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Antônio Sobrinho sentiu os primeiros sintomas há dois meses: “A única saída é tratar” | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Antônio Sobrinho sentiu os primeiros sintomas há dois meses: “A única saída é tratar”| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Leucemia linfocítica tem sintomas discretos

A leucemia linfocítica crônica (LLC) é um tipo de câncer se origina na medula óssea – ao contrário do linfoma, que se desenvolve em linfonodos ou órgãos linfoides – e é a forma mais comum de leucemia em adultos. Cerca de 70% dos casos estão relacionados a pessoas com mais de 55 anos. A incidência da doença aumenta com o avançar da idade. "Os sintomas da doença se manifestam de forma discreta e, por isso, muitas vezes são confundidos com sinais típicos de velhice como cansaço, falta de ar durante as atividades físicas", lembra a hematologista Paola Tôrres Costa.

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SUS ainda não disponibiliza medicamentos

A quimioterapia continua sendo o tratamento mais eficiente para impedir a evolução de praticamente todos os tipos de câncer. Existem, entretanto, medicamentos, os chamados anticorpos monoclonais, que auxiliam o tratamento e aumentam significativamente as chances de cura.

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  • Entenda a evolução da doença

Embora o linfoma seja o quinto tipo de câncer mais frequente no mundo, o assunto só chamou atenção dos brasileiros após o anúncio de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e a autora de novelas Glória Perez estavam com a doença. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, mais da metade da população do país (66%) nunca tinha ouvido falar dos linfomas. E entre os 34% dos entrevistados que mencionaram conhecer a doença, quase 90% não sabiam quais eram os sintomas.

O linfoma é um tipo de câncer sanguíneo que se desenvolve nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções. Ele pode se desenvolver em qualquer parte do organismo.

O primeiro sinal do câncer é o aumento dos gânglios, principalmente nas regiões do pescoço, das axilas e da virilha. Febre, suor noturno, cansaço e dores no corpo fazem parte dos sintomas.

O comerciante Antônio Regmunt Sobrinho, 49 anos, sentiu os primeiros sintomas da doença há pouco mais de dois meses. "Descobri a doença quando senti o aumento das glândulas na região da virilha. Em pouco mais de um mês, outros gânglios foram afetados e a doença se espalhou por todo o corpo", conta. Antônio procurou tratamento o mais rápido possível e está com a doença controlada, mas conta que a descoberta o surpreendeu. "O câncer sempre assusta, mas não tem o que fazer, a única saída é tratar".

Crescimento

O linfoma é um dos tipos de câncer que mais cresce em todo o mundo. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Carlos Chiattone, nas últimas duas décadas a incidência da doença aumentou cerca de 5% ao ano. "Felizmente, o linfoma tem altas taxas de cura quando diagnosticado precocemente. O maior problema é que muita gente ainda desconhece a doença", explica.

O aumento dos gânglios pode muitas vezes ser confundido com um quadro infeccioso, como por exemplo uma amidalite. A diferença, explica a hematologista Paola Tôrres Costa, professora da Universidade Federal do Ceará (UFCE), é que, enquanto o inchaço no caso de uma infecção diminui após o quadro agudo, quando se trata do linfoma os gânglios tendem a aumentar com o passar do tempo. "A falta de informação atinge também os médicos. Um erro comum é tratar o problema como uma simples infecção, retirar cirurgicamente o linfonodo e receitar um antibiótico. Quase sempre a doença progride e se torna fatal", alerta.

Os linfomas são resultados de um dano ao DNA de um linfócito, que ocorre após o nascimento, o que comprova que o câncer é adquirido e não hereditário. Qualquer pessoa pode desenvolver a doença, mas estão mais suscetíveis os pacientes com doenças autoimunes, que precisam tomar medicamentos imunossupressores ou que apresentam imunidade deficiente. "Doenças do tecido conjuntivo, doenças emocionais, deficiências nutricionais e a exposição à radiação também são considerados fatores de risco", enumera Paola Tôrres Costa.

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