"Sem a gente, o hospital não sobrevive"
A cada troca de turno, récnicos e auxiliares de farmácia e de enfermagem do Hospital Cajuru comemoravam as novas adesões à paralisação. Por medo de retaliações e descontos nos salários, eles registraram a participação na manifestação em um livro-ata que, ao final do dia, somava 75 nomes.
Situação
Nove entre 11 hospitais registraram problemas:
Evangélico
Nove funcionários pararam e 25 cirurgias de pequeno porte foram canceladas.
Angelina Caron
Atendimento normal.
Cruz Vermelha
Vinte e duas adesões, principalmente de trabalhadores da copa. O atendimento está normal.
Cajuru
Cerca de 40% dos funcionários aderiram à greve. Onze cirurgias foram canceladas. Manifestantes ainda permaneciam em frente ao hospital na noite de ontem.
Maternidade Alto Maracanã
Quatro em cada dez trabalhadores pararam. Há setores que estão funcionando sem o mínimo de funcionários exigidos por lei, de acordo com a assessoria. Quatro cirurgias eletivas foram canceladas.
Santa Casa
As UTIs funcionam com um terço dos colaboradores e há unidades sem funcionários suficientes, segundo assessoria. Foram canceladas 30 cirurgias não emergenciais e pacientes foram remanejados a outras unidades.
Pequeno Príncipe
O ponto mais crítico está concentrado na falta de funcionários na UTI cardiológica. O hospital tem dificuldade de remanejamento de enfermeiras devido ao alto grau de especialização dos casos.
Nossa Senhora de Fátima
Foi invadido por manifestantes ontem. Nesta unidade, o maior problema está nas UTIs neonatais. Funcionários estão dobrando o horário para poder atender os bebês.
Nossa Senhora das Graças
Segundo assessoria, 15 funcionários aderiram à greve.
Santa Cruz
Houve manifestações. Onze pessoas chegaram a se ausentar, mas o atendimento está normal.
Pilar
Atendimento normal.
Pelo menos 1,5 mil funcionários de nove hospitais particulares e filantrópicos de Curitiba e região metropolitana aderiram ontem à greve que pede melhorias salariais. Novamente, cirurgias agendadas tiveram de ser canceladas. O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar) prometeu tomar medidas jurídicas para que os funcionários voltem a trabalhar normalmente.
O presidente da entidade, Luiz Rodrigo Milano, prevê um caos nos atendimentos se a greve continuar. "É uma questão de Justiça agora", disse. A entidade patronal oferece aos funcionários 6,5% de reajuste salarial, 8,5% de acréscimo ao piso e 23% no vale-alimentação. "A cidade de São Paulo, a mais rica do país, fechou a convenção coletiva com aumento de 6,5% sobre o salário", compara. Segundo Milano, a paralisação está desabastecendo os hospitais e prejudicando os pacientes. "Já estamos em colapso de atendimento", garantiu.
O tesoureiro do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Sindesc), Natanael Martini, afirmou que a greve deve continuar. Hoje, às 11 horas, o Sindesc promete levar todos os grevistas para a frente do Hospital Evangélico e realizar uma grande manifestação. De acordo com ele, o movimento não está colocando em risco a vida das pessoas e manterá o atendimento pracial, sem abrir mão da paralisação.
Prejuízos
Cerca de 40% dos funcionários do Hospital Cajuru entraram em greve. Onze cirurgias foram canceladas. Destas, cinco eram emergenciais. O problema acabou ocasionando demora no atendimento. No entanto, as emergências continuaram sendo atendidas.
No Hospital Pequeno Príncipe, das 43 cirurgias previstas, apenas 25 foram realizadas, entre elas duas de emergência. Para piorar, os 14 funcionários especializados em UTIs neonatais aderiram à greve. A direção da unidade remanejou funcionários de outros setores com experiência naquela área para não deixar as 16 crianças internadas sem atendimento. "Tivemos que tirar de outro setor para reforçar as UTIs", explicou o diretor corporativo do Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro.
Na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, o problema teria sido um tumulto causado pelos manifestantes. A informação é de que eles teriam invadido a unidade e se retirado em seguida. Alguns deles afirmam que ficaram apenas na rampa de acesso e não causaram qualquer problema à maternidade. Para evitar o mesmo problema, o Hospital Nossa Senhora das Graças conseguiu uma liminar na Justiça para garantir que manifestações na região do hospital sejam silenciosas para não prejudicar os pacientes.
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