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Cuidados

Fortalecer a musculatura e abrir corretamente a mão ajudam na prevenção

Fazer a abertura correta da mão e dos polegares e manter essa capacidade é a principal forma de prevenção. O fortalecimento da musculatura pequena da mão, localizada na palma e costas da mão e pulso, dos músculos independentes ao polegar e evitar movimentos de "pinça" são as principais sugestões de especialistas para prevenir a rizartrose. "Quando for fazer o movimento de pinça, abra bem o polegar para não sobrecarregá-lo demais. Porém, quem tem a tendência à artrose, por mais que faça exercício e posicione de forma correta, vai evoluir mais rapidamente que as outras", diz a presidente do comitê de cirurgia da mão da SBOT, Giana Silveira Giostri. As doenças inflamatórias como artrite reumatoide e os traumas da mão podem influenciar também na evolução desse tipo de artrose, de acordo com a presidente.

6 meses é o tempo médio do início de um tratamento a uma melhora em casos mais leves da rizartrose, utilizando órteses e fortalecendo a musculatura.

Cada 1kg segurado pelos dedos indicador e polegar representa 10kg que essa "pinça" formada pela mão precisa aguentar. A transmissão da força que vem desde o metacarpo (área entre o punho e os dedos), com o passar do tempo, faz com que a articulação do polegar próximo ao punho se degenere mais rapidamente, gerando a rizartrose. Mais comum entre idosos, ela atinge principalmente e de modo mais grave as mulheres, devido a fatores hormonais.

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Com o passar dos anos, o afinamento do tecido que recobre os ossos (cartilagem) diminui o espaço para os movimentos nas articulações que, consequentemente, se desestruturam, causando deformidades nas mãos – aqueles conhecidos dedos tortos, comuns em idosos. "Olhando a mão de uma pessoa a partir dos 70 anos, você vê as deformidades nos dedos. A sobrecarga de peso nos dedos que formam a 'pinça' associada ao fato de que essa junta permite uma grande mobilidade e, portanto, uma instabilidade, formam a artrose da base do polegar, que é a rizartrose", explica a presidente do comitê de cirurgia da mão da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Giana Silveira Giostri.

A predominância da doença entre as mulheres não tem uma explicação certeira, de acordo com o ortopedista e cirurgião da mão do Hospital Pilar, Paulo Sergio Matschinske. "Sabemos que há uma influência das alterações hormonais, e a incidência é maior entre as que tiveram os úteros removidos, por este motivo acreditamos no papel dos hormônios. Mas, como os homens também apresentam a doença, não se pode dizer que tudo é de causa hormonal", explica. A instabilidade dos ligamentos das mulheres também é maior e, por serem mais elásticos e frouxos que nos homens, tornam-se um fator predisponente à doença. "A estrutura herdada das mulheres é uma junta mais flexível da articulação da base do polegar, mais elástica e mais instável, podendo gastar mais cedo um processo que se agrava com a idade", afirma o ortopedista especialista em cirurgia da mão do Hospital da XV, Luiz Carlos Sobania.

Não mexa

As dores são os primeiros sinais da rizartrose e se concentram na base do polegar, especialmente quando a pessoa realiza atividades manuais, como abotoar a camisa, abrir a maçaneta da porta, descascar um alimento, usar a pinça, entre outros. A dificuldade em fazer o movimento de "pinça" entre o polegar e os demais dedos – que diferencia a mão humana de outro animal – é o principal sinal. "Em seguida vem a redução da força e da mobilidade da articulação trapézio metacarpiana. A pessoa não consegue mais abrir e fechar o polegar da mesma maneira", orienta o diretor da regional sul da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, Henrique Ayzemberg. Saliências podem surgir na base do polegar, mas nem sempre são percebidas. "Restringir os movimentos que utilizam a força de prensa e usar órteses ajudam no alívio dos sintomas", completa Ayzemberg.

Tratamento

Fisioterapia para casos mais leves, cirurgia para os mais severos

O exame físico e os sintomas são os primeiros passos para identificar a rizartrose. O raio-X completa o diagnóstico. A cirurgia ortopédica cabe aos casos mais severos da doença, e vai retirar (parcial ou totalmente) o osso causador do problema, o trapézio, que estará bem desgastado. "Em casos mais leves, o tratamento comum é o conservador, usando uma órtese (luva que serve de apoio para a mão), que retira a pressão sobre a articulação. É importante também fazer o fortalecimento da musculatura da mão ou usar um medicamento analgésico e anti-inflamatório", afirma o ortopedista especializado em cirurgia da mão, Samuel Ribak.

No futuro, próteses que substituam a articulação do osso trapézio podem trazer a solução dos sintomas. "Seria eliminada a articulação doente e substituída por algo sintético. Mas, como todos os implantes, há riscos de rejeição, infecção, perda de eixo", diz o ortopedista e cirurgião da mão, Paulo Sergio Matschinske.

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