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Maria Cláudia tem predisposição à trombose e não deixa de fazer exercícios durante as viagens | Walter Alves/Gazeta do Povo
Maria Cláudia tem predisposição à trombose e não deixa de fazer exercícios durante as viagens| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Significado

O que é a trombose?

Popularmente conhecida como "Síndrome da Classe Econômica", a trombose venosa profunda (TVP) é uma doença grave que pode afetar qualquer pessoa que viaje sentada por um longo período. Antes associada somente a viagens de avião, hoje sabe-se que também pode ser conse­quência de longas viagens de carro, ônibus e trem. A trombose ocorre quando um coágulo (ou trombo) obstrui uma veia profunda e dificulta a passagem do sangue. "A perna parada não aciona a panturrilha e impede o bombeamento correto do sangue de volta ao coração. A má circulação pode causar o tromboembolismo pulmonar que pode levar à morte", afirma a médica angiologista clínica do Hospital Vita Denise Bermudez Kubrusly.

O mal pode acometer qualquer pessoa, mas alguns grupos têm maior predisposição. "É o caso dos idosos, grávidas, obesos, sedentários, fumantes e de pessoas que usam hormônio em dosagem alta ou que têm predisposição genética", explica a médica.

Quando a viagem é longa, o corpo sofre por ficar muito tempo na mesma posição. Chega-se a passar horas sem movimentar as pernas, sentado desconfortavelmente. O resultado são dores e inchaço dos membros inferiores, que podem levar a doenças mais graves, como a trombose. No verão, o quadro piora, pois as altas temperaturas favorecem a vasodilatação.

O cirurgião vascular do Hospi­tal Nossa Senhora das Graças Jorge Rufino Ribas Timi afirma que é possível evitar esses problemas com medidas que devem ser colocadas em prática durante o trajeto. Segundo ele, a situação é mais complicada em aviões, porque o espaço entre as poltronas é pequeno e, em alguns voos, está proibido circular nos corredores. "O exercício pode ser feito sentado mesmo, ao flexionar os pés para cima e para baixo por 15 minutos, a cada hora. É importante mexer a musculatura da panturrilha, responsável por bombear o sangue que está nos pés de volta ao coração. É indicado também levantar as pernas de modo que os tornozelos fiquem pelo menos 10 centímetros acima da virilha. Esses movimentos diminuem o risco de se desenvolver uma trombose", recomenda Timi, que também é pro­­­­­fessor de cirurgia vascular da Uni­­­­­ver­­­­sidade Federal do Paraná e coor­­­­denador do Núcleo Integrado de Cirurgia Endo­vascular e de Pes­­­quisa.

Outras medidas são: tomar água; evitar as bebidas alcoólicas e comidas com excesso de sal; usar roupas e calçados confortáveis e evitar meias com elástico de fixação no tornozelo. Se a viagem for de carro ou ônibus, é importante fazer os mesmos exercícios de movimento dos pés e tornozelos e caminhar pelo menos 15 minutos em cada parada.

Cuidados

O problema pode afetar mesmo pessoas saudáveis, se ela ficar muitas horas sentada, na mesma posição. Nos casos de predisposição à trombose, o cuidado deve ser redobrado. É o caso da bióloga Maria Cláudia Maciel, de 28 anos, que sofre de insuficiência do retorno venoso na perna esquerda desde que nasceu e que, por isso, precisa ser mais cuidadosa na hora de viajar. "No avião, procuro sentar em poltronas na saída de emergência, que têm mais espaço para esticar as pernas, e nos lugares próximos ao corredor, para ter mais liberdade para me movimentar", conta.

Ela também toma medicamentos e usa meias de alta compressão, indicados pelo médico. Mesmo tendo que redobrar a atenção, Maria Cláudia não deixa de viajar. "Em agosto fui pa­­ra os Estados Unidos e o voo du­­rou 9 horas. Procurei levantar, caminhar bastante, apoiar min­­­ha perna. Não tive problemas", diz ela.

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