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Primeira mulher a assumir a direção do terceiro maior hospital universitário do Brasil, a gastroenterologista Heda Amarante, formada pela UFPR em 1978 soma mais de 33 anos de sua vida passados no HC, dois deles – desde 2009 – dedicados à sua administração. Após uma rotina que inclui pelos menos três reuniões por dia, ela recebeu a Gazeta do Povo em sua sala onde pilhas de documentos aguardavam sua vistoria. Por ela passam consertos de equipamentos, licitações, contratos, cronogramas e auditorias que precisam ser avaliados e assinados para que o HC siga com a prestação de seus serviços e mantenha a qualidade do ensino, da pesquisa e dos atendimentos. "O pessoal pensa que quando entrei aqui, na década de 1970, o hospital era todo novinho. Não era. Éramos maiores, mas não tão especializados", diz ela, que administra um orçamento mensal de R$ 6 milhões repassados pelo SUS.Quais os maiores desafios do HC para os próximos anos?

A falta de pessoal. Nossa população de funcionários está ficando antiga, pois os maiores concursos aconteceram há mais de 20 anos. Aposen­tamos quase um funcionário por semana e existe um déficit de quase 700 pessoas acumulado ao longo dos anos. Perdemos auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas e muitos outros profissionais.

É por isso que alas como a de cirurgia plástica reparadora permanecem fechadas?

Exatamente. Não é possível internar um paciente sem ter um número suficiente de profissionais para cuidar dele. Temos cerca de 150 leitos desativados, porque para ativá-los precisamos de um quarto adequado e toda uma equipe de funcionários que possa prestar os serviços necessários.

O que pode ser melhorado nos próximos anos?

Nestes 50 anos o hospital mudou, se modernizou e desenvolveu um corpo clínico supercapacitado. Somos referência para transplantes realizados pelo SUS e temos todos os insumos para realizar estes procedimentos, além da capacidade tecnológica e conhecimento em complexidade de doenças. Queremos continuar a ser uma hospital de excelência, que atenda os pacientes com conhecimento, cortesia e muita tecnologia. Nos planos de desenvolvimento de longo prazo estão a criação de um novo centro cirúrgico e laboratórios de pesquisa avançada até o fim desta gestão [em 2013].

O HC tem passado por um processo de acreditação, comum em hospitais particulares. O que isto significa?

Este é um processo de avaliação da qualidade e da confiabilidade. Estamos buscando o certificado de acreditação em nível 1, que engloba todas as questões sanitárias, de segurança e de processos de trabalho. Tivemos que passar por cima da imagem que as pessoas têm dos hospitais públicos: de que não há médicos e de que não existem vagas. Neste processo não é possível engambelar ninguém. Quando eu era residente o HC parecia tão antigo, tudo era tão pobre. Hoje o nível de limpeza, estética dos andares e organização é bem diferente.

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