Doenças do tecido conjuntivo, doenças emocionais, deficiências nutricionais e a exposição à radiação também são considerados fatores de risco", enumera Paola Tôrres Costa.

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