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“A preparação para a prova exige uma âncora mental, para te levar a um estado pré-competitivo. Só de ouvir uma música, muitas vezes quem compete já fica com o coração disparado e se anima.”
Renato Ramalho, atleta que nada na categoria master | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
“A preparação para a prova exige uma âncora mental, para te levar a um estado pré-competitivo. Só de ouvir uma música, muitas vezes quem compete já fica com o coração disparado e se anima.” Renato Ramalho, atleta que nada na categoria master| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Cuidados

Antes de selecionar músicas e correr por aí, é importante ficar atento para altura do som, realizar alongamentos e aquecimento:

- O limite do volume deve ser de 80 a 85 decibéis. Nem sempre volume muito alto é sinal de motivação.

- Ao selecionar músicas para uma aula, escolha artistas mais neutros ou mescle estilos, observando o perfil dos alunos.

- Não comece uma atividade sem antes fazer uma avaliação médica, que deve incluir exames com cardiologista e ortopedista.

- Siga uma programação de atividades recomendada pelo médico e não exceda limites sem antes consultá-lo. A chance de lesões aumenta e todo o condicionamento físico ganho pode ir embora com uma pausa prolongada para se recuperar.

- Avalie a segurança do equipamento. No caso de pessoas que correm, um tênis adequado é essencial, assim como se manter hidratado.

- Faça um aquecimento. Corridas leves em percursos breves, de 30 metros, e polichinelos são bons exercícios para começar. Depois, alongue-se e entre no exercício em si. Não esqueça de repetir o alongamento no final.

Que ouvir uma boa música du­­rante o exercício físico incentiva a continuação do exercício físico até o final pode até parecer redundante para quem se exercita. Porém já existem estudos científicos que comprovam: o ritmo da música contribui para aumento da performance e diminuição do cansaço. Pesquisa da Universidade de Bru­­nel, na Inglaterra, tocou uma mú­­sica eventualmente para competidores que correram 20 quilômetros, e o ritmo ajudou quando os atletas já estavam perdendo o fôlego. Outro estudo, da Universidade John Moores, de Liverpool, reuniu um grupo de ciclistas voluntários para que pedalassem ao som de uma canção por três vezes, com uma sutil aceleração do ritmo. O aumento fez com que a força das pedaladas fosse 9,8% maiores. No Paraná, a Universidade Federal (UFPR) realiza atualmente um estudo com 30 maratonistas, feito por alunos participantes do Grupo de Pesquisa em Exercícios e Esporte. Os atletas são submetidos a testes de esforços com três ritmos diferentes: rock, pop e música clássica. "Ainda não temos resultados, mas reparamos que o gosto pessoal influencia mais, ao contrário do que se pensa, de que a música deve ser animada", diz uma das pesquisadoras, Birgit Keller, que é doutoranda em Educação Física. Birgit pesquisou também, entre 80 atletas amadores de handball de Curitiba e região metropolitana, a influência da música na diminuição dos níveis de estresse antes das competições, a partir de amostras do hormônio cortisol, coletados pela saliva. "Detectamos que tanto a música clássica como a música preferida diminuiu a ansiedade."

O atleta Renato Ramalho, que nada na categoria master, é um exemplo de quem utiliza a música tanto para relaxar antes das competições como para incentivar as corridas na esteira. "A preparação para a prova exige uma âncora mental, para te levar a um estado pré-competitivo. Só de ouvir uma música, muitas vezes quem compete já fica com o coração disparado e se anima." Para as corridas, que faz três vezes por semana, Ramalho tem uma seleção musical específica no seu iPod, com bandas como Linkin Park, U2 e Enya. "Deixo algumas mais calmas para me ajudar nos treinos em que corro por mais tempo."

O coordenador do Departamen­to de Esporte da Pontifícia Uni­versidade Católica do Paraná (PUCPR), Luiz Carlos Py Flores, alerta que a música também pode ser uma "faca de dois gumes" na atividade física. "O ritmo acelerado aumenta a frequência cardíaca e incentiva a liberação de hormônios como a noradrenalina, que ajuda na batalha contra o estresse. Por outro lado, quando tudo é muito motivante, há risco de ultrapassar limites e entrar em um estado que é pura euforia." A professora de educação física e gerente da academia Gustavo Borges, Patrícia Koglin, afirma que ouvir música influencia menos nas atividades físicas leves. "No exercício moderado, ajuda muito e faz com que o aluno aguente mais um pedaço da aula."

Começo

Uma trilha sonora agradável, segundo o professor de Educa­­­ção Física da Uni­­­versidade Po­­­­sitivo, Cesar Macuco, é essencial pa­­ra empolgar iniciantes. "Se não tiver um incentivo e um bom motivo, fica complicado a pessoa manter uma adesão. Por isso a música é bastante importante na fase de adaptação do aluno na prática dos exercícios físicos." O ortopedista especialista em me­­­­dicina esportiva do Hos­­­pital Vita Batel, Lúcio Ern­­­­lund, salienta que deve-se ter cuidado ao ler resultados de pes­­­­quisas que constatam aumento de performance. "Tem de existir um estudo paralelo para provar, com um outro grupo de controle que realizou atividades físicas sem música, por exemplo."

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