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Instituto Pasteur de Dacar

Pesquisadores africanos irão ajudar o Brasil a investigar zika vírus e microcefalia

 | JONATHAN CAMPOS/Gazeta do Povo
(Foto: JONATHAN CAMPOS/Gazeta do Povo)

Uma equipe de pesquisadores africanos do prestigiado Instituto Pasteur de Dacar, capital do Senegal, desembarca nesta terça-feira (5) em São Paulo para trabalhar em parceria com a Rede Zika, criada por cientistas, professores e alunos de instituições e laboratórios brasileiros para investigar o zika vírus e o aumento no número de casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré no país.

Os pesquisadores devem ajudar o grupo a acelerar os trabalhos, uma vez que a equipe africana tem grande experiência no controle de doenças e na neutralização de vírus. Além de conhecimento, eles trarão ao Brasil reagentes, antígenos e laboratórios portáteis para ajudar a treinar profissionais brasileiros.

Paolo Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP) e coordenador da rede, afirma que o país precisa começar a acompanhar o paciente portador do vírus em tempo real, evitando que ele seja picado novamente e infecte mais mosquitos.

“O paciente infectado vai ao posto de saúde em busca de tratamento, o mosquito não. Por isso, a forma inteligente é acompanhar o paciente virótico, não o vetor (transmissor da doença). Não dá para controlar o mosquito, mas acompanhando o paciente podemos evitar que mais mosquitos sejam infectados ao picá-lo”, explica.

Por esse motivo, Zanotto afirma ser importante que todo portador do vírus da dengue, zika ou chicungunha use repelente, impedindo a transmissão do vírus para outros mosquitos. Segundo o pesquisador, a Rede Zika, em parceria com o Instituto Butantã, já atua para desenvolver, em curto espaço de tempo, testes rápidos que possam identificar os portadores de vírus a custo mais baixo.

O professor lembra que há exemplos de sucesso no resto do mundo com os quais se pode aprender, como o de Cingapura, que combateu mosquitos transmissores de doenças com a aplicação de inseticidas em locais de grande aglomeração de pessoas, como terminais de ônibus e portas de fábricas. Ele afirma que os próprios postos de saúde e hospitais, que recebem um grande número de contaminados pelos três tipos de vírus, precisam ter um programa permanente de controle do Aedes aegypti.

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