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A nutricionista Luciane com os filhos, que serviram de cobaia para as receitas da mãe | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
A nutricionista Luciane com os filhos, que serviram de cobaia para as receitas da mãe| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

A vácuo

Comida pronta e saudável

A tecnologia a vácuo pode se tornar aliada dos pais que têm pouco tempo para cozinhar para a família. Ao manter a conservação dos alimentos sem o uso de conservantes e aditivos químicos, legumes e carnes cozidas a vapor podem ser mantidas por até seis meses sem a necessidade de refrigeração.

Uma das empresas que investiu na conservação a vácuo foi a paranaense Vapza, que oferece alimentos prontos como batata salsa, cenoura, mandioca, feijão e até frango desfiado.

De acordo com a nutricionista Regina Fukuha Santos, gerente comercial da marca, os alimentos não têm risco de contaminação porque são esterilizados em autoclave, o que elimina todos os tipos de micro-organismos. "O frango desfiado embalado, por não sofrer diferentes variações de temperatura, é até mais seguro do que o frango in natura ou congelado comprado no mercado", explica.

Regras de ouro

Ensine o seu filho a comer direito. As dicas são da nutricionista Luciane Gonçalves de Lima

- O ideal é apresentar diferentes alimentos assim que o bebê desmamar, para preparar o seu paladar.

- As crianças pequenas devem se sentar à mesa com os adultos. Se ela ainda não souber comer sozinha, não há problema em alimentá-la antes. O importante é a criança observar o que os pais estão comendo e como. Por isso, os adultos devem dar o exemplo.

- Deixe a criança pequena pegar, amassar e até se sujar com a comida de vez em quando, para que ela se familiarize com a aparência e a textura de diferentes alimentos.

- Não fique correndo atrás da criança para que ela coma. É preciso estabelecer um ritual durante as refeições. Comer sentada na mesa, na frente do prato e nas horas certas.

- As crianças, assim como os adultos, devem fazer pequenos lanches entre as principais refeições. Isso diminui o risco de desenvolver obesidade e diabete no futuro, por controlar a produção de insulina.

- Criança magra não é sinônimo de criança saudável. Ela pode comer pouco, mas alimentos pobres em nutrientes. As necessidades de energia para uma criança em idade pré-escolar giram em torno de 1,3 mil a 1,8 mil calorias por dia. Uma refeição equilibrada deve conter aproximadamente 60% de carboidratos, 15% de proteínas e 25% de lipídios.

  • Veja algumas receitas nutritivas e fáceis de fazer

Quem precisa cuidar da casa, dos filhos e ainda trabalhar dificilmente tem tempo ou disposição para preparar refeições completas e nutritivas em casa. É cada vez mais comum mães lançarem mão de congelados e enlatados para alimentar a família. Muitas acabam recorrendo ao delivery ou então levam a turma toda para comer fora, caso da pedagoga Adriane Bertoldi, 42 anos. Ela almoça quase todos os dias com os dois filhos – uma menina de 6 anos e um menino de 14 – no restaurante por quilo perto de casa. "À noite e no fim de semana eu consigo preparar alguma coisa em casa, mas na hora do almoço não tenho tempo. Já tentei a comida congelada, contratei alguém para cozinhar, mas a opção mais prática e mais saudável foi o restaurante. Assim, eles comem de tudo, pois o cardápio oferece uma grande variedade de verduras e legumes", conta.

A comidinha preparada em casa, entretanto, não deve ser encarada como artigo de luxo. Ela é extremamente importante para a saúde dos filhos, como explica a nutricionista Luciane Gonçalves de Lima, autora do livro Ali­men­tação Infantil: Receitas Nutritivas e Equilibradas.

O livro, publicado em 2008, é fruto de um projeto de extensão coordenado pela especialista, que é professora da Faculdade Evangélica do Paraná. "Muitas mães cujos filhos eram atendidos na faculdade pediam um guia que pudesse ajudá-las. A maioria reclamava que não sabia o que preparar para os filhos, como cozinhar ou simplesmente não tinham tempo", conta Luciane, que testou durante um ano, junto às alunas de graduação do curso de Nutrição, receitas simples e que agradassem ao paladar dos pequenos.

"De nada adianta a receita ser nutritiva se não for atraente. Além do valor nutricional de cada prato, foi preciso testar textura, consistência e até cor para chegar ao melhor resultado." E assim o grupo criou pratos como o estrogonofe de legumes, o pudim de banana e o pão verde – versões tão saborosas, porém muito mais nutritivas do que os pratos originais. Todas as receitas do livro apresentam o rendimento e o número de calorias, carboidratos, proteínas e lipídios por porção, além dos benefícios de cada receita. O pão verde, por exemplo, é indicado para aumentar o consumo de hortaliças entre as crianças. Já o docinho de milho, que parece um docinho de festa de aniversário, contêm vitamina B1, vitamina E e sais minerais.

Desde o berço

Segundo Luciane, a introdução correta dos alimentos durante a primeira infância é fundamental para garantir hábitos saudáveis no futuro. Tanto as crianças quanto os pais precisam ter disciplina. "Assim como nós pais impomos limites em relação ao comportamento dos nossos filhos, temos de impor limites em relação à comida também. Um erro muito comum com crianças de 1 a 2 anos de idade é a mãe dar a mamadeira de leite no lugar da refeição quando elas se negam a comer. Ao substituir a comida por produtos lácticos, os pequenos ficam preguiçosos para mastigar e não ingerem os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento", alerta a profissional.

Depois que os bebês crescem, a preocupação em oferecer uma alimentação equilibrada e a mais natural possível deve ser mantida. "A família precisa se sentar à mesa, todos juntos, pelo menos uma vez por dia e o ideal é que a refeição seja preparada em casa e com ingredientes frescos e naturais", explica Luciane. O consumo exagerado de produtos industrializados é o principal responsável pelos casos de obesidade, diabete, hipertensão e colesterol alto entre crianças e adolescentes. "Além da quantidade elevada de conservantes, aromatizantes e outros químicos, responsáveis por alergias e problemas gastrointestinais, a falta de fibras dos alimentos industrializados pode causar constipação. Muitos produtos também contêm altas taxas de sódio, caso dos refrigerantes e do macarrão instantâneo, que causam retenção de líquidos e pressão alta. O consumo de duas salsichas por uma criança já extrapola o teor máximo de sal recomendado para ela por dia", exemplifica.

O próximo passo da nutricionista é lançar um livro voltado para adolescentes. "O foco serão os jovens de baixa renda, que costumam apresentar vários problemas nutricionais. A ideia é reunir receitas também fáceis de fazer, mas de baixa caloria e, principalmente, baixo custo."

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