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Dicas

Fique atento ao que você pode fazer para prevenir a cistite

- Cuidado com a mudança brusca de temperatura. Ela favorece a contração da uretra e joga as bactérias da parte anterior para a superior, local onde se desenvolve a infecção.

- Preste atenção aos sinais de estresse. Ele pode baixar a imunidade e deixar o corpo mais suscetível à infecção bacteriana.

- Calcinhas de tecidos que aquecem o corpo – como lycra – e calças jeans devem ser evitadas, porque o calor favorece a proliferação de bactérias. Pelo mesmo motivo, na hora de dormir o ideal é não usar roupa íntima.

- Vá ao banheiro antes de a bexiga encher. Reter a urina favorece a cistite.

- Cuidado com o uso excessivo de antibióticos. Eles tornam as bactérias mais resistentes, reduzem a defesa e por isso facilitam a infecção.

Fontes: Edson Tristão, ginecologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Arlindo Brun, ginecologista e obstetra e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e Francisco Pegoretto, urologista do Hospital Santa Cruz.

Se por um lado a praticidade atual da higiene íntima feminina torna a vida da mulher mais simples, por outro pode trazer complicações para a saúde. Absorventes perfumados e internos ajudam a causar cistite, infecção urinária que leva pelo menos 4 milhões de mulheres aos consultórios médicos todos os anos – cinco vezes mais do que os homens.

De acordo com o ginecologista, obstetra e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Arlindo Brun Júnior, a uretra – canal por onde sai a urina – é perto da vagina, onde naturalmente existem várias bactérias. Se elas entrarem em desequilíbrio, pode acontecer infecção.

"Alguns fatores simples aumentam a proliferação bacteriana por causar irritação no local, como o perfume dos absorventes e papel higiênico e a fricção pelo contato sexual. Até o sangue menstrual que se acumula quando a mulher não impede que ele saia é prejudicial", explica o médico.

Nestes casos, deve-se evitar produtos perfumados, não lavar internamente a região (para que as bactérias não cheguem à uretra) e urinar antes e depois da relação sexual (para que a urina não deixe que os micro-organismos que saíram do canal vaginal e se fixem na parede de uretra).

Mas existe outra desvantagem feminina que ajuda a causar cistite: a proximidade das regiões anal e vaginal. As bactérias intestinais são grandes causadoras da doença, mas só chegam à uretra por via externa. "Por isso a higiene após ir ao banheiro é fundamental. A limpeza deve ser feita de frente para trás, nunca o contrário, e de preferência com água e sabão ou lenço umedecido e sem cheiro", diz o urologista do Hospital Santa Cruz Francisco Pegoretto.

Para prevenir tanto a contaminação vaginal quanto a intestinal as mulheres precisam tomar cuidados como ingerir dois litros de líquido ao dia – que faz com que a bexiga urinária trabalhe mais e elime as bactérias – e comer alimentos com fibra, para evitar intestino preso, que aumenta a flora bacteriana intestinal.

No início da atividade sexual e na menopausa as mulheres estão mais sujeitas à cistite por causa da redução hormonal, que favorece a infecção. Mas, independentemente da causa e da idade em que acontece, os sintomas mais frequentes, além das idas contantes ao banheiro, são ardência, dor no baixo ventre, febre baixa, cheiro forte da urina e um pouco de sangue, que não é comum em todos os casos.

A falta de tratamento adequado ou a reincidência por mais de três vezes em seis meses pode afetar os rins ou causar infecção generalizada, o que segundo Brun pode levar à morte. Para a cistite que ainda não atingiu este estágio, o tratamento é com antibiótico entre três e sete dias e uma bolsa de água quente em cima da região da bexiga para reduzir a vontade de urinar. Se for mais grave, o paciente precisa ficar internado e tomar doses mais fortes de medicamento.

Na gravidez

Em mulheres grávidas a cistite pode provocar parto prematuro. Por causa do aumento do hormônio progesterona – necessário para manter a gestação – a bexiga fica mais relaxada e armazena mais urina, o que pode aumentar a concentração de bactérias e provocar infecção.

De acordo com Brun os sintomas da cistite na gestante nem sempre são visíveis, por isso durante os nove meses ela precisa fazer pelo menos três exames – um a cada três meses – para checar se tem a doença. "Muitos partos acontecem antes do tempo, por rompimento da bolsa, e nem médico nem paciente imaginam que é por causa da infecção urinária. Isso é muito mais comum do que se imagina", explica.

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