No julgamento do Núcleo 4 da suposta trama golpista, realizado nesta terça-feira (21), o ministro Luiz Fux manteve seu histórico de contraponto às decisões do STF, sobre os réus ligados aos atos de 8 de janeiro, questionando excessos na condução do caso por Alexandre de Moraes e destacando precedentes de eleições passadas em que contestações ao TSE não configuraram golpe. Fux ressaltou que os réus não apresentavam real potencial para abolição do Estado Democrático de Direito, postura que pode enfraquecer a narrativa de gravidade das acusações e beneficiar a defesa de Bolsonaro. Paralelamente, o ministro pediu para concluir os julgamentos dos núcleos 2 e 3 antes de sua transferência para a Segunda Turma, que ocorrerá após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. A mudança de Fux para a Segunda Turma, que conta com ministros como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, abre espaço para que sua linha de interpretação mais favorável aos réus possa continuar influenciando decisões, sugerindo possíveis ganhos para Bolsonaro e outros réus.
Bolsonaro tem 5 dias para recorrer de decisão
O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta quarta-feira (22) o acórdão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete outros réus por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão foi de 4 votos a 1 pela condenação da turma que julgou o “núcleo 1”. Com a publicação, inicia-se o prazo de cinco dias para que as defesas apresentem embargos de declaração — recurso que busca aclarar omissões ou contradições no acórdão, mas raramente muda o resultado. A pena aplicada a Bolsonaro foi de 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, sendo a mais alta entre os condenados. Apesar da publicação da decisão, a prisão dos condenados ainda não será imediata, pois o cumprimento da pena depende do trânsito em julgado — isto é, de esgotamento dos recursos legais.
Ex-chefe da inteligência venezuelana pode implicar Lula e PT
O deputado Eduardo Bolsonaro afirmou acreditar que o ex-chefe da inteligência venezuelana Hugo Armando Carvajal (“El Pollo”) está colaborando com autoridades dos EUA e pode apresentar uma denúncia que envolva o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores. Carvajal foi acusado nos EUA por narcoterrorismo e tráfico de drogas e em 2025 declarou-se culpado. Eduardo Bolsonaro sugere que, se for confirmada a delação com provas, isso poderia configurar financiamento externo ilegal de partidos e até levar à extinção do PT. Até o momento, no entanto, não há confirmação independente dessa colaboração ou das acusações contra Lula.
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