• Carregando...
 | André Rodrigues/Gazeta do Povo
| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Criatividade e agrados ajudam na hora de dar remédios

Com um ano e dois meses, Giovanna Kaiser Morales foi diagnosticada com bronquite e precisa tomar remédios todos os dias. Entre eles está um spray nasal, que causa incômodo. Para convencer a menina de que ele é importante, a mãe, Gracielle Aline Kaiser, abusa da criatividade para contornar o momento da medicação. "Ela reclama um pouco, tem que ficar agradando". Por sorte, diz ela, um dos remédios é em pó e é próprio para dissolver no leite. "Ou então ela bebe com o suco de soja, quando enjoa do leite. Esse ela toma sem reclamar", diz a mãe, que também é farmacêutica.

Sem pomada

O joelho ralado precisa de uma limpeza que tenha água, sabão e uma solução antisséptica, de preferência com iodo. Na fase de cicatrização, porém, sem infecção, recomenda-se somente manter o ferimento limpo com água e sabonete, sem precisar de pomadas ou outros medicamentos.

2 a 3 vacinas tomadas no mesmo dia não são um problema, de acordo com especialistas. Mais que isso, porém, pode gerar mais dor no local de aplicação.

A picada leva apenas alguns segundos, assim como o desconforto da agulha. Mesmo assim, alguns pais insistem em medicar as crianças para que não sintam a dor da injeção. Também há quem prefira levar os filhos para tomar todas as vacinas em um único dia ou ainda usar pomadas em qualquer arranhão. Essas são algumas atitudes de pais que tentam "proteger" as crianças de um sofrimento físico, mas que são criticadas por especialistas.

Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia - Regional Paraná, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, o uso de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, podem interferir na resposta vacinal. "Não é uma interferência tão significativa, mas se usar sem necessidade clínica e virar uma rotina, pode influenciar", alerta Heloisa, que é pediatra. Para ela, o esforço dos pais em evitar a dor é desnecessário.

O risco alérgico também é perigoso nesses casos, de acordo com o infectologista do laboratório Frischmann Aisengart, Jaime Rocha. "A criança pode apresentar sonolência, quadro alérgico e sofrer efeitos colaterais do remédio", explica.

Da mesma forma, agrupar uma maior quantidade de vacinas em um único dia deve ser analisado caso a caso. De duas a três aplicações, em dois membros, não há problema. Porém, a restrição de massa muscular da criança pode impedir mais injeções no mesmo dia. "As vacinas devem ser feitas nas datas estipuladas, às vezes evitando quando a criança não tem um espaço muscular adequado para a vacina, quando quebra o braço, por exemplo", afirma a pediatra. Ao invés de tentar "proteger" as crianças do rápido sofrimento, os médicos indicam aos pais ensiná-los sobre os benefícios da vacinação, quando mais velhos, ou buscarem outras formas de reduzir a dor, quando pequenos.

Recomendações

Doces e distrações podem aliviar dor

Mesmo entre os adultos, "enganar" o medo da injeção é uma prática aconselhável. E os doces podem servir como "consolo". Antes da vacina ou mesmo durante, entregue uma bala à criança para que a dor seja esquecida, pelo menos por alguns segundos. Para as crianças pequenas, a pediatra Heloisa Giamberardino recomenda dar a vacina enquanto ela estiver mamando. "Usar um creme anestésico ou gelo seco no local da picada uma hora antes da vacina também ajuda", afirma a pediatra, que recomenda a prática inclusive entre os adultos.

Oferecer doces junto com o remédio amargo pode ajudar a mascarar o sabor e incentivar a criança a engoli-lo. Mas, antes de fazer isso, é preciso consultar o pediatra. "Alguns medicamentos têm a ação alterada pelos alimentos e precisam ser ingeridos em jejum. No caso dos anti-inflamatórios, que podem causar efeitos irritativos sobre a mucosa gastrointestinal, devem ser administrados junto com as refeições", complementa Heloisa.

Regurgitação

Deixar o almoço ou lanche para depois da vacina é uma das recomendações aos pais, principalmente no caso das vacinas orais, como a contra o rotavírus. Nas crianças de colo, o ato de regurgitar, que é comum, pode prejudicar a absorção do medicamento. "É melhor que se tome a vacina no intervalo dos horários de alimentação", recomenda a pediatra.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]