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Adriana Czelusniak, em Zurique: a opção pelo couchsurfing barateou os custos da viagem e enriqueceu a experiência.
Adriana Czelusniak, em Zurique: a opção pelo couchsurfing barateou os custos da viagem e enriqueceu a experiência.| Foto: Arquivo pessoal

Você provavelmente já ouviu falar do sistema couchsurfing, que literalmente significa “surfando no sofá”, mas se você não sabe como funciona a gente explica e conta como foi a experiência de uma usuária recente. Assim você pode decidir se esse sistema de “emprestar” o sofá de uma pessoa em qualquer lugar do mundo combina com você.

O couchsurfing é uma rede social criada em 2003 e que já ultrapassa 4 milhões de usuários em todo mundo. O principal objetivo é fazer uma ponte entre os turistas que querem hospedagem grátis e pessoas que topam receber visitantes sem cobrar nada, com o objetivo principal de trocar experiências e conhecer pessoas de países diferentes.

Adriana usou o serviço por três  vezes. A primeira em Lisboa e recentemente na França, quando ficou hospedada em duas casas diferentes. Foto: Arquivo pessoal.
Adriana usou o serviço por três vezes. A primeira em Lisboa e recentemente na França, quando ficou hospedada em duas casas diferentes. Foto: Arquivo pessoal.

É bom ter em mente que você não vai ser recebido como um “príncipe” no lugar que escolheu ficar. É diferente de um hostel ou Airbnb (e muito diferente de um hotel ou pousada, por exemplo).

Você precisa estar com as suas coisas pessoais em dia: toalhas de mão e de rosto, itens de higiene e até mesmo um saco de dormir (em alguns casos) para fazer parte da rede. Também precisa saber que vai ter que deixar arrumado tudo o que espalhar (mas o melhor é não espalhar nada e manter as coisas ainda mais arrumadas do que encontrou).

A vantagem é que você pode pesquisar bastante e olhar a avaliação dos usuários que já estiveram no local antes de tomar uma decisão. O cadastro na rede couchsurfing é gratuito e você pode mandar até dez mensagens por semana (se quiser mandar mais, aí sim, preciso pagar uma taxa) para ver ser alguém pode te receber no período solicitado.

Experiência

Foi o que fez a jornalista, terapeuta e empresária Adriana Czelusniak. Ela tinha uma viagem marcada para participar de um congresso, mas queria aproveitar para conhecer um pouco mais a França. Mas vamos voltar no tempo alguns anos para entender porque Adriana decidiu usar a rede social e “surfar” nos sofás de pessoas que gostam, acima de tudo, de conhecer a cultura de viajantes..

“Em 2016 eu fui para Escócia e na volta eu queria conhecer Lisboa. Eu ia me hospedar na residência de um casal, mas houve um desentendimento pessoal entre eles e pouco antes de eu embarcar, soube que eu não poderia ficar lá”, conta.

Todas as opções de hospedagem eram muito caras para Adriana, foi quando ela lembrou do couchsurfing, decidiu se inscrever e mandou mensagens para algumas pessoas para testar essa opção. Das 10 mensagens, apenas uma pessoa, Antonio, respondeu positivamente. Ela olhou as avaliações de outros viajantes, todas positivas e decidiu arriscar.

“Eu fui morrendo de medo, mas me surpreendi positivamente. Ele foi muito gentil, foi até a estação me buscar, disse que estava indo a um show de fado e me convidou. Chegou a cozinhar para mim e saímos outras vezes para conhecer pontos turísticos”, conta.

Veja o depoimento completo de Adriana:

Cultura local

A experiência positiva fez com que Adriana decidisse pelo menos sistema no início de setembro, quando viajou para França. Dessa vez, a experiência foi ainda melhor. A anfitriã, Florence Brignol, tem dois quartos vagos na casa, que tanto usa para Airbnb, como para o couchsurfing. “Na primeira noite, fiquei mesmo no sofá, depois vagou um quarto e eu me mudei. Consegui fazer tudo o que eu pretendia e gastando mais em alimentação, transporte, passeios do que em hospedagem”, revela.

 Uma das vantagens é fazer programas locais indicados pelos anfitriões. Adriana, que usou a rede, escolheu uma casa próxima ao Cote D´azur, que queria conhecer. E foi de carro até lá. Foto: Arquivo pessoal.
Uma das vantagens é fazer programas locais indicados pelos anfitriões. Adriana, que usou a rede, escolheu uma casa próxima ao Cote D´azur, que queria conhecer. E foi de carro até lá. Foto: Arquivo pessoal.

Adriana reforça que não é preciso pagar nada nesse sistema, mas é de bom tom ( e bom senso), levar algum mimo do seu país para pessoa que vai te receber, ou oferecer um jantar ou café que você possa pagar para retribuir a gentileza.

Em geral, as pessoas que recebem viajantes por essa rede social, querem mesmo conhecer novas culturas e companhia para conversar ou mesmo testar outro idioma. E não é obrigatório você receber pessoas no mesmo sistema em seu país de origem.

Como se cadastrar

Para se cadastrar na plataforma, aliás, você precisa preencher um questionário sobre suas preferências, informar quantos idiomas fala e também o que gosta de fazer. Não é preciso preencher o formulário inteiro para encerrar o cadastro, mas quanto mais informações as pessoas souberem sobre você, mas aumentam as chances de você descolar um sofá.

Na França, Adriana escolheu o seu segundo anfitrião porque queria estar perto de produtores de essências para óleos essenciais. “Eu pesquisei e vi que no Sul da França havia uma pessoa disposta a receber no sistema couchsurfing. A vantagem era que ele era amigo dos produtores e eu pude visitar a região e conhecer o trabalhos deles”.

Sobre a segurança, Adriana dá a dica de pesquisar as avaliações das pessoas cadastradas e também ser bem honestos nas avaliações e recomendações que deixa no site, afinal a rede social está amparada na credibilidade de quem participa. Depois é só planejar a viagem e embarcar no sofá.

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