O Supremo Tribunal Federal retomou nesta quarta-feira (10) o julgamento da chamada “trama golpista”, envolvendo Jair Bolsonaro e outros sete réus. Até o momento, dois ministros, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, já votaram a favor da condenação, enquanto o ministro Luiz Fux abriu divergência em alguns pontos do processo. Fux questionou a competência do STF para julgar Bolsonaro, defendeu que certas acusações fossem analisadas em primeira instância, outras levadas ao plenário completo e apontou possível nulidade do julgamento devido a cerceamento de defesa no chamado “document dump”. Por outro lado, manteve a validade da delação de Mauro Cid, acompanhando Moraes nesse ponto.
Durante a leitura de seu voto, Fux reafirmou que, em sua visão, a Corte não teria competência para julgar o ex-presidente em certos aspectos, divergindo explicitamente de Moraes e Dino. Essa divergência ocorreu na sessão do julgamento, no chamado núcleo 1 do processo, que começou na terça-feira (9). O programa Sem Rodeios analisa em detalhes o voto dos ministros, destacando os impactos jurídicos e políticos dessa decisão e as possíveis repercussões para os réus e para o STF.
Conselheiro de Trump se manifesta contra Moraes
O conselheiro de Donald Trump, Jason Miller, criticou novamente o ministro do STF Alexandre de Moraes nas redes sociais nesta terça-feira (9). Miller reagiu a um post do deputado Gustavo Gayer, que afirmou que Moraes interpretou uma reunião de Bolsonaro como tentativa de golpe, e classificou o julgamento da chamada trama golpista como um “SISTEMA MANIPULADO!!!”. As publicações ocorreram logo após Moraes votar pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula diz que Bolsonaro "não é inocente"
Lula declarou, nesta terça-feira (9), em evento oficial em Manaus, que Jair Bolsonaro “não é inocente”, enquanto os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votavam pelo seu enquadramento em suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Moraes qualificou Bolsonaro como líder de uma “organização criminosa” e Dino apoiou a condenação, pedindo penas mais duras, especialmente para aliados considerados mais culpados da trama.
PT cobra prisão de Eduardo Bolsonaro
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), protocolou uma representação criminal no STF pedindo a prisão preventiva do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sob a acusação de ter articulado, desde o exterior, pressões envolvendo poder econômico e militar dos Estados Unidos contra o Brasil. O pedido toma como base declarações da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que o presidente Donald Trump não teria receio de usar o “poder econômico e militar” para proteger a liberdade de expressão — posicionamento interpretado pelo PT como ingerência externa. Lindbergh destacou que Eduardo já teria gasto mais de R$ 721 mil durante sua ausência do país e que o uso do mandato para agendas estrangeiras configura desvio de finalidade. Em resposta, o Itamaraty repudiou qualquer tentativa de intimidação externa, reafirmou que o Brasil não será intimidado e enfatizou que “o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”.
O programa Sem Rodeios vai ao ar às 13h30 no canal da Gazeta do Povo no YouTube, trazendo análises detalhadas dos principais acontecimentos políticos do dia.



