A imprensa internacional repercutiu amplamente os atos realizados no domingo (7) em diversas cidades brasileiras, quando milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro saíram às ruas para pedir anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e criticar as ações do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes. A agência Reuters destacou a forte presença de bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, interpretadas como um gesto de apoio ao presidente norte-americano Donald Trump, que tem se posicionado em defesa de Bolsonaro. O New York Times relatou que os manifestantes de direita superaram em número os de esquerda e que, apesar do processo em andamento, Bolsonaro continua sendo uma força política significativa no Brasil. O jornal britânico The Guardian ressaltou que os manifestantes pediram durante os atos a intervenção de Trump para pressionar o governo brasileiro e libertar o ex-presidente. Na América Latina, o jornal argentino Clarín destacou que as manifestações reuniram milhares de pessoas e que cartazes exibidos em São Paulo diziam: “Thank you, president Trump”.
O jornal espanhol El País destacou o discurso de Michelle Bolsonaro, que afirmou: “Quem tinha que estar aqui é meu marido, que está amordaçado em casa com uma tornozeleira eletrônica quando nem sequer foi julgado”. O STF retoma nesta terça-feira (9) a segunda semana do julgamento de Bolsonaro e outros sete réus, com sessões previstas até sexta-feira (12), quando será lida a decisão final.
CPMI do INSS avança com interrogatórios ex-ministros de Lula e Bolsonaro
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS iniciou uma série de oitivas com ex-ministros da Previdência Social, incluindo Carlos Lupi (Lula) e José Carlos Oliveira (Bolsonaro), para aprofundar as investigações sobre fraudes no sistema de aposentadorias e pensões. A comissão busca esclarecer possíveis responsabilidades políticas e administrativas, além de identificar falhas no controle e fiscalização dos repasses previdenciários. O avanço das investigações pode levar à convocação de outros ex-ministros e autoridades envolvidas na gestão do INSS nos últimos anos.
Gilmar Mendes critica fala de Tarsísio na Paulista
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, respondeu às críticas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre a atuação da Corte. Tarcísio havia afirmado que o STF deveria se limitar a decisões técnicas e não se envolver em questões políticas. Em resposta, Gilmar Mendes afirmou que o Brasil "não aguenta mais" tentativas de golpe e que a Justiça deve ser firme na defesa da Constituição e do Estado de Direito.
A troca de declarações ocorre em meio a um ambiente político tenso, com propostas no Congresso Nacional visando limitar a atuação do STF, como a PEC 8/2021, que restringe decisões monocráticas dos ministros. Apesar de aprovada no Senado, a PEC enfrenta resistência na Câmara, especialmente do Centrão, que tem barrado pautas da oposição para limitar o STF. Especialistas apontam que, embora haja mais de 20 PECs tramitando no Congresso com o objetivo de limitar a atuação do STF, poucas avançam devido à falta de articulação política e apoio institucional.
STF prepara condenações rigorosas a Bolsonaro e aliados
O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a concluir o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, com penas que podem chegar a 43 anos de prisão. Entre os réus estão ex-ministros, ex-comandantes das Forças Armadas e ex-diretores da ABIN, acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros crimes. O julgamento ocorre em meio a manifestações em apoio a Bolsonaro em diversas cidades, enquanto ministros do STF, como Gilmar Mendes, alertam que o Brasil não pode tolerar tentativas de golpe, e a expectativa é que as sentenças sejam definidas até sexta-feira (12), consolidando a posição da Corte sobre a defesa da democracia.
O Sem Rodeios vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 13h30, com análises diretas e debates sobre os principais temas da política e da economia.
