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Os Franceschi se livraram dos óculos e corrigiram problemas comuns as famílias brasileiras: miopia, presbiopia e catarata | Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Os Franceschi se livraram dos óculos e corrigiram problemas comuns as famílias brasileiras: miopia, presbiopia e catarata| Foto: Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Computador

Evite a fadiga ocular e a vermelhidão causada pelo uso excessivo de computador

- Faça pausas de dez minutos a cada uma hora, no máximo.

- Quando tiver algum desconforto ou sensação de fadiga, olhe por mais ou menos um minuto para o ponto mais distante de sua sala ou local de trabalho.

- Tente piscar mais, mesmo que de forma consciente.

- Prefira as telas de computador foscas ou de LCD. Elas têm maior definição e refletem menos a luz. Se não tiver como, diminua o brilho do seu monitor tradicional.

- Se possível, deixe a tela do computador de dez a 15 graus mais baixa do que o nível dos olhos. Assim as pálpebras ficam mais fechadas e o esforço é menor. Da mesma maneira, nunca deixe a tela acima do nível dos olhos.

- O ideal é que o monitor fique 50 centímetros distante dos olhos.

- Se o desconforto tornar-se frequente, procure um médico oftalmologista para checar se, além do estresse visual, não há algum problema que precise de correção de grau.

Fontes: Marco Canto, médico oftalmologista da Clínica Canto; Ezequiel Portela, médico oftalmologista e presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia.

Lentes de contato

Elas são funcionais e possibilitam uma visão mais ampla do que os óculos. Porém, nem todos podem usá-las. Cuidados diários são determinantes para manter a saúde ocular a longo prazo

Compra – A escolha do modelo e do formato deve ser acompanhada de perto por um oftalmologista. A receita feita para os óculos não serve para as lentes de contato. Há diferenças de grau que, se não adaptadas de forma correta, podem viciar o usuário. A boa procedência também é fundamental para evitar lesões e traumas na córnea.

Hidratação – As lentes têm 60% de água na sua composição. Por isso elas precisam ser bem hidratadas, porque "roubam" um pouco da hidratação dos olhos. Além do uso de produtos para a higiene das lentes, use colírios que são apenas lubrificantes, não os vasoconstritores.

Descanso – Nunca durma com as lentes. Isso pode causar ressecamento e dificultar a oxigenação dos olhos. Sempre que tirar, lave-as com produtos multiuso que higienizam e conservam.

Vencimento – Obedeça o prazo de validade delas. As gelatinosas duram em média um ano e as rígidas podem ser usadas por dois anos. Observe as indicações para as descartáveis, que têm uma validade menor. Se não forem substituídas, podem prejudicar a qualidade da visão.

Contraindicadas – Quem tem glaucoma e pessoas que já tiveram alguma lesão ou infecção na córnea não podem usar. Crianças e adolescentes estão liberados, mas os pais devem ficar de olho se a manutenção está sendo feita de maneira correta.

Fonte: Lincoln Cramer Tassini, médico oftamologia do Hospital Santa Cruz.

Cardápio

Apesar de não existir uma vitamina que diretamente faça bem à visão, há grupos de alimentos com substâncias capazes de melhorar o organismo como um todo e favorecer especialmente os olhos. Com uma alimentação balanceada é possível retardar o aparecimento de doenças degenerativas. Conheça os grupos de alimentos:

Verdes – A luteína é uma substância com propriedades antioxidantes capaz de ajudar na prevenção de degeneração macular relacionada à idade. Está presente em verduras escuras, como espinafre, rúcula e agrião. A longo prazo, sua ingestão é fundamental para a saúde dos olhos.

Amarelos – Cenoura, pimentão amarelo, abóbora e outros vegetais de cor amarela ou laranja têm betacaroteno, substância presente na vitamina A, que ajuda a prevenir a cegueira noturna e é necessária para o crescimento e desenvolvimento celular.

Vermelhos – Frutas e legumes, como o tomate e o morango, têm licopeno, um importante antioxidante natural. Sua ação é importante para combater os radicais livres e o envelhecimento precoce.

Fontes: Paulo Ricardo Nocêra, médico oftalmologista do Instituto Oftalmológico de Curitiba; Paulo Fadel, médico oftalmologista do Centro de Microcirurgia Ocular de Curitiba (CEMOC).

Sete motivos

Você ainda não usa óculos de sol?

Conheça bons motivos para aderir à moda que faz bem à saúde

1 - Os olhos são compostos em grande parte de tecidos nervosos. Lesões nervosas são irreversíveis e impossíveis de serem reparadas.

2 - Os raios ultravioleta (UV) causam desde queimaduras superficiais e desconforto até alterações no fundo do olho.

3 - De cada dez pessoas, três terão degeneração macular relacionada à idade. A principal causa da doença, que faz com que haja a perda progressiva da visão e aparece depois dos 70 anos, é a exposição aos raios UV.

4 - Quem não usa óculos de sol tem catarata mais precocemente. O normal é a doença surgir após os 60 anos. Com a exposição ao sol, pode aparecer cinco ou dez anos antes.

5 - Curitiba é a capital de maior altitude do Brasil. Quanto mais alto maior o índice de radiação UV. Para se ter uma ideia, o índice de raios UV em Curitiba é comparado ao de São Luís, no Maranhão.

6 - Dias ensolarados, mesmo se forem de inverno, têm 100% de radiação UV. Em dias nublados o índice é de 85%.

7 - Nunca é tarde para começar. Apesar de o efeito ser cumulativo – e de ser impossível reverter os males já causados pelo sol – dá para evitar que aconteçam novas lesões.

Fontes: Paulo Ricardo Nocêra, médico oftalmologista do Instituto Oftalmológico de Curitiba; Paulo Fadel, médico oftalmologista do Centro de Microcirurgia Ocular de Curitiba.

  • Os irmãos Leonardo e Henrique fizeram cirurgias para corrigir a miopia e o astigmatismo e se livraram dos óculos
  • Raquel implantou lentes intraoculares e agora não precisa mais dos óculos para ir ao supermercado
  • Óculos com video filter foram a solução para Armando Garcia se sentir confortável o dia todo trabalhando no computador

Horas na frente do computador ou dos livros, somadas à exposição ao sol e a ambientes com ar condicionado são como uma musculação visual. Mas o esforço em excesso pode ser grande demais para o olho humano, acostumado primitivamente a usar mais a visão para longe. "Com o computador, precisamos ficar ajustando o foco para perto. Até duas horas de ginástica todo mundo aguenta, mas seis horas não", afirma Paulo Fadel, médico oftalmologista do Centro de Microcirurgia Ocular de Curitiba.

A grande exigência faz com que alterações que antes passavam despercebidas hoje sejam notadas e também corrigidas. Segundo especialistas, esse seria o maior motivo para que óculos e lentes de contato tenham entrado de vez para a lista de necessidades básicas de muita gente. Mas será que é só impressão ou as pessoas têm cada vez mais problemas relacionados à visão?

Segundo Hamilton Moreira, médico oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná e presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, as doenças refrativas – miopia, astigmatismo e hipermetropia – realmente estão mais comuns. "A população mundial está ficando mais míope. Hoje fala-se que 70% dos orientais e 20% dos ocidentais têm alguma doença refrativa e esse número está aumentando. A explicação para isso é múltipla. Acredita-se que o fato de o homem estar mais recluso, com novos hábitos, incluindo o uso frequente do computador, contribui para isso", diz.

Ao mesmo tempo em que há uma exigência maior dos olhos, o aumento da expectativa de vida faz com que males relacionados ao envelhecimento também tenham maior incidência. São as doenças degenerativas, algumas reversíveis, outras não, muitas delas resultados de hábitos cultivados por décadas, como a exposição ao sol, o fumo e a má alimentação. "O olho é um orgão que sofre degeneração. O envelhecimento é inevitável, no entanto, temos condições de envelhecer mais ou menos rapidamente dependendo das atitudes que temos hoje", diz Fadel.

Geração informática

Não tem como falar de contemporaneidade sem mencionar o computador. O uso de eletroeletrônicos mudou a forma como as rotinas de trabalho e de lazer são organizadas. Passar o dia no escritório na frente do aparelho é comum. Ficar na internet nas horas vagas também. O interessante é que seu uso por longos períodos está associado com o que os oftamologistas chamam de síndrome visual do computador, causada pela fadiga e pelo estresse ocular. "Quando você olha para perto há uma acomodação, esse movimento pode causar um cansaço e uma miopização momentânea. A vista fica sem foco e passamos a fazer um esforço", explica o médico oftalmologista Marco Canto, da Clínica Canto.

Mesmo quem não tem miopia pode apresentar o sintoma, geralmente acompanhado de dores de cabeça, ardência, irritação nos olhos e sensibilidade à luz. O problema pode ter várias origens, desde a própria fadiga até um pequeno grau, corrigido com os óculos de descanso. "Pode ser o caso de um pequeno defeito de visão que a pessoa não perceberia se não forçasse tanto a vista. Mas o estresse também entra no diagnóstico. Só ele, desacompanhado de algum defeito de visão, pode causar os mesmos problemas. É muito importante procurar um médico para que ele diferencie isso", alerta Moreira.

Aqueles que já usam óculos podem recorrer a lentes com filtros que ajudam a minimizar os sintomas. Foi a opção do terapeuta Armando Edson Garcia, 63 anos. Ele trabalha na frente do computador de cinco a oito horas por dia e, mesmo já usando óculos para correção de grau, sentia ardência nos olhos e dores de cabeça. A saída foi trocar as lentes comuns de seu óculos multifocal por lentes com video filter, capazes de diminuir os reflexos e aumentar o conforto visual. "As lentes são visivelmente azuis. Se antes eu sentia a claridade da tela do computador, agora não sinto mais", conta. As duas lentes custaram em torno de R$ 380.

Outro problema é que, diante do computador, as pessoas ficam mais concentradas e acabam esquecendo de piscar. "Piscamos de seis a oito vezes por minuto. O normal seria 20 vezes", diz Lincoln Cramer Tassini, médico oftamologista do Hospital Santa Cruz. Ao deixar de piscar, os olhos ficam menos lubrificados, o que também pode causar desconforto, vermelhidão e ardência.

Os sintomas são piores em ambientes com ar condicionado ou quando a umidade relativa do ar está mais baixa do que o normal. A saída, nesse caso, é o uso de colírios lubrificantes. "Eles funcionam como uma lágrima artificial. Esses colírios têm a venda liberada e podem ser usados sem restrições", comenta Ezequiel Portela, médico oftalmologista presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia.

Mulheres que estão na menopausa, pessoas que tomam anti-histamínicos e antidepressivos têm maior probabilidade de desenvolver a doença. "É preciso consultar o médico para saber a conduta adequada. Em geral, são usados colírios em pomada ou em gel para o tratamento", afirma Fábio Slompo Ramos, médico oftalmologista do Hospital Nossa Senhora das Graças. É importante diferenciar o ressecamento pontual dos olhos da disfunção lacrimal, doença conhecida como olho seco.

Míope desde criança

Mesmo que as vovós insistam em relacionar problemas de visão com o uso de computador ou com leituras em excesso, não há pesquisas que comprovem uma ligação direta entre forçar a vista e ter algum distúbio oftalmológico. As alterações refrativas mais comuns – miopia e astigmatismo – são causadas, prioritariamente, por fatores hereditários. É o caso dos irmãos Leonardo e Henrique Weldt Franceschi, de 28 e 25 anos. Os dois tiveram miopia e astigmatismo durante a infância e adolescência. "Descobri com sete anos e já passei a usar óculos", lembra Leonardo. Geralmente é nessa época – na qual as crianças passam pelo processo de alfabetização – que as primeiras dificuldades visuais aparecem.

Na adolescência, além dos distúrbios refrativos, existe o risco de aparecimento de ceratocone, uma espécie de astigmatismo mais grave, que pode ser pior em pacientes alérgicos que têm o costume de coçar os olhos.

Na vida adulta, a tendência é de que os graus estabilizem. Para 90% das pessoas é hora de corrigir as alterações com cirurgias refrativas à laser. Foi assim com Leonardo e Henrique. Eles se livraram dos óculos e das lentes de contato graças a técnicas modernas que auxiliam no tratamento de doenças refrativas. "Facilitou muito. Agora não preciso mais ficar tirando e pondo lentes, colocando óculos e me preocupando", comemora Henrique.

Os dois irmãos não foram os únicos na família que aposentaram os óculos. A mãe, Raquel Weldt Franceschi, e o pai, Dante Franceschi, operaram, respectivamente, de presbiopia e catarata há dois anos.

Síndrome do braço curto

O primeiro sinal do envelhecimento é a presbiopia, conhecida popularmente como vista cansada. É quando o cristalino perde a capacidade de focar de perto e a pessoa começa a ter dificuldades para ler, fazer atividades manuais e enxergar detalhes. "Costumo dizer que quem viver terá o problema, é como ter rugas e cabelos brancos. O primeiro sinal aparece em torno dos 45 anos e vai piorando até a hora em que a única alternativa é a correção", afirma o médico oftalmologista Fadel.

Graças a cirurgias que implantam lentes intraoculares, os velhos óculos de leitura podem estar com os dias contados. Raquel Franceschi estava cansada de esquecer os óculos para ir ao supermercado ou cinema. "Tinha de ficar pedindo ajuda ao meu marido ou aos meus filhos", conta ela, que começou a ter os primeiros sintomas de presbiopia aos 45 anos.

Foram sete anos de óculos até decidir pela comodidade e fazer a correção. "Foi pela facilidade e pela estética. Sou vaidosa e nunca precisei usar óculos quando jovem. Então não gostava mesmo", diz.

Após um período de adaptação, Raquel começou a enxergar como se estivesse com óculos. As lentes substituem o cristalino e têm um sistema que possibilita a correção multifocal de perto e de longe. O preço varia de médico para médico e custa em torno de R$ 8 mil por olho. Como Raquel já substituiu o cristalino ela não corre o risco de ter catarata.

Inimigos

Quando Dante Franceschi, 62 anos, notou que os óculos para corrigir presbiopia não funcionavam mais, procurou o oftalmologista e o diagnóstico foi fácil: catarata. "Não fiquei assustado, sabia que era consequência da idade mesmo", conta ele, que já tem três cirurgias de correção visual no currículo – duas para miopia e a última, para catarata, há dois anos.

A cirurgia de catarata é um dos procedimentos médicos mais realizados no mundo e a doença é a maior causa de cegueira tratável. "É esperado que o cristalino fique opaco com o tempo. O normal é que isso aconteça em torno dos 60 anos, mas há fatores capazes de antecipar a catarata, como o fumo, a diabete, cardiopatias ou alterações metabólicas", explica o oftalmologista Fadel.

Mas o pior inimigo dos olhos é a radiação ultravioleta. "Os olhos são a comissão de frente da radiação. Se a pele sofre, a visão sofre mais ainda. A doença mais grave é a degeneração macular relacionada à idade. É um mal irreversível que leva à perda progressiva da visão. De cada dez pessoas brancas, três desenvolverão o problema", comenta Paulo Ricardo Nocêra, médico oftalmologista do Instituto de Oftalmologia de Curitiba.

Além da proteção com óculos de sol, é preciso fazer um acompanhamento oftalmológico após os 45 anos para tratar preventivamente doenças degenerativas. É o caso de Dante, que descobriu a catarata ainda no início. É o melhor momento para se fazer a cirurgia porque a incisão e o trauma são menores. Junto com a correção da catarata ele aproveitou para corrigir a presbiopia, assim como fez sua esposa,Raquel.

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