Novos arquivos vazados, chamados “Arquivos de 8 de Janeiro”, revelam que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, teria criado uma força-tarefa de inteligência secreta e ilegal que utilizou postagens em redes sociais para justificar a prisão de manifestantes pró-Bolsonaro não violentos. Os documentos apontam que, após os atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília — comparados ao 6 de janeiro nos EUA —, muitos manifestantes, incluindo idosos e pessoas doentes, foram rotulados como “terroristas” e “golpistas” pelo presidente Lula e por Moraes, mesmo sem envolvimento direto em violência. A força-tarefa operava por meio de um grupo secreto no WhatsApp, produziu relatórios sem respaldo legal, usou bancos de dados biométricos ilegalmente, manteve detidos enquanto vasculhava redes sociais e negou acesso da defesa às provas. A investigação sugere que as prisões foram politicamente motivadas e configuram abuso de poder, visando sustentar a narrativa de tentativa de golpe e justificar ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Oposição mobiliza multidões por impeachment de Lula e Moraes
Neste domingo (3), manifestações contra o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ocorreram em ao menos 20 capitais brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e outras. Os protestos, organizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, exigiram o impeachment de ambos os líderes e a anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro de 2023. Na Avenida Paulista, em São Paulo, estimativas de público variam: o Poder360 calculou a presença de 57,6 mil pessoas, enquanto o Monitor do Debate Político da USP apontou 37,6 mil participantes. Imagens analisadas por Inteligência Artificial estimam entre 120 mil a 130 mil pessoas. A mobilização foi considerada um sucesso pela oposição, que acredita que ela fortalecerá a pressão sobre o Congresso Nacional para pautar projetos como o de anistia e os pedidos de impeachment.
Placar do impeachment: veja como vota o seu senador
O site “votos senadores”, frequentemente citado por opositores do STF mostra que, até o dia 3 de agosto, 34 senadores se manifestaram a favor do impeachment de Alexandre de Moraes, 19 são contrários e 28 permanecem indefinidos, num total de 81 parlamentares . São necessários 54 votos (2/3 do Senado) para efetivar a destituição, mas uma maioria simples (41 votos) poderia forçar o tema a ser pautado pelo presidente do Senado O placar ganha relevância diante das tensões políticas recentes envolvendo sanções dos EUA a Moraes com base na Lei Magnitsky e a pressão da oposição para acelerar a tramitação do pedido de impeachment.
Projeto inspirado na Lei Magnitsky mira corrupção e crimes graves
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) protocolou no domingo (3) um projeto de lei inspirado na Lei Magnitsky, dos Estados Unidos, que cria um regime de sanções administrativas contra indivíduos ou empresas envolvidas em violações graves de direitos humanos e crimes como corrupção, tortura, abuso de autoridade e lavagem de dinheiro. A proposta, informalmente chamada de "Lei Clezão Silveira", prevê punições como congelamento de bens, restrição de acesso ao sistema financeiro, cancelamento de vistos, proibição de entrada no Brasil e outras sanções para nacionais e estrangeiros. O projeto visa impedir que violadores da ordem jurídica se beneficiem de recursos ou estruturas do Estado brasileiro e busca promover uma resposta firme e coordenada contra organizações criminosas e violações graves à legalidade.
STF impõe medidas cautelares a Marcos do Val
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta segunda-feira (4) e passou a usar tornozeleira eletrônica por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida cautelar foi imposta após o parlamentar viajar aos Estados Unidos sem autorização da Justiça, descumprindo restrições anteriores. Do Val é investigado por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, supostamente articulada com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e também é suspeito de vazar informações sigilosas. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador, que nega irregularidades e afirma ser alvo de perseguição política.
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