Nada polariza mais a discussão política hoje do que a anistia aos presos do 8/1. Quer dizer, talvez a militância do STF polarize um pouquinho mais.
De qualquer modo, o cenário é confuso. De Brasília, chegam informações conflitantes, como a aparente formação de um movimento pela anistia no Congresso e até mesmo entre alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas possibilidades, contudo, esbarram na intransigência de parte da opinião pública e do próprio STF.
Manifestação na Paulista
Foi em meio a essa tensão que ontem (6) o ex-presidente Jair Bolsonaro realizou uma manifestação na Avenida Paulista. A manifestação reuniu importantes figuras políticas, como governadores, senadores, deputados, vereadores e o prefeito de São Paulo.
No "Última Análise", contudo, André Marsiglia, Leandro Narloch e Guilherme Kilter não falam dos números da manifestação nem do lado mais óbvio da anistia. A conversa girará entre os prós, mas também os contras, dessa medida que muitos vem como uma panaceia capaz de pacificar o Brasil conflagrado.
Pacificação ou panaceia?
As discussões levantadas pelo "Última Análise" expõem dilemas cruciais: a anistia realmente pacificaria o Brasil ou seria apenas um paliativo? Existe o receio de que, caso a anistia seja concedida, os anistiados iniciem um novo ciclo de vingança. Outra questão sensível é se o próprio pedido de anistia pode ser interpretado como uma confissão de culpa. Além disso, para ser considerada ampla, a anistia deveria contemplar também ministros do STF - a direita abraçaria essa causa?
Outro ponto de debate importante envolve as consequências da pauta antianistia defendida por artistas e por parcela da imprensa, bem como a ausência de um apoio massivo da elite intelectual à libertação imediata dos presos do 8/1.
Por fim, o "Última Análise" falará da incerteza quanto ao impacto de uma possível aprovação da anistia no Congresso, caso essa decisão venha a ser derrubada pelo STF. O temor é que tal cenário possa aprofundar ainda mais a divisão no país.



