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Sem Rodeios

Acompanhe depoimento de Bolsonaro AO VIVO para Alexandre de Moraes

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda tentará demonstrar, na ação penal sobre a suposta tentativa de golpe, novas contradições e inconsistências no relato do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, cuja delação sustenta a denúncia do caso. Cid depôs por quase quatro horas no Supremo Tribunal Federal (STF) numa das últimas etapas do processo, em que os réus podem se defender.

“É fácil depor quando você tem uma memória seletiva e diz 'lembro disso e disso'. E aí quando você entra para perguntar para ele contradições, ele diz ‘esqueci’”, disse o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, ao final do depoimento de Cid. “Está lotado de contradições, desde o primeiro depoimento. Este é o sétimo depoimento, de novo diferente, não tem um depoimento idêntico”, emendou.

No depoimento, Vilardi mostrou um áudio de Cid, enviado em 8 de novembro de 2022, em que dizia a um general que “ontem o presidente, eu senti, que praticamente desistiu de qualquer coisa, ou de qualquer ação mais contundente”. No áudio, relatava que, no dia anterior, Bolsonaro “por várias vezes comentou que um possível governo Lula não daria certo, vai meter os pés pelas mãos, vai botar os servidores tudo contra ele”.

“Tanto que ontem ele comentou e pediu para deixar tudo andar, em termos de relatório, que não quer que ninguém fique pressionando nada. Ele conversou bastante tempo com Valdemar também, no começo da tarde. Ontem o general Pazuello esteve com ele, dando sugestões, ideias de como podia, de alguma forma, tocar o artigo 142 [que permite intervenção das Forças Armadas], alguma coisa assim. Ele desconversou, não quis nem saber, não deu bola para o que o general Pazuello estava levando para ele”, diz o áudio de Cid, uma referência ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Almirante nega ter colocado tropas da Marinha para suposto plano de golpe em 2022

O almirante Almir Garnier Santos, que comandou a Marinha durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou que tenha sido favorável à suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele é o terceiro réu ouvido pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na fase depoimentos dos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de fazerem parte do “núcleo 1” – ou “crucial” – do processo.

Garnier é acusado pela PGR de ter colocado a Marinha à disposição de Bolsonaro no suposto plano para mantê-lo no poder e evitar a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele, inclusive, se recusou a participar da cerimônia de passagem do comando para o sucessor, Márcio Sampaio Olsen, escolhido pelo petista.

De acordo com o militar, não houve qualquer deliberação sobre isso na reunião do dia 7 de dezembro de 2022 que, segundo as investigações, ele teria informado a Bolsonaro a disposição de colocar as tropas da Marinha nas ruas. O militar diz nunca ter citado essa possibilidade em qualquer reunião com o ex-presidente.

“Não houve deliberações nem o presidente abriu a palavra para nós [o general Freire Gomes, comandante do Exército à época, também estava na reunião]. Ele fez as considerações dele que me pareceram mais preocupações e análises de possibilidades do que propriamente ideia de conduzir em uma certa direção. O que percebi que me era tangível era a preocupação com a segurança pública, ao qual a GLO [operação de Garantia da Lei e da Ordem] é adequada dentro de certos parâmetros”, disse Garnier durante o depoimento.

Ex-ministro da Justiça nega ter colocado segurança das urnas eletrônicas em dúvida

O ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, negou que nunca colocou em dúvidas a segurança das urnas eletrônicas utilizadas no processo eleitoral brasileiro. A defesa foi feita durante o depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na fase de oitivas dos réus acusados por uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Torres foi o quarto réu ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes e confirmou que participou de uma live com Bolsonaro em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, em que comentou sobre um relatório da Polícia Federal sobre a segurança dos equipamentos.

De acordo com ele, o relatório não apontava dúvidas sobre as urnas, mas fazia sugestões de aperfeiçoamento do equipamento. Ele afirmou que não leu o documento inteiro, mas apenas pontos que foram destacados e que apontavam para isso.

“Tecnicamente falando, não temos nada que aponte fraude nas urnas eletrônicas e nunca chegou noticias a mim sobre isso. Não tínhamos tecnicamente nada a dizer sobre as urnas eletrônicas”, afirmou Torres durante o depoimento ressaltando que, no âmbito do ministério, não havia um setor exclusivo para tratar tecnicamente dos equipamentos.

Itália não pode fazer operação policial para prender Carla Zambelli, reconhece embaixador

O embaixador brasileiro na Itália, Renato Mosca, reconhece que a execução da prisão da deputada federal afastada Carla Zambelli (PL-SP) pode ser dificultada pela polícia do país. A parlamentar se exilou no exterior dias depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por uma suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Inicialmente, ela viajou aos Estados Unidos e depois para a Itália, onde entrou com o passaporte de sua dupla cidadania e horas antes da Polícia Federal brasileira pedir para a Interpol incluir seu nome na chamada “difusão vermelha”. No entanto, Carla Zambelli ainda não consta no acesso público da listagem.

“Mesmo que haja o conhecimento de que ela estaria em determinado local, dentro de uma casa, não há mandado de busca. A polícia [italiana] não pode entrar dentro de uma casa para retirá-la e prendê-la. Ela terá de ser presa no momento em que estiver em local público. Isso dificulta a situação, mas não há outro caminho”, disse o embaixador em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta terça (10).

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O programa Sem Rodeios traz a melhor análise diária do noticiário de política e dos bastidores de Brasília com comentários ao vivo de Jorge Serrão, André Marsiglia, Júlia Lucy, Karina Michelin e Deltan Dallagnol. Apresentado por Rossana Bittencourt, vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 13h30, no site da Gazeta do Povo, nos aplicativos de Android e Iphone e no canal do YouTube.

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