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 | Arquivo da família
| Foto: Arquivo da família

Borislav Gantschef nasceu na Bulgária, em 1926. Aos 18 anos, viu o comunismo devastar a vida do seu país. Aos 23 anos, saiu em busca de liberdade. Acabou preso e levado para um campo de concentração. Depois de perseguições, trabalhos forçados, finalmente, conseguiu que alguém ouvisse seu pedido de socorro. Com ajuda do Consulado da Bulgária, em Paris, aos 25 anos, recebeu uma passagem apenas de ida. Aportou no Rio de Janeiro, juntamente com 17 mil imigrantes búlgaros.

O jovem búlgaro nunca foi de desistir. A mente aberta o fez acreditar que poderia – lá na Bulgária – criar grupos e incentivar os colonos a não desistir. Era considerado um homem forte e fiel ao seu ideal. Mas, para permanecer vivo, precisou deixar a família para trás. A história de sua fuga pelas montanhas nevadas da fronteira da Iugoslávia, à noite, teve até perseguição por lobos, afugentados pela luz da lanterna. Pediu asilo, foi enganado e encaminhado para um campo de concentração. Nem os intermináveis interrogatórios e trabalhos forçados apagaram a "chama do ideal de liberdade que tinha", conta a filha Tânia.

Quando saiu da prisão, procurou seus contatos e conseguiu emprego. Vigiado e sem direito de ir e vir, sentiu que não seria essa a forma de ajudar seu país. Armou uma nova rota de fuga, depois de um ano e meio na Iugoslávia. Para ter acesso aos mapas, tornou-se professor de geografia – os únicos que não eram proibidos de lidar com os documentos. Fugiu para a Grécia.

Ao pisar no país mediterrâneo, foi preso e exilado em um campo de refugiados, em uma ilha a 200 quilômetros da costa. Se achavam que ia perder o desejo de liberdade, estavam enganados. Arrumou um emprego de engraxate na ilha e, finalmente, conseguiu contato com o cônsul francês. Ele que acreditou no que o jovem contou sobre a condição dos imigrantes búlgaros. Decidiu levar o pedido de socorro ao consulado em Paris.

Quando chegou ao Brasil, Borislav quase morreu de calor. Sabendo que a Região Sul tinha um clima mais ameno, ele e os companheiros de viagem seguiram para Curitiba. Aprendeu o português, mas não perdeu o sotaque búlgaro. Foi um dos cinco imigrantes a serem contratados pela empresa de artefatos de couro IKA. Além do trabalho, moravam no mesmo quarto no bairro São Francisco. Mas a paz não durou muito. Passados quatro meses na capital, Boris e os quatro companheiros foram levados pela polícia certa noite, depois de uma denúncia de que eram comunistas. "Por ironia, depois de fugir tanto do comunismo, foi confundido como tal", conta a filha.

Resolvido o imbróglio e provado de que era imigrante legal, Borislav resolveu fazer o curso de eletrotécnica por correspondência, afinal a televisão era um artigo novo e de funcionamento desconhecido. Queria uma profissão. Viajava para São Paulo, comprava peças e montava os aparelhos. Na época, ainda em preto e branco. Além da venda, fazia a assistência técnica. Manteve o trabalho, no mesmo endereço, por mais de 20 anos.

Em 1956, teve duas alegrias. O casamento com Nair e o documento de anistia enviado pelo governo búlgaro. Não se esquecia da família. Tentou contato, inicialmente, por cartas; mas somente em 1992, 43 anos após sua saída da Bulgária, voltou ao país de origem com o genro Gelson. Reencontrou dois irmãos – já velhinhos – e uma realidade considerada decadente. Nessa época disse: "é preciso muito tempo para que esses povos que foram massacrados pelos russos aprendam a viver como países livres, e que a economia volte a crescer. Estou muito velho para ajudar a erguer a minha pátria. Continuarei no Brasil, onde fui acolhido e sou feliz!"

Anos depois, ao ouvir do médico que estava com um tumor no intestino e que precisaria operar foi taxativo: "doutor, pode cortar. Não atravessei mares, nem estive em campos de concentração para morrer em um centro cirúrgico". Em 2014, Borislav sentiu que a sua missão estava completa. Tinha formado uma família, incentivado os estudos dos filhos e acompanhado a formatura das duas últimas netas. Deixa as filhas Tânia e Kátia e cinco netos.

Dia 22 de janeiro, aos 89 anos, de trombose venosa profunda e insuficiência respiratória, em Curitiba.

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Alicenir Sbrissa, 78 anos. Profissão: professor. Filiação: Mário Sbrissa e Rosa Ustrito Sbrissa. Sepultamento ontem.

Almir de Andrade Cordeiro, 36 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Moacir Alves Cordeiro e Diurene Ivo de Andrade. Sepultamento ontem.

Antônio José Gonçalves dos Passos, 64 anos. Profissão: vendedor. Filiação: Josefina Gonçalves dos Passos. Sepultamento ontem.

Antônio Miguel da Cruz, 62 anos. Profissão: carpinteiro. Filiação: Manoel Severino da Cruz e Donaria Fragoso da Cruz. Sepultamento ontem.

Avanny Palukoski, 85 anos. Profissão: do lar. Filiação: Arnold Schwind e Adelaide Schwind. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde, saindo da Capela Lamenha Grande, em Almirante Tamandaré .

Bertulina da Conceição Belarmino, 87 anos. Profissão: do lar. Filiação: Pedro Crispim da Silva e Carolinda Mara da Conceição. Sepultamento às 9h, no Cemitério Paroquial de Campo Comprido, saindo de residência.

Claudineis Francisco dos Santos, 42 anos. Profissão: jardineiro. Filiação: Antônio Francisco dos Santos e Jacira dos Santos. Sepultamento ontem.

Dejanira Ferreira de Oliveira, 79 anos. Profissão: do lar. Filiação: João Ferreira e Ana Maria de Oliveira. Sepultamento às 11h, Cemitério Jardim da Colina, em Colombo, saindo da Capela Vaticano - Rubi.

Deldina Santos da Cruz, 77 anos. Profissão: do lar. Filiação: Maciolino da Silva Santos e Maria José Santos. Sepultamento ontem.

Doralina Machado de Souza, 82 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Lourenço Pereira de Jesus e Maria Waltrick Paes de Farias. Sepultamento ontem.

Elza Raimundo Santos, 69 anos. Profissão: do lar. Filiação: Vergilio Raimundo e Cândida Horia de Jesus. Sepultamento ontem.

Everaldo Machado, 27 anos. Profissão: cozinheiro. Filiação: Ilda Machado. Sepultamento ontem.

Josefa Bento do Nascimento da Silva, 65 anos. Profissão: auxiliar de serviços gerais. Filiação: Ferando Elias da Silva e Ruzaria Benta do Nascimento. Sepultamento ontem.

Juvenal Soares, 72 anos. Profissão: motorista. Filiação: Maria Idalina do Prado. Sepultamento ontem.

Leonilda dos Santos Cruz, 73 anos. Profissão: do lar. Filiação: Carmelio dos Santos e Maria Calixto. Sepultamento ontem.

Leopoldina Anselmo de Souza, 91 anos. Profissão: do lar. Filiação: Afonso Anselmo Floriano e Jovita Anselmo Cavalheiro. Sepultamento ontem.

Maria Moraes de Crisro, 86 anos. Profissão: do lar. Filiação: Pedro Antônio de Mnoraes e Balbina Alves de Godoy. Sepultamento ontem.

Nepomuceno Antônio de Oliveira, 65 anos. Profissão: técnico em contabilidade. Filiação: João Batista de Oliveira e Maria Chervienski de Oliveira. Sepultamento ontem.

Noemy Rodrigues Pereira Bigolin, 67 anos. Profissão: comerciante. Filiação: Pedro Rodrigues Pereira e Anair de Lavra Pinto. Sepultamento às 15h, no Crematório Perpétuo Socorro, em Campo Largo, saindo do Cemitério Municipal São Francisco de Paula - capela 3.

Vilmar Szabelski, 29 anos. Profissão: motorista. Filiação: Pedro Szabelski e Sebastiana Zeni Szabelski. Sepultamento ontem.

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