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Os "esquecidos"

Deixar de fora alguns itens ou reduzir as porções são os casos de omissão mais citados pelos especialistas:

- Os doze bombons comidos ao longo da tarde não devem se tornar apenas dois, na hora do relato para o diário.

- Um pedaço de carne de 150 gramas não pode ser descrito como um pequeniníssimo bife de 50 gramas.

- A salada supercalórica cheia de queijos, maionese e molhos prontos não pode virar apenas "um prato de salada".’

- Sucos – prontos, naturais ou em pó – e águas gaseificadas não devem ser solenemente ignorados: eles têm uma quantidade significativa de calorias.

- Balas e guloseimas consumidas fora de horário devem ser anotadas.

O que não pode

Veja os itens essenciais ao montar sua tabela no diário da dieta:

- Horário: anote a hora em que se alimentou e, se possível, quanto durou sua refeição. Assim, você verifica em que momentos do dia se alimenta e se não está comendo rápido demais.

- Alimento: não basta dizer o que você comeu, mas como foi preparado. Em vez de escrever simplesmente que comeu peixe, descreva se ele era grelhado, cozido, se era acompanhado por algum molho (dizendo qual era e quanto você consumiu), se foi frito e em qual tipo de óleo foi preparado.

- Quantidade: relacione a quantidade e o tamanho da porção que foi ingerida. Um bife de 100g tem uma diferença considerável no número de calorias para outro de 150g.

- Humor: relate se você estava feliz, triste, cansado, estressado, tranquilo, com pressa ou ansioso.

- Atividade física: não adianta se policiar na hora de comer e não praticar exercícios físicos. Por isso, reserve um espaço para descrever se fez alguma atividade física no dia, qual era, quantos minutos ela durou e se o ritmo foi leve, normal ou intenso.

Diário

Quarta-feira, 2 de março

8 horas

Alimento: leite integral com achocolatado, pão francês com margarina, queijo e presunto.

Quantidade: um copo de 200 ml com duas colheres de sopa, duas fatias de cada frio.

Humor: comi com pressa, pois estava atrasada.

9 horas

Alimento: suco de laranja.

Quantidade: um copo de 300 ml.

Humor: cansada.

Atividade física: 30 minutos de musculação.

12 horas

Alimento: arroz, feijão, peixe grelhado com molho de maracujá, alface, tomate, refrigerante, chocolate.

Quantidade: 400g, dos quais 100g de peixe.

Humor: estressada com problemas no trabalho.

Faça uma experiência: reserve um lugar na sua agenda, bloco de anotações, celular ou notebook, tire um tempinho e escreva tudo o que você comeu ou bebeu ao longo do dia, desde o café da manhã até aquele chocolate no meio da tarde e as balinhas para "enganar o estômago" no fim do dia. Se a princípio a ideia de descrever o dia a dia não faz muito a sua cabeça, os especialistas garantem: o diário da dieta é uma ferramenta poderosa na hora de perder peso.

"Ao relatar fielmente o que comeu, o impacto psicológico é grande. Relendo no fim do dia e vendo que comeu uma caixa inteira de bombons, almoçou fast food ou não resistiu a uma torta doce no fim do dia, a pessoa fica envergonhada e passa a se policiar para evitar esse deslizes", explica Cristina Martins, nutricionista clínica e doutora em Ciências Médicas.

Mas o diário não se restringe a quem está insatisfeito com a balança e vale para a pessoa que sente que sua alimentação não está equilibrada e quer mudar seus hábitos também serve para aqueles que têm curiosidade sobre seus hábitos alimentares e mesmo para as mães que passam o dia fora de casa e querem acompanhar a alimentação dos filhos durante sua ausência.

Para dar certo, segundo a nutricionista, não basta relacionar o que ingeriu ao longo do dia, mas também anotar o horário em que comeu e seu estado de espírito naquele momento. "Assim, ela vê possíveis erros, como comer demais depois da 18 horas, quando chega em casa cansada ou nervosa e desconta isso na alimentação, exagerar no almoço porque à noite tem preguiça de cozinhar em casa ou acabar com uma caixa inteira de bombons porque está ansiosa, triste ou se sentindo sozinha", comenta Christiane Almei­da Leite, nutricionista do Hospital de Clínicas da Universidade Fede­ral do Paraná (UFPR) e conselheira do Conselho Regional de Nutri­cionistas do Paraná (CRN-PR).

Com isso, fica mais fácil definir estratégias para re-educar o paladar. "Se ela verifica que o período de maior compulsão é das 19 às 22 horas , quando está ociosa e come sem perceber, pode-se definir que esse horário vire o momento de ir à academia, ao parque ou inserir alguma atividade que a afaste desse exagero. Se o problema é comer muitos doces à tarde, ela pode diminuir a quantidade e, aos poucos, substituí-los por porções de frutas", orienta Cristina.

Informações verdadeiras

Segundo as especialistas, para que o diário da dieta valha a pena, é essencial que a pessoa seja verdadeira e criteriosa na hora de anotar o que consumiu ao longo do dia. Para não cair na tentação de mentir ou omitir, a dica é fazer a anotação logo após ingerir o alimento e ter em mente a importância de falar a verdade. "Se ela mente sabota seu próprio rendimento", explica Cristina.

Outro recurso importante é tornar o diário um objeto de uso prático e que esteja sempre à mão. E é bom não se pressionar demais e acabar tornando-o motivo de estresse e ansiedade. "Em alguns casos mais sérios, até orientamos o paciente a fazer um diário rigoroso, incluindo o número de calorias de cada alimento. Mas, no geral, isso não é recomendável. O diário é uma ferramenta para compreender sua dieta, não um instrumento de tortura", diz Christiane.

Diário

Para quem não larga a bolsa, uma agenda ou bloco de anotações resolve. Quem vive correndo pode usar o bloco de notas do celular. Nos aparelhos mais modernos, há aplicativos próprios para descrever o que foi consumido durante o dia. Se você não desgruda do computador pessoal, uma planilha é ferramenta fácil para organizar os dados. Dá para montar um blog na internet e colocar um post para cada refeição, comparti­lhando com outras pessoas sua experiência em busca da melhor dieta.

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Interatividade:

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