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Veja a evolução da hepatite do tipo B |
Veja a evolução da hepatite do tipo B| Foto:

Tipo C causa mais mortes

A hepatite C é a que causa o maior número de mortes entre todos os tipos da doença, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. As informações são da Agência Brasil.

Segundo a diretora do Departamento de DST-Aids do ministério, Mariângela Simão, mais de 70% dos casos de hepatite C se torna crônica.

"Os grupos que são atingidos pela hepatite C são mais velhos, em especial por transfusão sanguínea. Essa hepatite é silenciosa e, em 70% dos casos, se tornam crônicos. Além disso, não há uma vacina disponível no mundo contra ela", disse a diretora.

Em 2009, foram confirmados no Brasil 9.794 casos de hepatite C e, em 2008, foram 9.954 casos. A maior parte se concentra na faixa etária dos 50 aos 59 anos, com pessoas contaminadas por seringas não esterilizadas e transfusões de sangue feitas até 1993.

Brasília - Com o aumento do número de casos de hepatite B confirmados no país, o Ministério da Saúde vai ampliar a faixa etária da população que tem direito à vacina contra a doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, a idade vai de 0 a 19 anos. Em 2011, a imunização será oferecida também para a faixa de 20 a 24 anos; e, em 2012, para a de 25 a 29. O anúncio foi feito ontem, dia mundial de combate às hepatites virais.

Os números da doença só cresceram na última década. Em 1999, foram registrados 473, con­­tra 14.601 em 2009. O número registrado no ano passado é 8% maior do que o de 2008 (13.389 casos). Para Gerson Fer­­nando Mendes Pereira, do De­­par­­ta­­mento de DST e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a redução do uso de preservativos explica o aumento, já que o vírus é transmitido por via sexual ou sanguínea. Divulgada no ano passado, uma pesquisa da pasta mostrou que o uso de camisinha em relações casuais passou de 51,5% da população sexualmente ativa, em 2004, para 46,5% em 2008.

Para Mário Guimarães Pessoa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, também deve ter contribuído para o aumento a melhoria do diagnóstico. O número de testes para a detecção da doença passou de 1,97 milhão em 2004 para 7,22 milhões em 2009.

A doença atinge principalmente adultos com idade entre 20 e 59 anos. Ela ataca o fígado e pode causar câncer a partir de lesões no órgão. Cerca de 90% a 95% dos casos de hepatite B se tornam agudos.

A vacina é uma das principais medidas de prevenção e, segundo o Ministério da Saúde, após tomar as três doses, mais de 90% dos adultos jovens e 95% das crianças e adolescentes ficam imunizados contra a hepatite B.

Na semana passada, o Minis­tério da Saúde já havia anunciado uma ampliação do número de grupos que têm direito à vacina gratuita contra hepatite B. Pas­saram a poder ser imunizados os profissionais que exercem atividades de risco (em contato com fluidos e sangue), como manicures, pedicures, tatuadores e podólogos, além de gestantes, mulheres que fazem sexo com outras mulheres, travestis, portadores de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e populações de assentamentos e acampamentos.

Outras

Embora também preocupem o ministério, os casos de hepatite A e C diminuíram. Após um aumento entre 1999 e 2005, o número de registros do tipo A caiu 53%. A queda é atribuída à melhora do saneamento básico – o vírus é transmitido, principalmente, pela água. Já os casos de hepatite C aumentaram de 1999 a 2007, mas apresentaram queda de 2% nos últimos dois anos.

Ao todo, as hepatites virais já mataram pelo menos 20 mil pessoas no Brasil na última década. O Ministério da Saúde considera que o número real deve ser ainda maior, já que muitos casos não são diagnosticados.

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