
Curitiba reassumiu a liderança do ranking entre as capitais no índice criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para acompanhar a evolução socioeconômica dos 5.565 municípios do país. O Paraná, que aparece em segundo entre os estados, tinha há uma década só um município com patamar alto de desenvolvimento. Hoje são 26. Eles estão entre os melhores desempenhos em três áreas: emprego e renda, educação e saúde. A medição, feita a cada ano, considera os dados de 2010 e foi divulgada neste fim de semana.
Das 26 cidades paranaenses que apresentam alto desenvolvimento, quatro estão entre os cem maiores Índices Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) do país: Curitiba, Londrina, Maringá e Araucária. O top 10 do Paraná tem quatro novos integrantes: Medianeira, Ponta Grossa, Cascavel e Francisco Beltrão.
Em 2000, Ivatuba (Norte do estado) era a única cidade do Paraná com patamar alto de desenvolvimento. Melhorou os índices de saúde e educação, mas viu despencar em um terço a geração de empregos e renda e caiu para a 31.ª posição em 2010. Curioso é que foi justamente a vertente emprego e renda que levou outros 26 municípios a níveis altos de desenvolvimento.
Contudo, ascenderam porque já vinham apresentando bons índices sociais na saúde e na educação, diz o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês. Apenas São José dos Pinhais e Douradina, dentro do seleto grupo, não apresentaram alta de emprego e renda.
Na prática, o Índice Firjan revela que o cidadão que vive nas cidades ou estados melhor posicionados tiveram mais oportunidade de emprego formal e maior acesso a serviços de saúde e educação básicas.
Nem tão bons
Numa categoria intermediária, 361 municípios do Paraná estão em uma faixa moderada de desenvolvimento, mas ainda assim numa posição privilegiada na comparação com o restante do Brasil.
Já entre os piores colocados, sete apenas trocaram de posições entre si de 2009 para 2010: Tunas do Paraná, Laranjal, Doutor Ulysses, Santa Maria do Oeste, Goioxim, Guaraqueçaba e Cerro Azul, o último da lista. Ivaí e Diamante do Sul foram levados à lista dos 10 menos pelas bruscas quedas no índice emprego e renda, justamente a causa de uma melhora do desempenho da expressiva maioria dos municípios em todo o país.
Embora apareça só na 245.ª posição no ranking estadual, Adrianópolis foi o município paranaense que mais avançou em desenvolvimento socioeconômico, ganhando 151 posições de um ano para outro, em especial por causa dos itens emprego e renda e saúde.
Entenda o Índice
Para acompanhar a evolução socioeconômica dos 5.565 municípios do país, o Índice Firjan utiliza três áreas do desenvolvimento. Veja quais são:
Emprego e renda
Adota estatísticas oficiais do Ministério do Trabalho e usa três variáveis: 1) geração de emprego formal; 2) estoque de emprego formal; 3) salários médios do emprego formal.
Educação
Com dados do Ministério da Educação, são seis variáveis: 1) taxa de matrícula na educação infantil; 2) taxa de abandono; 3) taxa de distorção idade-série; 4) porcentual de docentes com ensino superior; 5) média de horas-aula diárias; 6) resultado do IDEB.
Saúde
A fonte é o banco de dados do Ministério da Saúde, utilizando-se três variáveis: 1) número de consultas pré-natal; 2) óbitos por causas mal definidas; 3) óbitos infantis por causas evitáveis.
A média brasileira do IFDM atingiu 0,7899 pontos em 2010, um crescimento de 3,9% em relação a 2009, mantendo-se na faixa de classificação de desenvolvimento moderado. Os dados refletem não só a recuperação da economia brasileira frente à crise mundial de 2008 e 2009, mas também avanços nas áreas de emprego e renda e educação.



