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Nesta segunda-feira (05) o chefe da Coordenação de Sanções do governo Donald Trump, David Gamble, desembarcou no Brasil. A chegada do diplomata provocou uma guerra de versões sobre os motivos da viagem, que, dentre outras coisas, sinalizaria uma disposição do governo americano de aplicar sanções ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, por violação à liberdade de expressão e perseguições políticas.
A esperança de parte da população brasileira de que o governo Trump possa agir como um fator de pressão externa para combater a “juristocracia” em voga no país, e os abusos cometidos por quem veste toga, é o tema do programa Última Análise que vai ao ar às 19h. No programa, Deltan Dallagnol, André Marsiglia e Guilherme Kilter debatem, com a mediação de Marcos Tosi, até que ponto essa esperança faz sentido e pode dar resultados.
A visita ocorre num momento de esfriamento das relações entre Brasil e Estados Unidos. Tendo como pano de fundo o alinhamento político de Trump e Bolsonaro e a inimizade declarada com o presidente Lula, a quem o presidente americano já chamou de "lunático da esquerda radical".
"A batata de Moraes está esquentando"
O motivo oficial da viagem, confirmado pela Embaixada dos Estados Unidos, tem a ver com protocolos de cooperação para combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que anunciou a visita em primeira mão e que mora nos EUA, confirmou que o combate às organizações criminosas é de fato um dos motivos da viagem, para a qual vem trabalhando nos bastidores. Mas sugeriu que Gamble prestará atenção, in loco, a outros problemas na relação bilateral.
"Quando eu disse que a batata do Alexandre de Moraes estava esquentando aqui nos Estados Unidos, pode ter certeza de que está esquentando de verdade. Se Deus quiser, os violadores sistemáticos de direitos humanos [...] vão ser punidos", escreveu Eduardo Bolsonaro.
No programa Última Análise, os comentaristas vão debater também se a articulação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos é legítima e legal do ponto de vista político e jurídico, ou se fere de alguma forma o patriotismo e a soberania nacional, como alegam governistas. Também se discutirá como Alexandre de Moraes poderá ser alcançado pelas sanções; e como todo o debate reforça ou enfraquece a confiança da população brasileira nas instituições democráticas.