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Veja o total mensal de mortes violentas em Curitiba e RMC desde 2008 |
Veja o total mensal de mortes violentas em Curitiba e RMC desde 2008| Foto:

Maringá

Domingo é o dia mais seguro

Levantamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), feito a pedido do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Maringá, revela que domingo é o dia da semana mais seguro, quando contabilizados os diversos tipos de crimes. Com base nos boletins de ocorrências, a Sesp concluiu que ao longo do primeiro semestre, os assaltos foram mais frequentes nas sextas-feiras (253 ocorrências). Furtos de veículos foram verificados com mais intensidade nas quartas e quintas-feiras (47 e 18 casos).

No caso dos furtos, quinta é o dia com mais periculosidade, dia da semana no qual a polícia registrou 286 casos. Domingo ficou no lado oposto desta lista, com 184 situações relatadas, e também com a menor incidência de furtos de carros, com 22 casos.

O registro de tráfico de drogas teve maior incidência na quarta-feira, com 22 casos. Já o domingo e segunda-feira tiveram menor número: seis registros cada. O horário de maior risco é verificado diariamente às 20 horas, com 72 assaltos. No quesito furtos de carros, o horário mais comum foi entre 11 e 17 horas.

Entre quinta-feira e domingo, quando o ponteiro do relógio marca 22 horas, quase sempre uma pessoa perde a vida vítima da violência em Curitiba e região metropolitana (RMC). Segundo dados do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Segurança Pú­­blica (Sesp), as mortes por arma de fogo, arma branca ou agressão ocorrem com maior frequência nesses dias e nessa faixa de horário. Sobretudo quando a temperatura está elevada.Estudo da Sesp com base no geoprocessamento mostra que, no segundo trimestre de 2010, 62% dos homicídios na capital ocorreram no fim de semana, entre 19 e 23 horas, com incidência maior às 22 horas. Segundo a secretaria, o perfil das vítimas de homicídio é formado por 90% de homens, entre 18 e 29 anos (59,7%). Os dados do geoprocessamento servem para definir ações policiais.Informações do Siate também confirmam que 22 horas é a hora mais comum para a ocorrência de homicídios. Somente no mês de agosto, o serviço de emergência dos bombeiros atendeu 56 chamados com vítimas por arma de fogo. Destes, 23 morreram após o atendimento. Em metade dos casos, a morte ocorreu entre 21 e 23 horas, com prevalência às 22 horas. De acordo com o tenente Leonardo Mendes, o tempo médio de chegada da ambulância, a partir do acionamento da central, é de oito minutos. Ele lembra que os chamados somente são atendidos quando a pessoa não está em óbito. Nesse caso, a Polícia Militar e o Instituto Médico-Legal (IML) prestam o atendimento.

Resultado

Para a delegada de Homicídios de Curitiba, Vanessa Alice, os crimes ocorridos entre 21 e 23 horas são causados, principalmente, pelo consumo de álcool e drogas. "No bar começam a beber e há desentendimentos, por exemplo. Até as cobranças de drogas são mais fáceis de serem feitas", afirma. A delegada lembra que a operação Cida­de Segura, de prevenção à violência, é realizada exatamente nessa faixa de horário, entre sexta-feira e domingo. "Nesse período é possível efetuar prisões, cumprir mandados, identificar pontos de tráfico."

Sem querer se identificar, o dono de um bar na Cidade In­­dustrial diz que à noite o "clima sempre esquenta", principalmente aos sábados. No estabelecimento dele, que também oferece sinuca, os clientes podem beber à vontade, "mas com ordem", lembra. No fim de semana, ele vende em torno de 30 garrafas de cachaça. Em outro bar, no Tatuquara, o proprietário conta que a cerveja geralmente contribui para exaltar os ânimos.

Calor

Em noites quentes, a incidência de assassinatos também é maior. Nos últimos cinco dias, a temperatura subiu em média 20 graus na capital. E o resultado foram 34 mortes em Curitiba e RMC. Segundo o co­­mandante de comunicação da Polícia Militar, major Everon Puchetti, o calor é um fator que colabora: "As pessoas têm mais vontade de sair e a ingestão de bebida alcoólica pode se tornar mais agradável". Mas, diz ele, o clima não é preponderante para a ocorrência dos crimes.

De acordo com Puchetti, os dados do geoprocessamento ajudam a polícia a agir, aumentando o efetivo nos locais de maior incidência de crimes apontados pelos boletins. "O problema é que o crime tem uma grande característica: ele migra. Quando há concentração, a mudança de local vem na sequência. Por isso, precisamos estar sempre atentos", explica.

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